G1 acompanha um dia de filmagem do 'Assalto ao Banco Central'
História se baseia no famoso roubo de R$ 164.7 milhões no Ceará.
Lima Duarte e Giulia Gam interpretam delegados que investigam o crime.
Ronaldo Pelli
Do G1, no Rio
Um crime cinematográfico. É assim que todo o Brasil se refere ao maior assalto a bancos da história nacional. Não é sem motivo: em agosto de 2005, um grupo de assaltantes cavou um túnel de cerca de 80 metros (quase um campo de futebol) e 70 centímetros de largura para roubar R$ 164,7 milhões da caixa forte do Banco Central em Fortaleza. O destino estava escrito: a história vai chegar às telonas.
“A história sempre me fascinou, me fascina ainda hoje, pela precisão cirúrgica dos assaltantes”, explicou o diretor Marcos Paulo, que estreia em cinema, depois de uma carreira longa na TV. “É uma história muito interessante” - adiciona Lima Duarte, que faz o delegado Amorim - “que comoveu o Brasil inteiro, que espantou o Brasil.”
O diretor explica, entretanto, que a intenção não é fazer um filme sobre a violência do crime, mas sobre a engenhosidade e a loucura que fez o grupo montar, como fachada, até uma empresa que venderia grama sintética, enquanto cavavam o buraco.
“O filme vai se concentrar não na ação, no tiroteio, mas na tensão, em que 11 pessoas, dez homens e uma mulher, têm uma relação louca, dentro do túnel, nessa espécie de prisão. Isso é o que me interessou”, argumenta Marcos Paulo.
Onze pessoas e um crime
Aliás o número de personagens não é exatamente mera coincidência. A franquia “Onze homens e um segredo”, protagonizada por Brad Pitt e George Clooney, é vista com uma espécie de referência. Mas com toques tropicais:
“O ‘Onze homens’ é com pessoas refinadas, uma versão americana, asséptica. A nossa versão, não. É barro, pé no chão, lama, é brasileiro, né?”, explica o diretor, no que é completado pela atriz Giulia Gam, que faz a delegada Telma: “Se não tivesse ocorrido o crime mesmo, poderia ser um filme apenas de perseguição, que os EUA fazem sempre, como o ‘Onze homens e um segredo’.”
A produtora Walkiria Barbosa aproveita para elogiar o extenso elenco que conta, além de Lima Duarte e Giulia Gam, com Milhem Cortaz, Hermila Guedes e Eriberto Leão, o triângulo amoroso que comanda a quadrilha.
“Os atores são espetaculares, porque são muitos personagens e a nossa intenção é que as pessoas se lembrem de cada um, após o filme.”
Mas o filme não é “só” baseado na história oficial. Mesmo porque, agora, cinco anos depois do crime, ninguém tem certeza absoluta do que aconteceu – antes, durante ou até depois do assalto. A produção fez pesquisas nos autos do processo, nos jornais, teve ajuda da Polícia Federal e do Banco Central: tudo para se fazer uma história ficcional, que se baseia no crime. Tudo para parecer de verdade.
Visita ao set
Para conhecer um pouco do clima das filmagens de "Assalto ao Banco Central" o G1 foi um dia ao set, localizado numa escola desativada no bairro do Alto da Boa Vista, na Zona Norte do Rio. Além do Rio, haverá filmagens em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, e, claro, no Ceará.
No dia, eram filmadas cenas em que a delegada Telma, representante de uma nova geração da polícia, adepta da tecnologia e de exames médicos para solucionar os crimes, e o delegado Amorim, da escola mais tradicional, baseada na intuição e que tenta entender a mente criminosa, contracenam.
O diretor Marcos Paulo é meticuloso: dirige cada gesto de Giulia Gam e Lima Duarte, reclama do cabelo da atriz com a cabeleireira, pede para ele se aproximar mais da tela do computador, conversa com a continuísta sobre a posição da mão de Giulia.
Na primeira cena, Telma fala ao telefone até que Amorim entra na cena e diz que o bandido havia escolhido a data do assalto como a data que figuraria na sua identidade. No meio da cena, passa um carro na rua anunciando produtos.
“Entrou o carro de rua?”, pergunta Marcos Paulo para Zezé D’Alice, que faz o som direto, que responde: “Não”, explicando que estava utilizando um tipo de microfone que capta o áudio de perto apenas.
A mesma cena é filmada em plano aberto, depois enquadrando Lima Duarte, em seguida, só Giulia Gam. O fotógrafo pergunta se pode mudar a lente que está usando, porque acredita que vai ficar melhor.
No intervalo, Lima Duarte passa cantando e, após derrubar um café no chão, comenta:
“Esse é o tipo de problema de fazer esse tipo de personagem. Quando era o Zeca Diabo era mais fácil – era todo sujo”, brinca, se referindo a um dos muitos tipos que fez na TV.
“Fiz 40 filmes e 50 novelas. Acho que fiz novelas de maior sucesso que filmes, porque eu fiz 40 filmes e é difícil você se lembrar de um filme que eu fiz”, comentou durante o intervalo para o almoço, completando, com a humildade típica dos grandes artistas que não precisam mostrar nada a ninguém: “Só esse ano eu faço cinco filmes. Vamos ver se eu acerto em algum.”
História se baseia no famoso roubo de R$ 164.7 milhões no Ceará.
Lima Duarte e Giulia Gam interpretam delegados que investigam o crime.
Ronaldo Pelli
Do G1, no Rio
Um crime cinematográfico. É assim que todo o Brasil se refere ao maior assalto a bancos da história nacional. Não é sem motivo: em agosto de 2005, um grupo de assaltantes cavou um túnel de cerca de 80 metros (quase um campo de futebol) e 70 centímetros de largura para roubar R$ 164,7 milhões da caixa forte do Banco Central em Fortaleza. O destino estava escrito: a história vai chegar às telonas.
“A história sempre me fascinou, me fascina ainda hoje, pela precisão cirúrgica dos assaltantes”, explicou o diretor Marcos Paulo, que estreia em cinema, depois de uma carreira longa na TV. “É uma história muito interessante” - adiciona Lima Duarte, que faz o delegado Amorim - “que comoveu o Brasil inteiro, que espantou o Brasil.”
O diretor explica, entretanto, que a intenção não é fazer um filme sobre a violência do crime, mas sobre a engenhosidade e a loucura que fez o grupo montar, como fachada, até uma empresa que venderia grama sintética, enquanto cavavam o buraco.
“O filme vai se concentrar não na ação, no tiroteio, mas na tensão, em que 11 pessoas, dez homens e uma mulher, têm uma relação louca, dentro do túnel, nessa espécie de prisão. Isso é o que me interessou”, argumenta Marcos Paulo.
Onze pessoas e um crime
Aliás o número de personagens não é exatamente mera coincidência. A franquia “Onze homens e um segredo”, protagonizada por Brad Pitt e George Clooney, é vista com uma espécie de referência. Mas com toques tropicais:
“O ‘Onze homens’ é com pessoas refinadas, uma versão americana, asséptica. A nossa versão, não. É barro, pé no chão, lama, é brasileiro, né?”, explica o diretor, no que é completado pela atriz Giulia Gam, que faz a delegada Telma: “Se não tivesse ocorrido o crime mesmo, poderia ser um filme apenas de perseguição, que os EUA fazem sempre, como o ‘Onze homens e um segredo’.”
A produtora Walkiria Barbosa aproveita para elogiar o extenso elenco que conta, além de Lima Duarte e Giulia Gam, com Milhem Cortaz, Hermila Guedes e Eriberto Leão, o triângulo amoroso que comanda a quadrilha.
“Os atores são espetaculares, porque são muitos personagens e a nossa intenção é que as pessoas se lembrem de cada um, após o filme.”
Mas o filme não é “só” baseado na história oficial. Mesmo porque, agora, cinco anos depois do crime, ninguém tem certeza absoluta do que aconteceu – antes, durante ou até depois do assalto. A produção fez pesquisas nos autos do processo, nos jornais, teve ajuda da Polícia Federal e do Banco Central: tudo para se fazer uma história ficcional, que se baseia no crime. Tudo para parecer de verdade.
Visita ao set
Para conhecer um pouco do clima das filmagens de "Assalto ao Banco Central" o G1 foi um dia ao set, localizado numa escola desativada no bairro do Alto da Boa Vista, na Zona Norte do Rio. Além do Rio, haverá filmagens em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, e, claro, no Ceará.
No dia, eram filmadas cenas em que a delegada Telma, representante de uma nova geração da polícia, adepta da tecnologia e de exames médicos para solucionar os crimes, e o delegado Amorim, da escola mais tradicional, baseada na intuição e que tenta entender a mente criminosa, contracenam.
O diretor Marcos Paulo é meticuloso: dirige cada gesto de Giulia Gam e Lima Duarte, reclama do cabelo da atriz com a cabeleireira, pede para ele se aproximar mais da tela do computador, conversa com a continuísta sobre a posição da mão de Giulia.
Na primeira cena, Telma fala ao telefone até que Amorim entra na cena e diz que o bandido havia escolhido a data do assalto como a data que figuraria na sua identidade. No meio da cena, passa um carro na rua anunciando produtos.
“Entrou o carro de rua?”, pergunta Marcos Paulo para Zezé D’Alice, que faz o som direto, que responde: “Não”, explicando que estava utilizando um tipo de microfone que capta o áudio de perto apenas.
A mesma cena é filmada em plano aberto, depois enquadrando Lima Duarte, em seguida, só Giulia Gam. O fotógrafo pergunta se pode mudar a lente que está usando, porque acredita que vai ficar melhor.
No intervalo, Lima Duarte passa cantando e, após derrubar um café no chão, comenta:
“Esse é o tipo de problema de fazer esse tipo de personagem. Quando era o Zeca Diabo era mais fácil – era todo sujo”, brinca, se referindo a um dos muitos tipos que fez na TV.
“Fiz 40 filmes e 50 novelas. Acho que fiz novelas de maior sucesso que filmes, porque eu fiz 40 filmes e é difícil você se lembrar de um filme que eu fiz”, comentou durante o intervalo para o almoço, completando, com a humildade típica dos grandes artistas que não precisam mostrar nada a ninguém: “Só esse ano eu faço cinco filmes. Vamos ver se eu acerto em algum.”
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