sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Lying GameSeason 1 (Parte 1)


Eu disse que não passaria do Piloto de The Lying Game. Pois bem. Eu menti para vocês.

Spoilers Abaixo:
Quando assisti a Series Premiere de The Lying Game, pela CBC Family, eu já sabia que não iria gostar. Proposta boba e previsível, com a história das gêmeas separadas ao nascer e que, mais tarde trocam de lugar, enquanto buscam pela mãe verdadeira.

Era tão ridículo que eu nem cogitei me torturar com mais de um episódio e o fato de a série ser baseada em livros da mesma autora de Pretty Little Liars, me deixava com mais vontade de fugir. Indo contra minha própria vontade – e talvez porque eu estava com poucas séries para ver naquela época – assisti ao segundo episódio, ao terceiro e assim, devorei a temporada inteira. Gostei muito. The Lying Game era a série teen cretina e crocante que eu estava procurando.

Como tudo feito pela ABC Family, a série é puro entretenimento. Sei que muitos acham que The Lying Game é terrível, mas garanto que em comparação com outras produções do mesmo canal, o roteiro é bem amarrado (na medida do possível). Tem lá seus absurdos, mas honestamente? Se eu continuei a ver The Lying Game é porque a parte ridícula e impossível dessa trama INÉDITA na TV mundial me divertiu horrores.

Não é uma série para se levar a sério. Quem fizer isso com certeza vai se decepcionar e se aborrecer. Como resolvi levar na brincadeira, sem que me desse conta, estava esperando ansiosa pelo próximo episódio. Viciei de verdade e comemorei a renovação. Mal posso esperar para ver o desenrolar dos acontecimentos deixados em aberto na Season Finale. E não é coisa pouca.

Algo que de certa forma impressiona na série é que o elenco. Apesar de não contar com grandes talentos da teledramaturgia,  o grupo é carismático. Alexandra Chando, que interpreta as gêmeas Sutton e Emma cumpre bem sua função. Faz a mocinha em busca de uma família para chamar de sua  e convence como a patricinha megaevil que só pensa em si mesma.

Blair Redford, que já havia conquistado as menininhas em Switched At Birth, é outro que consegue destaque como Ethan, o par romântico das meninas, trazendo aquela boa (e tradicional) briga de irmãs por  um único macho. Isso, é claro, sem contar com o grande destaque do núcleo adulto da série: Alec Ryback, interpretado por Adrian Pasdar.

Alec tem função importantíssima na série porque vive uma espécie de Super-Promotor. Sério. O cara voa e tem o pode de aparecer em qualquer vidraça de qualquer cidade do mundo em questão de minutos, só para concluir suas espionagens muito astutas. Ele é o grande vilão dessa história, manipulando, mentindo e enganando tão bem, que até ele mesmo cai em suas mentiras. O cara usa adolescentes para roubar laptops, tenta matar professores de balé e mantém uma amiga de colégio trancada num hospício. Ele é, por assim dizer, o grão-mestre do jogo da mentira, tendo Sutton como sua afilhada e maior aprendiz.

Lógico que não posso esquecer de mencionar que a adoção de Sutton e Emma é cheia de mistérios estranhos e segredos que destruiriam o mundo se fossem revelados. A mãe delas, por exemplo, além de talentosa pintora de tetos, é tia de Charlotte, uma das melhores amigas de Sutton, mostrando como a trama é bem amarrada e bem pensada. No fim, vamos descobrir que são todos parentes, pelo visto.

Há muitas outras delícias nesse roteiro, como Thayer, o garoto que foge da vida boa na casa de papai para jogar videogame em Los Angeles ou a busca interminável de Charlotte por um namorado de sovaco extremamente peludo e que seja um clone mal feito de Robert Pattinson. Não posso deixar de lado o drama de Madie, a garota que sonha em ser bailarina e ter um caso com o professor.

Laurel, a irmã de Sutton é outra com plot avantajado. Arrumou um namorado sem teto e órfão, que sabe coisas terríveis sobre Ted, o sogrão. Já Kristin, a mãe (adotiva) é aquela que não sabe de nada (será?) e que nem imagina que o marido médico esconde um monte de trapaças em seu passado.

Além do mais, há aquela pegada sobrenatural e até de ciência, com uma gêmea sonhando o sonho da outra, sentindo a dor da outra… Coisa linda de se acompanhar. Com tantos pontos positivos, não vejo alternativa a não ser aguardar o retorno dessa série tão crocante e tão cheia de suspense, que sabe como ninguém, honrar o nome que carrega.

The Lying Game (também conhecida pelos fãs como ‘Trocadas na Rodoviária’) cumpre tão bem sua função social e política que me fez entrar no jogo e ver uma temporada inteira. Eu tentei me enganar e fingir que ela não era feita para mim, mas mesmo quando jogamos com a mentira (tudumpá!) a verdade, cedo ou tarde, acaba aparecendo.

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