Luana Piovani diz: ‘homem ideal não existe’
- Atriz contracena com Selton Mello em 'A mulher invisível'.Filme de Claudio Torres estreia nesta sexta (5) nos cinemas.
- Ela tem pele, cabelo e corpo perfeitos. Anda de lingerie pela casa, perdoa traição e entende tudo de futebol. Amanda é a mulher perfeita, criada pela mente de Pedro (Selton Mello) e levada às últimas consequências por Luana Piovani, no filme “A mulher invisível”, que estreia nesta sexta-feira (5) nos cinemas. No elenco, estão também Maria Manoella e Vladimir Brichta.
- Na história, criada e dirigida por Claudio Torres (de “Redentor”), Pedro é um homem que ama demais. Sonha em ser feliz para sempre, em ter filhos. E ao chegar em casa com rosas vermelhas, descobre que está sendo traído e abandonado. Entre as reclamações da mulher insatisfeita (Maria Luisa Mendonça): “Você não me enxerga!”.
- Inconformado, ele cai em depressão. Se tranca em casa, enche a cara, para de trabalhar. Até que sua campainha toca no meio da noite e é ninguém menos que Amanda, a mulher ideal, dizendo ser sua mais nova vizinha e pedindo uma xícara de açúcar. A cena é forte demais para um espírito enfraquecido como o de Pedro, e ele desmaia. Ao acordar, encontra a loira perfeita em seu apartamento. Ela já arrumou tudo, organizou, limpou, deu ordem na casa. E ainda preparou uma sopinha, que dá a ele na boca, pacientemente, demonstrando preocupação maternal.
- Pedro se apaixona. O que mais um homem pode querer? “Claro que é uma visão completamente machista da mulher”, concorda Luana Piovani, para quem o papel de Amanda foi escrito especialmente. Numa das cenas, ao chegar em casa, Pedro encontra a namorada de calcinha e sutiã fazendo faxina. Em outra, ela está apenas de camisão, no sofá da sala, vendo (e torcendo!) um jogo de futebol da terceira divisão. “Mas dá para perdoar. Como ele é apaixonado por ela, perdoa-se tudo”, completa.
- Amanda, como o próprio título do filme antecipa, não existe. É produto da imaginação de Pedro –que passa vexames inenarráveis e cenas engraçadíssimas ao sair na rua com a namorada invisível. Para Piovani, se a mulher perfeita não existe, tampouco o homem. “O meu homem ideal seria parecido com o Pedro, ele é divertido. Mas homem ideal não existe. A gente acha que eles são machistas e quer que eles entendam por que gostamos tanto de debater a relação. Acho que principal, num relacionamento, é ter só os problemas reais. A vida já é tão difícil, e passa rápido.”
- Para se transformar na beldade que habita a imaginação de Pedro, a atriz tinha de encarar diariamente mais de duas horas de preparação. “Como ela era ideal, eu tinha que ser milimetricamente cuidada. Coloquei aplique no cabelo, unhas postiças. Ficava horas cacheando o cabelo. Eu tenho tatuagem, e a personagem não. Ficávamos um tempão cobrindo as tatuagens. Ai, durante a filmagem, a pele absorvia a maquiagem, o cabelo perdia o efeito. A gente tinha que retocar tudo, toda hora. No cinema, nosso cabelo é maravilhoso. A pessoa acorda linda. A Amanda é perfeita fisicamente, mas tinha uma equipe de 40 pessoas pra me produzir. Na vida real é outra história. Não existe perfeição em nada nem em ninguém.” A grande exposição de seu corpo no filme não foi problema para a atriz, que se diz satisfeita com a própria forma física e que fez questão de levar os próprios lingeries para usar em cena. “Queria estar confortável, e não permitir que nada me atrapalhasse durante as cenas. Já deixei de fazer algumas coisas no cinema por conta disso [cenas de nudez] e é algo que sempre me questiono. Revista masculina perde a arte, ficar fazendo pose com dedinho na boca. No teatro, por exemplo, não me sinto exposta”, afirma, com relação à peça “Pássaro da noite”.
- Questionada sobre os motivos que poderiam ter levado Torres a escrever o papel da mulher ideal justamente pensando nela, encerra: “Esse é o tipo de coisa que você não pergunta. Apenas agradece”.
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