sábado, 9 de janeiro de 2010

Episodio 42 - 2009: O Ano do Alienígenas


Pessoal aqui vai o nosso último episódio de 2009. Falamos sobre alguns fatos interessantes sobre a mulher. As notícias que marcaram 2009 entre outras... Agradecemos a todos pelo o apoio no nosso primeiro ano todo episódio é surpresa em termos de downloads total visitas e apoio da comunidade. OBRIGADO!




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Papo de Gordo 32 - Retrospectiva 2009


Fim de ano me lembra duas coisas: show de Roberto Carlos e retrospectiva da Globo! E já que 2009 está acabando, Eduardo Sales Filho, Maira Moraes, Lucio Luiz, Flavio Soares e Conrad Pichler convidaram os ouvintes/leitores Litha Bacchi e Ricardo Ferro para participar da nossa Retrospectiva Papo de Gordo.


No programa de hoje, lembre algumas das diversas notícias bizarras publicadas em nosso site, saiba quais foram as colunas mais legais feitas pela equipe do PdG e conheça as grandes polêmicas em que o Papo de Gordo se envolveu neste ano graças à Maira e seu imã para doidos.


Vista sua roupa branca, pegue uma taça de champanhe e venha comemorar o ano novo no Papo de Gordo!


Duração: 82 minutos



RapaduraCast 164 – Resumão 2009


2010 começou com tudo. Para comemorar a entrada do novo ano, fizemos um resumo do que aconteceu nos cinemas do Brasil em 2009. Passamos pelos 12 meses do ano fazendo comentários sobre os principais destaques, seja pelo lado positivo, seja pelo lado negativo.
O que mais se destacou?



Jurandir Filho (
Juras), Maurício Saldanha (Mau), Thiago Siqueira (Siqueira), Bruno Mendonça (Bruno) e Fábio Barreto (Barreto) se reuniram no primeiro podcast do ano para desvendar os mistérios de 2009. Passou algum filme batido? Esqueceu de assistir algo? Aqui nós comentamos tudo. De toda a lista, quais os melhores do ano MESMO? Aqui tem de tudo. Qual o melhor? Qual o pior? Foi discutido tantos assuntos nesse programa, que é melhor você ir anotando enquanto escuta para fazer um belo comentário.


Para acompanhar melhor o papo, recomendamos que você acompanhe pela nossa
lista o que chegou aos cinemas em 2009. Assim você não irá se perder!



Duração: 101 min
ENDEREÇO DIRETO DO PODCAST

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Último Podcast de 2009

Vic Chesnutt


Tinariwen


The Very Best



Real Estate



Local Natives




Fever Ray





Espers



Chegamos ao podcast de número 41 e nele destaco bandas bem recentes com propostas bem diferentes.Começo com Real Estate, uma banda de quatro garotos de New Jersey, que surpreenderam neste final de ano com o lançamento de seu disco de estréia. Uma série de influencias e referencias cercam o grupo como Paul McCartney, The Beach Boys, Fleetwood Mac e Doobie Brothers.



O terceiro disco do Espers saiu em outubro de 2009 e chama-se "Espers III". O que vem a seguir pode assustar os ouvintes mais habituados com o indie rock mais convencional. O Tinariwen é um grupo de Mali que canta sobre os Tuareg (povo nômade que vive ao sul do deserto do Sahara). Formado em 2001, o grupo já lançou cinco discos, o mais recente "Imidiwan: Companions" é uma mistura de new age, blues e rock.



Ainda nesse clima afro pop aparece o The Very Best, um grupo londrino, que tem na sua formação um africano de Malawi, e os integrantes do duo ingles Radioclit. O trio lançou em outubro desse ano o álbum "Warm Heart Of Africa" e imediatamente caíram nas graças dos críticos de rock independente tanto americanos quanto ingleses. Para a faixa título desse álbum de estréia convidaram Ezra Koenig do Vampire Weekend.




Outra grande novidade de 2009 vem a seguir, o quinteto californiano Local Natives, que foram uma das revelações do festival South By Southwest deste ano e muitos críticos os compararam ao Arcade Fire, Grizzly Bear e Fleet Foxes. Em novembro lançaram "Gorilla Manor" o primeiro disco e já entraram na lista dos melhores de 2009 da Rough Trade.




Outra que foi contemplada em quase todas as listas de melhores discos deste ano foi a sueca Karin Dreijer, que faz parte do duo The Knife com seu irmão Olof. Seu projeto solo chamado Fever Ray pode até ser considerado uma extensão de seu trabalho com o The Knife, mas de uma maneira muito mais ousada e inovadora.



O último fundo musical usado neste podcast homenageia o músico americano Vic Chesnutt, que faleceu neste Natal ao 44 anos de idade. Vic Chesnut tem uma história muito triste porém vitoriosa; aos 18 anos ficou paraplégico e vivia numa cadeira de rodas. Um de seus maiores fãs era Michael Stipe do REM, que produziu seus dois primeiros discos no início dos anos noventa. Um dos meus discos favoritos de Vic Chesnut é o álbum "The Salesman and Bernardette" de 1998, onde ele é acompanhado pelo grupo Lambchop. Em setembro desse ano ele lançou o álbum "At the Cut" com a Silver Mt. Zion Orchestra e em seguida o álbum "Skitter On Take Off", gravado ao vivo num estúdio com a produção do veterano Jonathan Richman e seu baterista Tommy Larkin. Vic Chesnutt gravou mais de 13 discos espetaculares e infelizmente não teve a projeção e o reconhecimento merecido.




Track list:

1.Real Estate - Beach Comber

2.Espers - I Can't See Clear

3.Tinariwen - Lulla

4.The Very Best - Warm Heart Of Africa

5.Local Natives - Airplanes

6.Fever Ray - If I Had A Heart



e o que rolou nos BGs:

1.Omar Rodriguez Lopez - Locomoción Capilar

2.Giant Sand - Shadow To You

3.Caledonia - We Are America

4.Vic Chesnutt - When The Bottom Fell Out



BLOG DO KID - Novidades e Homenagens

Thee Vicars



Tim Hart no Steeleye Span. Ele é o que está no alto da foto.





The Drums


Rowland S. Howard, fundador do Birthday Party e tambem do Crime & City Solution



Os dementes do TODD




Noah & The Whale





Magic Kids





Fanfarlo






Na minha postagem anterior prestei uma homenagem ao músico americano Vic Chesnutt. Neste podcast homenageio mais duas perdas desse final de ano, o músico de folk rock britânico Tim Hart e o australiano Rowland S Howard.




No dia 30 de dezembro de 2009, faleceu vítima de câncer, Rowland S Howard, guitarrista conhecido por seus trabalhos com o Boys Next Door e o Birthday Party, bandas que consagraram o cantor Nick Cave. Rowland participou de outros projetos bastante cultados como o Crime And The City Solution e These Immortal Souls. Em 2009 lançou o álbum "Pop Crimes", aclamado pela crítica australiana, que o colocou entre os melhores discos do ano passado. Rowland lutou pela vida até o último instante; na terça feira dia 31/12 um dia depois de sua morte ele estava agendado para dar uma canja num show do Yeah Yeah Yeahs, que são seus fãs e o haviam convidado, mas teve que cancelar devido ao seu estado de saúde ter se agravado na semana anterior.




Os londrinos do Fanfarlo, que receberam altos elogios em seu álbum de estréia "Reservoir". Depois o quarteto também londrino Noah And The Whale que venceram a batalha do segundo e difícil álbum, lançando "The First Days Of Spring".




Passada a calmaria pegamos pesado com o "indie hard podreira" de mais um quarteto londrino, que atende pelo nome "TODD", em seu quarto disco "Big Ripper". Talvez a melhor definição para o som do Todd é uma mistura de Butthole Surfers com Slayer e Black Sabbath.



Mais uma vez quebrando o clima pesado a inocência das crianças do Magic Kids, um grupo de adolescentes de Memphis, que misturam influências de Phill Spector, Beach Boys e Langley School. No ano passado lançaram o single "Hey Boy" e em breve lançam seu álbum de estréia.



Seguindo nessa corrente das revelações americanas temos The Drums, o grupo do Brooklyn, NY que encantou a critica com seu EP de estréia chamado "Summertime". É como se o baixista Peter Hook do New Order formasse uma banda de surf music inspirada em Jan & Dean e Beach Boys.



Pra encerrar o garage punk do quarteto inglês Thee Vicars que recentemente lançaram seu segundo álbum "Psychotic Beat". Fãs da cultuada banda americana The Mummies, eles conseguiram recentemente abrir um show que marcava uma reunião do grupo. Se voce gosta de bandas sixties como Sonics e The Standells, com certeza vai se amarrar no Thee Vicars.



Track list:

1.Fanfarlo - The Walls Are Going Down

2.Noah & The Whale - My Broken Heart

3.Todd - Black Gold


4.Magic Kids - Hey Boy


5.The Drums - I Felt Stupid


6.Thee Vicars - Baby Come On Home



E rolando ao fundo das locuções:

1.Rowland S. Howard - (I Know) A Girl Called Jonny


2.These Immortal Souls - Hey! Little Child


3.Crime & City Solution - The Dolphin And The Sharks


4.Steeleye Span - Alison Gross



Vendas de discos nos EUA caem pela oitava vez em nove anos


LOS ANGELES (Reuters) - As vendas de discos nos EUA caíram pela oitava vez em nove anos em 2009, e o ritmo de crescimento dos downloads de música também diminuiu, revertendo a tendência de anos recentes, segundo dados divulgados na quarta-feira.


A venda total de discos caiu 12,7%, chegando a 373,9 milhões de unidades, no período de 52 semanas (364 dias) encerrado em 3 de janeiro, disse a empresa Nielsen SoundScan, citando dados do varejo. Michael Jackson foi o artista com mais vendas, e Taylor Swift teve o álbum mais vendido, à frente do de Susan Boyle.


O total de vendas já havia caído 14% em 2008, e o nível atual é o mais baixo desde que a Nielsen SoundScan começou a publicar dados do varejo, em 1991. Desde o recorde de 785,1 milhões de unidades em 2000, as vendas despencaram 52%, em grande parte devido à pirataria e à concorrência de outras formas de entretenimento, como os videogames.


Apesar da recessão, os consumidores dos EUA gastaram mais dinheiro em filmes e shows em 2009 em comparação ao ano anterior. Mas isso não se aplica ao mercado fonográfico, como mostram o fechamento das redes Virgin Megastore e Circuit City e a redução do espaço para os discos em estabelecimentos como as livrarias Borders Group.


Já a repentina morte de Michael Jackson, em junho, estimulou o mercado - seus discos venderam 8,3 milhões de unidades. Nem ele nem os dois artistas seguintes na lista dos mais vendidos, Taylor Swift e os Beatles, lançaram novos álbuns neste ano.


Swift ficou num distante segundo lugar, 4,6 milhões de cópias, a maioria do seu segundo álbum "Fearless", maior vendedor de 2009, que já havia sido o terceiro colocado em 2008. A recém-lançada obra completa remasterizada dos Beatles permitiu que a banda britânica, extinta em 1970, vendesse 3,3 milhões de cópias.


Downloads pagos em sites como iTunes, da Apple, vêm assumindo uma maior importância no setor, mas o imenso crescimento dos últimos anos perde fôlego. As vendas de faixas digitais subiram 8,3% em 2009, chegando ao recorde de 1,16 bilhões. Mas isso ficou aquém dos saltos de 45 e 27% em 2007 e 08, respectivamente.


As vendas digitais de álbuns inteiros subiram 16,1%, chegando a 76,4 milhões de unidades, também um recorde. O crescimento havia sido de 53% em 2007 e 32% em 2008.


Depois de "Fearless", o álbum mais vendido de 2009 foi o de estreia da escocesa Susan Boyle, "I Dreamed a Dream", que emplacou 3,1 milhões de cópias em seis semanas desde o lançamento. A coletânea "Number Ones", de Jackson, lançada em 2003, ficou em terceiro lugar, com 2,4 milhões.



(Reportagem de Dean Goodman)

Elvis, 75, mantém imagem e lucros na crista da onda


SYDNEY (Reuters Life!) - Ele foi embora há 33 anos, mas vários eventos e livros lançados nesta semana mostram que, 75 anos depois do seu nascimento, Elvis não morreu - nem seus rendimentos.


Elvis Presley, que na verdade faleceu em 1977, aos 42 anos, é uma das mais lucrativas celebridades já mortas, tendo arrecadado 55 milhões de dólares em 2009, segundo o site Forbes.com. O negócio é administrado pela Elvis Presley Enterprises, revitalizada em 2005 pelo magnata do entretenimento Robert Sillerman.


O aniversário do Rei do Rock, em 8 de janeiro, será celebrado com um bolo na sua residência, chamada Graceland, com uma nova exposição de trajes, maratonas cinematográficas, um aplicativo do Facebook, um cruzeiro marítimo dentro de alguns meses e uma boneca Barbie alusiva à canção Jailhouse Rock.


No mundo todo, vários eventos marcarão o aniversário, o que incluiu a cidade australiana de Parkes, onde anualmente ocorre uma reunião de imitadores de Elvis, que adotam as roupas e os penteados do ídolo apesar do calor de 40 graus Celsius.


Três novos livros sobre o cantor - cuja vida já foi esmiuçada em cerca de 50 outras obras - também vão jogar lenha na fogueira do marketing, à luz da qual Elvis permanece jovem e magro, ao contrário do que ocorreu em seus últimos anos de vida.

A escritora Allanna Nash examinou o papel das mulheres na vida de Elvis no seu quarto livro sobre ele, "Baby, Let's Play House" ("Garota, vamos brincar de casinha"), concluindo que havia um vínculo doentio com sua mãe, Gladys, e que o fato de ele ter tido um gêmeo natimorto condicionou negativamente seus relacionamentos.


"Acho que o que ele queria das mulheres era ser tratado como filho, mas ele só saía com mulheres mais jovens, então isso nunca acontecia", disse Nash à Reuters após entrevistar várias namoradas, amigos, colegas e parentes para o livro.


"Mas o que realmente me surpreendeu foi que descobri que ele continuou emocionalmente com uma idade de 15 a 17 anos. Acho que por isso ele continuou gostando de meninas de 14 anos e encontrou muita felicidade em ser mentor delas. Ele próprio estava preso como adolescente."


Por Belinda Goldsmith

Melhores capas de discos lançados em 2009

A mão da vocalista do Yeah Yeah Yeahs, Karen O, na capa de 'It¿s Blitz' é tão icônica quanto a banana do Velvet Underground, justifica o site. A capa foi escolhida como a melhor do ano.





Pintada por Jenny Saville, a capa de 'Journal For Plague Lovers' teve problemas antes do lançamento, pois algumas lojas britânicas não queriam colocar o disco a venda, sob a justificativa era que a garota estava chorando. Reclamações a parte, o disco do Manic Street Preachers ficou em segundo lugar na lista.


Criada pelo legendário designer Storm Thorgerson, a capa de 'Only Revolutions', de Biffy Clyro ficou em terceiro lugar na lista. Ele também é conhecido pelas capas do Pink Floyd, incluindo Dark Side Of The Moon e de álbuns do Led Zeppelin, The Mars Volta, The Cramberries e outros.



Clicada por Jake Walters, a foto de Morrisey casou estranheza quando foi publicada, mas é uma imagem duradoura. O bebê da capa de 'Years Of Refusal' é filho do assistente de produção do cantor, Charlie Browne e ajudou-o a ficar em 12º na lista.




Assim como a maioria das capas do Weezer, logo de cara você ama ou odeia-a. Optamos pela primeira opção", analisa o site ao dar o 15º lugar para a capa de 'Ratitude'. "A imagem de um cão como se tivesse sido disparado por um canhão é hilária", conclui.





Os bichos fazem parte da história do Wilco. Eles saltaram dos falcões (no disco anterior) para o camelo em 'Wilco (The Album)'.Além do 14º lugar nas capas, o álbum foi selecionado entre os melhores do ano em diversas listas musicais pelo mundo.





Não é preciso muita explicação para a escolha da capa de 'Merriweather Post Pavilion', do Animal Collective. A arte foi inspirada no trabalho psicólogo japonês Akiyoshi Kitaoka, estudioso das ilusões ópticas. Ficou em quarto lugar.

Marina Lima


Pra (re)começar



De mudança para São Paulo, Marina Lima ensaia show, prepara disco e aguarda lançamento de DVD e de primeiro livro .



MARCUS PRETO

ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE


Como na letra de uma de suas baladas mais famosas, Marina Lima, 54, procura agora por outros olhos e armadilhas.


A cantora está de mudança para São Paulo. Ensaia show com repertório basicamente inédito, dirigido pelo arquiteto Isay Weinfeld.

E que deve gerar um CD de estúdio neste ano. Também está previsto para 2010 o primeiro livro, "Entre as Coisas", "quase um almanaque" que reúne, segundo ela, "as coisas que me interessam: o mundo da música, do canto, das mulheres". E, por fim, o DVD que registra o emblemático show "Primórdios", dirigido por Monique Gardenberg em 2006. Marina recebeu a reportagem da Folha no estúdio em Porto Alegre onde ensaia com sua banda. "Porto Alegre me parece ser um lugar de muita gente de ponta. Leia-se: à frente. Leia-se: maluco", brincou.



FOLHA - Você já viveu algumas temporadas em São Paulo. No que sua saída do Rio é diferente agora?

MARINA LIMA - Agora, vou sair para viver. Quero começar minha vida. Recomeçar de outro ponto, em outro lugar. Tem um "começar de novo" nisso, mas tem também um continuar. Quando quis estudar guitarra, fui para São Paulo. Quando quis entender a linguagem dos computadores, fiz a mesma coisa. A cidade me atrai. É como se estivesse me mudando para outro país que fala a mesma língua.



FOLHA - Uma espécie de desafio?

MARINA - Começar tudo de novo em outra cidade é uma grande mudança. Domino o Rio. A cidade me é familiar, é fácil viver nela. Mas estou muito isolada. O que tenho no Rio? Minha casa, meus familiares, mas não tenho muito com quem trocar.



FOLHA - Isolada como? A sua turma não é mais...

MARINA - Não faço parte de turma, nunca fiz. Do auge do meu sucesso até agora, era só eu e o [irmão Antonio] Cicero. Não sou do Asdrúbal, não sou da turma dos baianos. Acontecem coisas singulares comigo no Rio. Vou ao cinema sozinha, faço tudo sozinha.



FOLHA - Vai vender a casa no Rio?

MARINA - Minha casa não é mais minha. Morei anos sozinha em uma cobertura enorme na Lagoa. Pensei muitas vezes: "De que me adianta essa vista?". Vendi aquela cobertura e aluguei um apartamento em Ipanema sem vista nenhuma, só com vista para dentro. E muito menor. Está tudo espremido. Então São Paulo representa, agora, voltar ao paraíso.



FOLHA - Mudanças pessoais estimularam a mudança de cidade? MARINA - Envelheci e passei a investir em outras coisas, em estar mais em casa, ler, ficar no computador. E gostei. É como se agora isso não fosse mais perda de tempo. No Rio, viver assim não funciona muito porque você para de circular em lugares centrais para a coisa social continuar acontecendo.



FOLHA - Você registrou um de seus shows mais emblemáticos, "Primórdios", que seria lançado em DVD...

MARINA - "Primórdios" parecia ser minha grande volta aos palcos. Porque "Sissi na Sua" [show de 2000], que teria sido essa volta, era muito radical. Eu estava saindo daquela loucura toda [perda da voz causada por depressão], era um show sobre as dificuldades que as pessoas que não se adequam têm de passar para não morrer.



FOLHA - O público não entendeu?

MARINA - Alguns nerds se conectaram, mas não o grande público. Eles esperavam aquela Marina, e aquela Marina não voltou. Aquela nunca mais vai voltar. Não existe volta. Existe a continuidade das coisas. Aquele show representava um esforço para dizer: "Eu não fui, eu não morri, a loucura não me sucumbiu, eu consegui voltar". Mas não voltei igual, voltei talvez até ameaçadora para quem está acomodado. Para algumas pessoas, a vida não tem crise.



FOLHA - Falar abertamente sobre depressão incomoda, é isso? MARINA - Acho que é um estigma. Fui fichada porque tive depressão, marcada que nem gado. É como ficha na polícia. Tem gente que fica fingindo. O Silvio Santos, por exemplo. Ninguém quer saber se o cara teve derrota, se tem problemas pessoais. O que interessa para o mundo é aquele sorriso dele. Não faço essa linha. Sou fascinada pela vida, com a dor que isso possa implicar.



FOLHA - O DVD vai sair?

MARINA - Vai. Mas não vou dizer datas. Fiquei constrangida porque andei divulgando prazos de lançamento de um livro que está sendo feito, mas não consegui cumprir porque não depende de mim. Se eu fosse dona da banca... Meu tesão por esse ofício voltou com tudo, e a idade pode ser um fator determinante nisso. É a proximidade da morte. Mas, enquanto estou viva, o conhecimento me excita. O mundo anda, e você não pode achar que é uma obra acabada. É uma obra em aberto. A não ser que queira ficar lá, cristalizada. Não é o meu caso.