Saiba mais sobre Neil Gaiman Neil Richard Gaiman nasceu em 10 de novembro de 1960, na cidade de Portchester, no sul da Inglaterra. É considerado um dos maiores roteiristas de quadrinhos dos últimos 20 anos e atualmente mora em Minneapolis, nos Estados Unidos. Casado e pai de três filhos (duas meninas e um menino), como bom inglês, adora futebol e não dispensa um chá após as refeições. Foi jornalista, mais especificamente, crítico de HQs. Mas, para sorte dos leitores, abandonou as redações e passou a se dedicar aos quadrinhos. Seu primeiro trabalho foi Violent Cases, publicado pela editora inglesa Titan Books, no meio da década de 1980. Em seguida, Neil Gaiman e Dave McKean (o desenhista de Violent Cases) foram convidados por Karen Berger e Dick Giordano para trabalhar na DC Comics. A estréia da dupla foi com uma personagem de segunda linha, a heroína Orquídea Negra. Mas, em apenas três edições, Gaiman mostrou do que era capaz. A mini-série foi um sucesso de público e crítica e gerou um convite para escrever uma revista mensal, revitalizando outro personagem antigo da "Era de Ouro" (período compreendido entre as décadas de 1940 e 1950). O escolhido foi Sandman. O autor descartou praticamente tudo do personagem antigo (um milionário que saía à noite, trajando uma máscara de gás, chapéu de feltro e uma capa; e colocava os bandidos para dormir - literalmente - com uma pistola de gás), menos o nome. Partindo do conceito da lenda do personagem encantado que soprava areia mágica nos olhos das pessoas para elas dormirem ou terem pesadelos, o Senhor dos Sonhos, o Príncipe das Histórias, construiu um universo intrincado, permeado por inúmeras referências mitológicas e literárias. Graças à qualidade do texto de Gaiman, Sandman, agora com um ser esquálido, com pele pálida e cabelos negros arrepiados, conquistou milhares de leitores pelo mundo inteiro, por resgatar a antiga habilidade de contar boas histórias. Todas as 75 edições foram lançadas no Brasil pela Editora Globo, de 1989 a 1998. Como muitos leitores jovens não acompanharam a saga toda, já houve tentativas de republicar o material. Em 1999, saíram os sete primeiros números, pela Tudo em Quadrinhos/Fractal/Atitude, mas após tantas mudanças de nome, o resultado foi a falência da editora. Em 2001, a Brainstore lançou as edições # 8 e 9, mas não se sabe se haverá continuidade. O Mestre dos Sonhos abriu inúmeras portas para Gaiman. Então, vieram outros trabalhos de sucesso, como as mini-séries Livros de Magia, Morte - O Grande Momento da Vida (publicadas aqui pela Editora Abril, em 1991 e 1997, respectivamente) e Morte - O Preço da Vida (Editora Globo, 1994) e a série regular Miracleman (um dos melhores trabalhos com super-heróis já vistos), na qual substituiu Alan Moore, mantendo o excelente nível das histórias. Seu sucesso extrapolou os limites dos quadrinhos. Ele escreveu o romance Good Omens, em parceria com Terry Pratchett e ganhou um prêmio da crítica especializada pela coleção de contos Angels and Visitations. Essa obra, algum tempo depois, foi acrescida de novos materiais e rebatizada como Smoke and Mirrors: Short Fictions and Illusions, que deverá ser lançada no Brasil pela Via Lettera Editora. Também no campo literário, assinou The Day I Swapped My Dad for 2 Goldfish, um livro para crianças e adultos (com ilustrações de Dave McKean), no qual um garoto troca seu pai por dois peixinhos dourados. Nos quadrinhos, roteirizou Signal to Noise, a história de uma cineasta à beira da morte, Mr. Punch, uma graphic novel com vários elementos autobiográficos e Stardust, uma ficção científica, com desenhos soberbos de Charles Vess, que será lançada em breve pela Conrad Editora. Também produziu uma história para a minissérie Batman Preto & Branco, assinou a minissérie The Last Temptation, baseada num disco do cantor Alice Cooper e escreveu uma edição de Spawn, o personagem criado por Todd McFarlane. Mesmo quando faz apenas uma "pequena participação", Neil Gaiman deixa sua marca. Prova disso foi essa colaboração em Spawn, na qual criou os personagens Angela, Spawn Medieval e Cagliostro, que passaram a ter grande importância, chegando até a ganhar histórias-solo. Seu trabalho chegou também à televisão, onde roteirizou a série Neverwhere, para a BBC, de Londres. E até na música Gaiman já se aventurou, compondo canções para CD's das bandas Flesh Gouls e The Return of Pansie Smith and Violet Jones. Recentemente, Gaiman fez a adaptação do anime Princess Mononoke, um dos maiores sucessos do cinema japonês. Mesmo assinando inúmeros trabalhos de qualidade, sua ligação com Sandman parece perpétua (com o perdão do trocadilho). Nem quando decidiu terminar a série, em 1996 (segundo ele, "toda boa história tem começo, meio e fim; e Sandman era uma boa história"), esse elo se rompeu. Felizmente, Gaiman deixara uma "porta aberta", para que novas histórias do universo do personagem fossem contadas. O resultado? Obras belíssimas, como Sandman: Os Caçadores de Sonhos, um livro escrito por ele e ilustrado pelo japonês Yoshitaka Amano e O Livro dos Sonhos, uma série escrita a várias mãos, usando os conceitos criados por Neil Gaiman e expandindo o mito de Sandman. Ambos foram lançados recentemente no Brasil, pela Conrad Editora. Os próximos trabalhos de Neil Gaiman mostram bem o seu ecletismo para escrever para diversas mídias. Ele está finalizando um filme da irmã mais velha de Sandman, a Morte. O seu livro American Gods, uma fantasia urbana moderna, onde o autor coloca os mitos, deuses e lendas antigos na América contemporânea, tem até uma contagem regressiva do tempo que falta para o lançamento no seu site oficial, tamanha a expectativa. A previsão é que se torne um best-seller. Nos quadrinhos, está preparando uma antologia, em capa dura especial, chamada The Endless (em português, Os Perpétuos, como é conhecida a família de Sonho e seus irmãos: Morte, Destino, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio), com tramas de 10 a 25 páginas para cada um deles. Em sua primeira visita ao Brasil, em 1995, Gaiman não hesitou em afirmar que já havia "roubado" muitas idéias dos seus sonhos. Hoje, quase seis anos depois, seus textos continuam conquistando os leitores que, quando estão com uma de suas obras nas mãos, literalmente, sonham acordados. |
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