terça-feira, 26 de julho de 2011

Parentes e convidados vão ao funeral de

Amy Winehouse

Segundo BBC, cantora será cremada após 45 minutos de cerimônia.


Cantora Kelly Osbourne e outras foram vistas com o penteado de Amy.

Do G1, em São Paulo

O funeral de Amy Winehouse foi realizado nesta terça-feira (26), em Londres, três dias após a morte da cantora de 27 anos, cuja causa ainda não foi esclarecida. Parentes e amigos foram ao cemitério Edgwarebury.

De acordo com a BBC, após 45 minutos de cerimônia para 300 pessoas, incluindo o produtor Mark Ronson, o corpo seguiu para o crematório de Golders Green. A cantora Kelly Osbourne e outras convidadas foram vistas com o penteado de Amy. De acordo com o porta-voz da família, Mitch Winehouse, pai da cantora, contou "várias histórias da infância" de Amy. A cerimônia terminou com a música "So far away", de Carole King. "Boa noite, meu anjo, durma bem. Mamãe e papai te amam muito", disse Mitch no funeral.

O produtor Mark Ronson e a cantora Kelly Osbourne chegam ao funeral de Amy Winehouse nesta terça-feira (26) em Londres (Foto: AP) 
O produtor Mark Ronson e a cantora Kelly Osbourne chegam ao funeral de Amy Winehouse nesta terça-feira (26) em Londres (Foto: AP)
Segundo o tabloide britânico "Metro", o ex-marido de Amy, Blake Fielder-Civil, foi banido da cerimônia a pedido do pai da cantora. "Seria um completo insulto ele estar lá", disse Mitch. O jornal também diz que Blake ficou de fora do testamento de 10 milhões de libras, deixado pela cantora. O ex está preso cumprindo pena de 32 meses por roubo.

De acordo com publicações locais, incluindo o "Jewish Chronicle Online", fonte de informações da comunidade judaica britânica, a cerimônia segue preceitos da tradição judaica. A decisão teria sido tomada pelos pais de Amy, Mitch e Janis Winehouse, de famílias judias.
Causa segue indeterminada

Uma necrópsia realizada nesta segunda-feira (25) no corpo de Amy Winehouse obteve resultados inconclusivos sobre o motivo de sua morte. Amostras de sangue e tecidos foram colhidas para analisar a presença de drogas, álcool ou outras substâncias suspeitas no corpo de Amy.  Os resultados dos exames toxicológicos devem sair entre duas e quatro semanas.

O crematório de Golders Green, em Londres

Mais cedo, um porta-voz da Polícia Metropolitana de Londres havia descartado a existência de "circunstâncias suspeitas" em torno da morte de Amy Winehouse. Em outras palavras, a polícia não encontrou evidências de crime.

Segundo a BBC, o resultado do inquérito policial sobre as circunstâncias da morte não sairá antes 26 de outubro.

'Sobrinha, irmã e filha maravilhosa'
 
Durante a manhã de segunda-feira, Mitch Winehouse, pai de Amy, esteve em frente à casa da filha  e falou com os fãs no local. "Muito obrigado a todos por estarem aqui. Vejo vocês em breve", disse ele, que estava em turnê em Nova York quando soube da notícia.

A família de Amy Winehouse divulgou comunicado no domingo lamentando a morte da cantora. "Ela deixa uma lacuna em nossas vidas", diz a nota, que a define como "sobrinha, irmã e filha maravilhosa. Estamos nos reunindo para nos lembrar dela e gostaríamos de privacidade e espaço neste momento terrível."

O "Sunday Mirror" trouxe uma entrevista com a mãe da cantora, Janis, que disse acreditar que a morte da filha era "apenas uma questão de tempo" quando a encontrou, um dia antes de ela morrer.

'Sozinha na cama'
Em matéria de capa na segunda-feira, o tabloide "The Sun" afirmou que Amy estava morta em sua cama havia seis horas quando foi encontrada.

Segundo o jornal, a cantora fazia check-ups regulares de saúde por causa de sua batalha contra drogas e um médico a teria examinado na noite da sexta-feira. Tabloides publicaram relatos de que Amy teria comprado drogas, incluindo cocaína e ecstasy às vésperas de sua morte.

Chris Goodman, representante e amigo de Amy Winehouse, afirmou ao site TMZ neste domingo (24) que a cantora "morreu sozinha na cama".

Ainda segundo Goodman, a morte teria sido presenciada por um segurança particular, que havia sido destacado para cuidar de Amy. Foi este homem quem chamou o resgate, disse o assessor.

"Ela estava no quarto dela, depois de dizer que queria dormir. E quanto ele [o segurança] foi acordá-la, percebeu que ela não estava respirando", contou Goodman ao TMZ. "Ele chamou os serviços de emergência imediatamente. Ele estava em choque. Neste momento, ninguém sabe como ela morreu. Ela morreu sozinha na cama", completou.
BiografiaAmy Winehouse nasceu em Londres, em uma família judia. Começou a ouvir jazz quando criança e formou a primeira banda aos dez. Filha de uma farmacêutica e de um motorista de táxi, com o qual tinha uma relação conturbada, ela cresceu na área de Southgate, no norte de Londres. Seus tios maternos eram músicos de jazz profissional.

Aos 16 anos, Amy passou a cantar profissionalmente. O primeiro disco, "Frank", foi lançado quando ela completou 20 anos e produzido por Salaam Remi. O segundo trabalho, "Black to black", saiu em 2006. O disco foi produzido por Mark Ronson e tinha como banda de apoio os Dap Kings, que também se apresentaram recentemente no Brasil.

Foi "Back to black" que consagrou a cantora. O trabalho lhe rendeu cinco prêmios Grammy, o Oscar da música internacional.

A morte precoce de Amy Winehouse aos 27 anos se junta a uma trágica lista de roqueiros que também morreram nesta idade, por consequência direta ou indireta do uso de drogas, entre eles, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jim Morrison, Brian Jones e Jimi Hendrix.

A Inquilina: suspense investe em fórmulas fracas e não impressiona

Bom elenco é desperdiçado por história morna.

Avaliação: NOTA 4
 


Na indústria cinematográfica, os argumentos dos filmes têm se reciclado com o passar dos anos. São poucas as tramas que conseguem se opor ao clichê de uma forma realmente original, que causa impacto pela ousadia ou pretensão benéfica. Por um lado, os realizadores sabem o que o público quer ver, e contnuam batendo nas mesmas fórmulas. Não é questão de qualidade, mas basicamente de mercado mesmo.

O suspense passa um pouco por essa crise, ainda que minimizada pelas produções alternativas e independentes que chamam mais atenção do que a indústria americana. Em “A Inquilina”, vemos mais uma trama clichê se utilizar do bom talento de seu elenco para contar uma história simples sem sair da zona de conforto. O longa, vendido como um suspense sexy e avassalador, dá espaço para mais uma experimentação comum, sem grandes destaques.

Na trama, Juliet (Hilary Swank) é uma médica que passa por um momento difícil. Após encontrar seu companheiro com outra na cama, ela tenta recomeçar a vida longe dele. Então, Juliet decide procurar um novo apartamento que a faça se sentir em casa. Ela recebe uma ligação com uma oferta inacreditável em um prédio antigo. O dono do local, Max (Jeffrey Dean Morgan), acolhe a nova inquilina. Nas primeiras noites, Juliet percebe que o apartamento é estranho, já que barulhos a assustam. Com o tempo, ela descobrirá que o flerte com Max pode ser algo perigoso para aquela mulher fragilizada.

O roteiro de Antti Jokinen e Robert Orr não perde muito tempo colocando sua trama em suspensão. Já no começo, ficamos sabendo que Max está obcecado pela moça, que o considera um amigo, mesmo com a tensão sexual visível. Optar por esclarecer rapidamente as intenções da história é um risco, já que o roteiro não traz nenhuma outra reviravolta até o desfecho do longa. Assim como a protagonista, o público se torna impotente ao saber que Max é estranho e observa a heroína o tempo todo, mas o cara nunca tem o seu passado explorado para compreender que o tornou um homem perigoso.

De toda forma, alguns méritos existem. Antti Jokinen também ficou responsável pela direção, sempre bem cuidadosa nas cenas de tensão. Auxiliado pela direção de fotografia de Guillermo Navarro, excelente em “Um Drink no Inferno” e “O Labirinto do Fauno” e medíocre na saga “Crepúsculo”, algumas sequências geram certa tensão com a trilha sonora discreta, mas isso não supre a necessidade narrativa da geração dos conflitos. O público fica esperando o momento em que, obviamente, Juliet descobre tudo e tenta fugir do maluco.

Com dois Oscar na estante, a atriz Hilary Swank tem se perdido em sua filmografia por ser sempre boa demais para personagens menos complexos. A ingenuidade de Juliet não combina com o porte de Swank, deixando-a fora de contexto. Seu parceiro de tela, Jeffrey Dean Morgan, ator da segunda temporada de “Grey’s Anatomy” e de “Watchmen”, até esboça de maneira convincente a obsessão pela protagonista e a sua perversão, mas o roteiro nunca deixa claro os motivos dele.

A participação de Christopher Lee aparentava ser uma grande chave para o enredo, mas o ator é desperdiçado em poucas cenas significativas. O companheiro de Juliet, vivido por Lee Pace, também seria outra alternativa para apimentar a história, mas não tem tantas oportunidades. Dessa forma, o diretor nos leva a uma trama morna, sem grandes reviravoltas que empolguem ou que sequer faça o espectador se importar com o drama de Juliet.

“A Inquilina” é um suspense mais do mesmo, sem grandes intervenções ou descobertas. A forma passiva em que é visto pelo público chega a incomodar, mas não o faz um filme extremamente ruim. Apenas faltou boas ideias para uma produção da Hammer Films, que um dia nos trouxe produções de Drácula e Frankenstein, como “Drácula” (1958) e “A Maldição de Frankenstein” (1956), além de “O Fantasma da Ópera” (1962). Parece que os bons tempos demoram a voltar.
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Diego Benevides é editor chefe, crítico e colunista do CCR. Jornalista graduado pela Universidade de Fortaleza (Unifor), atualmente é pós-graduando em Assessoria de Comunicação, pesquisador em Audiovisual e professor universitário na linha de Artes Visuais e Cinema. Desde 2006 integra a equipe do portal, onde aprendeu a gostar de tudo um pouco. A desgostar também.

Assalto ao Banco Central: filme mergulha no humor involuntário

O longa é mais engraçado que alguns exemplares recentes do humor nacional. A tragédia é que o filme não é uma comédia.

Avaliação: NOTA 2
 
 

O verdadeiro furto que aconteceu ao Banco Central em Fortaleza foi algo hollywoodiano.  Cerca de R$ 164 milhões sumiram do cofre do prédio sem que um tiro sequer fosse disparado. A complexidade do túnel cavado para o crime impressionou até mesmo profissionais da engenharia. A trama tinha tudo para gerar um filme espetacular. Esse não é o caso de “Assalto ao Banco Central”.

Ficcionalizando os eventos reais, os roteiristas focam sua história em um “gênio do crime” conhecido apenas pela alcunha de Barão (Milhem Cortaz). Após ter a ideia do furto, ele e sua amásia, Carla (Hermila Guedes), passam a contratar uma equipe para ajudá-lo no ataque, em uma sequência que lembra muito “Onze Homens e um Segredo”, diga-se de passagem, inclusive com apresentações engraçadinhas para alguns membros da quadrilha.
A partir daí, acompanhamos em paralelo as investigações do Delegado Amorim (Lima Duarte) e de sua especialista forense Telma (Giulia Gam), com o longa adotando uma montagem não-linear para intercalar as duas narrativas, com o planejamento do furto e Amorim interrogando os suspeitos do crime. É, exatamente como em “O Plano Perfeito”, de Spike Lee.
Um dos grandes problemas do filme é sua falta de identidade, roubando diversos elementos de produções conhecidas, o que resulta em uma completa falta de tom próprio. Utilizar ideias de outros trabalhos é algo comum. O que mata é quando essas referências impedem a produção de encontrar uma voz, com os ecos dos referenciados se mostrando mais presentes que a própria fita.

Tentando remediar esse defeito, os roteiristas investem pesado em alívios cômicos e em frases de impacto, que acabam por agravar a situação, tendo em vista que tais excessos acabam dando à produção um clima kitsch, que gera situações ridículas de humor involuntário. O filme ainda perde em tensão, com o espectador já sabendo quem será preso ao longo da projeção não só por conta da montagem não-linear, mas por conta da verdadeira metralhadora de clichês com a qual somos fuzilados durante a projeção. Destarte, o humor, mesmo que involuntário, é o elemento que acaba prevalecendo.

Enquanto os personagens de Gero Camilo e Tonico Pereira até que funcionam (com exceção de uma gag escatológica que não tem nenhuma função na trama), o afetadíssimo Devanildo, vivido por Vinicius de Oliveira, se torna uma caricatura ridícula, em um raro exemplar de figura que deve ofender os religiosos e os defensores dos direitos dos homossexuais ao mesmo tempo.

É difícil falar em caricaturas sem citar o Barão e sua amante, Carla. O primeiro, vivido pelo talentoso Milhem Cortaz, parece um vilão saído dos filmes para DVD de Steven Seagal. Sempre com um tom de voz controlado, o criminoso não mostra grandes emoções mesmo em uma briga que deveria ser passional, anda de maneira rígida e solta fraes de efeito a torto e a direito.  O Barão é uma figura que seria mais interessante se o longa abraçasse a tosca visão que tem do personagem. Falemos sério, não dá para respeitar alguém  que chega em cena falando “Romeu e Julieta eram peixinhos num aquário” como se fosse a coisa mais inteligente do mundo.

E Carla… Bem, está lá para ser “a sedutora”, sempre fazendo caras e bocas com ajuda de cigarros e chicletes. Chega a ser triste assistir uma ótima atriz como Hermila Guedes passar por um papelão desses. Como quase todos os personagens que vemos em cena, Carla é completamente unidimensional e desinteressante, sendo definida apenas pela sua função em tela, jamais sendo mostrada com qualquer profundidade.

Aliás, interessante notar que essa profundidade que falta aos larápios é inserida de maneira forçada nos policiais. A vida pessoal de Telma e o jeito de veterano de Amorim são tão martelados na cabeça do espectador que se torna impossível não notar que tais características só estão lá para dar algo com que Giulia Gam e Lima Duarte pudessem trabalhar e criar alguma tensão entre os dois. Se torna mais barulho, não algo que agregue à produção.

Tentando encher linguiça, o roteiro ainda enfia uma dupla de policiais corruptos na trama, cuja participação simplesmente não se resolve dentro da história, sendo um subplot inútil que chega do nada e não dá em lugar nenhum, servindo apenas para complementar a metragem do longa e marcar mais um clichê na listinha.

O pior é que, conhecendo os talentos envolvidos, não dá para culpar os atores. O cineasta Marcos Paulo tomou uma série de decisões equivocadas quanto ao projeto, a começar pela estrutura narrativa, que inviabiliza desnecessariamente boa parte das surpresas que a projeção poderia reservar. As sequências de ação também não são lá muito primorosas, tendo uma cena de perseguição envolvendo um caminhão-cegonha que é simplesmente constrangedora.

Outro erro do diretor foi depender da trilha sonora exagerada para tentar (sem sucesso) gerar alguma tensão, com as composições mais servindo para acentuar os absurdos vistos em cena do que para qualquer outra coisa. Um exemplo claro disso são as entradas “triunfais” do Barão, todas pontuadas pela trilha de maneira risível.

Sem jamais reconhecer os próprios exageros e desperdiçando um ótimo elenco, “Assalto ao Banco Central” é mais uma tentativa frustrada de criar um novo “Tropa de Elite”, se juntando a “Segurança Nacional” e “Federal” na fila dos rejeitados. A única lição que a fita deixa é que se você joga xadrez com você mesmo duas vezes, o resultado é que você perde. Duas vezes.

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Thiago Siqueira
 é crítico de cinema do CCR e participante fixo do RapaduraCast. Advogado por profissão e cinéfilo por natureza, é membro do CCR desde 2007. Formou-se em cursos de Crítica Cinematográfica e História e Estética do Cinema.

Assalto ao Banco Central: 

um constrangimento sem limite

Filme de Marcos Paulo passa longe de mostrar a genialidade dos bandidos que realizaram o maior roubo a banco do Brasil.

Avaliação:  NOTA 2
 
 

Em 2005, o assalto ao Banco Central parou o País e repercutiu no mundo inteiro. A audácia e a inteligência da quadrilha que roubou cerca de R$ 164 milhões e deixou um buraco subterrâneo em Fortaleza (CE) se tornou inesquecível na memória popular. Até que demorou para a Globo Filmes se apropriar da história e levá-la ao cinema, até mesmo porque o caso ainda vive suas brechas. A ficção criada a partir do livro homônimo mostra que a pretensão pode render um longa completamente incapaz de fazer jus a esse grande evento, oferecendo apenas um desfile de caricaturas e, principalmente, constrangimento.

A trama ficcional é focada em Barão (Milhem Cortaz), o chefão do crime e idealizador do assalto. A ideia era ficar rico da noite para o dia, por mais que isso lhe custasse muito dinheiro, uma equipe altamente preparada e meses de trabalho sujo. Ao lado de sua namorada Carla (Hermila Guedes), eles convocam uma comitiva para pensar como entrar no Banco Central de Fortaleza sem deixar pistas, burlando a vigilância eletrônica e sem disparar um tiro sequer. Ao lado de Mineiro (Eriberto Leão), os contatos são feitos e uma equipe inteligente entra para o grande roubo. A recompensa de cada um é a quantia singela de R$ 2 milhões, sendo irrecusável para aquelas personas corrompidas.

Logo no início, somos apresentados à formação da quadrilha de uma forma bastante didática.  O roteiro de Renê Belmonte, um dos autores do livro, nos força a engolir as competências dos envolvidos, sem nem dar um background mínimo sobre suas personalidades e a importância de integrarem a equipe. Nem mesmo Barão consegue justificar seu poder aos olhos do espectador, o que piora pela atuação caricata de Milhem Cortaz, que sempre aparece em momentos chave proferindo uma frase de efeito e embalado por uma trilha sonora de ameaça. Ingenuidade das mais antigas achar que uma personalidade se constrói apenas por isso.

As falhas do script continuam. Com a equipe formada, lá para as tantas começa uma montagem paralela que mistura o planejamento do assalto e as investigações pós assalto, com os interrogatórios dos criminosos. O resultado, que era para ser positivo, não exprime nenhuma importância da escolha desse tipo de montagem, muitas vezes se confundindo entre si e não criando grandes panoramas do que aconteceu em Fortaleza. A partir desse ponto, temos dois arcos narrativos, o que envolve os assaltantes e as investigações. Ao invés de somarem, disparam para a falta de harmonia na contação da trama.

O diretor Marcos Paulo, que faz sua estreia no cinema, demonstra vulnerabilidade em achar que apenas dessa forma construirá aquele universo pretensioso do assalto, mas acaba não passando segurança alguma em sua estratégia. Paulo é um diretor de televisão sem igual, tendo realizado ficções históricas como “Roque Santeiro”, “Dancin’ Days” e “A Indomada”, e assumiu o filme em uma fase difícil da sua vida. Entretanto, ele mostra o tipo do cineasta brasileiro influenciado por produtoras de grande poderio, no caso a Globo Filmes, que autoriza seus “diretores” a realizar uma série ou uma novela e vender como cinema. A linguagem adotada aqui é extremamente novelesca, sem investir em planos ou movimentações de câmera consideráveis. Até mesmo as locações parecem mais saídas de um sitcom, o que prejudica, por exemplo, ao reproduzir a imensidão do túnel criado pelos bandidos.

Então daí por diante, a narrativa se desgasta de forma irrecuperável, optando por diálogos infames, cheios de frases de efeito e personagens estereotipados. Talvez quem mais sofra com isso seja Hermila Guedes, fantástica atriz que despontou com “O Céu de Suely”. Ser femme fatale é fácil para ela, mas o texto a idealiza com tanta falsidade que, em uma determinada cena, é quase impossível não rir enquanto sua personagem Carla visita o túnel de salto alto nos pés. Cortaz, como foi falado, tenta incorporar o vilão canastrão, bem vestido e supostamente inteligente. Sua única dimensão vista é patética. Há uma tentativa em americanizá-lo, talvez uma espécie de Anton Chigurh, de “Onde os Fracos Não Têm Vez”, sem sucesso.

O pior mesmo é ver o experiente Lima Duarte ser inserido em conflitos clichês e forçado a reproduzir os diálogos pouco inspirados do roteiro. A maravilhosa Giulia Gam se perde na tentativa de mostrar a nova geração de investigadores, antenada nas novas tecnologias e sem muito tempo para a vida pessoal. Outro clichê pouco tragável. Ainda vale citar Vinícius de Oliveira, que encantou o mundo ao lado de Fernanda Montenegro em “Central do Brasil”, ao interpretar de forma amadora o irmão religioso de Carla, cheio de tiques e tremeliques cartunescos.
Não há uma liga que sustente “Assalto ao Banco Central” como uma boa produção do cinema brasileiro, não suprindo as expectativas lançadas na mídia. É lamentável ver uma história realmente de cinema se perder em uma experimentação pífia, que não empolga no drama ou sequer na ação. Que fique claro que o fracasso não é por ser cinema brasileiro, que tem realizado melhores produções para circuito fechado do que para bilheterias estrondosas. O fracasso é por não ser cinema em momento algum. É apenas uma experiência de constrangimento sem limite.

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Diego Benevides é editor chefe, crítico e colunista do CCR. Jornalista graduado pela Universidade de Fortaleza (Unifor), atualmente é pós-graduando em Assessoria de Comunicação, pesquisador em Audiovisual e professor universitário na linha de Artes Visuais e Cinema. Desde 2006 integra a equipe do portal, onde aprendeu a gostar de tudo um pouco. A desgostar também.
26 jul as 07h00
 
Trechos de letras de Amy Winehouse. Se isso não é depressão das pesadas, me contem o que é:

Tentaram me mandar para a reabilitação (Rehab)
Eu disse não, não, não
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber
Eu não tenho tempo
(de Rehab)
Eu me enganei
Sabia que me enganaria
Bem que te disse que eu era encrenca
Você sabe que não presto
(De You know I’m no good)
Eu e minha cabeça alucinada
E minhas lágrimas secas, continuo sem meu cara
Você voltou para o que já conhecia
Saindo para longe de tudo o que nós passamos
E eu trilho um caminho atormentado
Minhas chances são muitas, vou de novo cair na tristeza [...]
Nós só dissemos adeus com palavras
Eu morri centenas de vezes
Você volta para ela
E eu volto para a tristeza [...]
Te amo muito
Não é o bastante
Você gosta de cheirar e eu gosto de fumar
E a vida é como um cachimbo
E eu sou uma minúscula moeda rolando parede adentro.
(De Back to Black)
Tudo o que posso ser pra você
É a escuridão que já conhecemos [...]
Quando ele vai embora
O sol se põe
Ele leva o dia embora, mas eu sou crescidinha
E de um jeito ou de outro
Neste tom triste
As minhas lágrimas secam por conta própria
(De Tears dry on their own)
Para você fui uma chama
O amor é um jogo perdido
Um fogo de cinco andares quando você chegou
O amor é um jogo perdido
(De Love is a losing game)
Quando você fuma toda minha maconha, cara
Você tem de chamar o traficante, cara
Assim eu tenho a minha e você tem a sua
(De Addicted, ou seja, Viciado)
e que a consumiu
amy getty ok Amy Winehouse e o mundo que a gerou – e que a consumiu
Amy Winehouse parecia ter, dentro daquele corpinho frágil, quebradiço, uma negona americana, dessas que soltam o berreiro no gospel ou se esgoelam no melhor rhythm & blues.

Experimente ouvir de olhos fechados Mr. & Mrs. Jones, que está no álbum de maior sucesso dele, Back to Black (de 2006). E também Rehab. E tantas outras. Ninguém haveria de dizer que a voz vem de uma criatura tão esquálida, tão dramaticamente indefesa, tão desesperadamente carente – uma inglesinha criada num bairro periférico de Londres, de família de classe média baixa e limitadas perspectivas de vida.

Southgate, o bairro em que ela nasceu e que a explica bastante, a ela e à música dela, fica no norte de Londres, apesar deste South, Sul, aí do nome. Tem um setor agradável, arborizado, de casas afluentes, e um centro movimentado, de mistura étnica e atmosfera proletária.

O bairro tem sua peculiaridade no número de sinagogas (Winehouse era de origem judaica), de maçons, de indianos ricos e de pubs, e olha que estamos falando de Londres, a capital mundial dos pubs.

Andei pesquisando as fotos dela. Não há uma única em que ela apareça sorrindo de forma plena, espontânea. “A menina triste” (como a imprensa inglesa a chamou, nos necrológios prontos com enorme e previsível antecedência) não conseguiu suportar a luminosa explosão de seu próprio talento e o preciosismo radicalmente atormentado que, se serviu de alimento para sua feroz criatividade, também acabou por levá-la à autodestruição.

O bicho da depressão a comeu por dentro. E a exigência que ela – de aparência tão desleixada – tinha consigo mesma.

Amy Winehouse deixa obra pequena se comparada a outras estrelas pop que partiram cedo como ela, Jim Morrison, Kurt Cobain, Janis Joplin. Mas, na qualidade, faz parte do primeiro time.

Vermeer não chegou a pintar 40 quadros em toda a sua vida e os holandeses o colocam no mesmo nível de Rembrandt e de Van Gogh. James Dean fez três filmes, e está no panteão de Hollywood. Elizabeth Bishop desponta entre os três maiores poetas americanos do século 20 tendo escrito apenas 50 poemas.

Amy Winehouse nunca chegou a divulgar o tão prometido terceiro álbum.

A arte não se mede por centimetragem.


FONTE: http://noticias.r7.com/blogs/nirlando-beirao

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Terceiro álbum de Amy Winehouse foi adiado por ida à reabilitação

Segundo revista 'People', novo disco já estaria pronto.
É aguardada para setembro participação de Amy em disco de Tony Bennett.

Do G1, em São Paulo

O público vibrava quando Amy bebia água, a única bebida que ela tomou (Foto: AP) 
Amy durante show no Brasil (Foto: AP)
 
Um suposto terceiro álbum da cantora inglesa Amy Winehouse, encontrada morta neste sábado (23/07/2011) em seu apartamento na Inglaterra, sofreu atrasos por causa da última internação da cantora numa clínica de reabilitação. As informações são da revista "People", em matéria publicada em maio deste ano.

Segundo fonte citada pela revista, o disco estaria pronto. "Ela finalmente terminou o álbum e está pronto para sair. Eles estavam prestes a definir uma data de lançamento e isso [a internação] aconteceu. Eles não podem dar uma data específica até que eles saibam que ela vai sair."

O disco, no entanto, já havia sido anunciado para janeiro deste ano, e não saiu. Em julho de 2010, a cantora disse ao "Metro" que o trabalho sairia em seis meses. Durante a entrevista, Amy disse que as músicas soariam muito parecidas com aquelas ouvidas em "Back to black", de 2006.

Na mesma época, no entanto, o produtor Mark Ronson garantiu que as faixas nem haviam começado a ser gravadas. "Amy não começou a trabalhar em seu próximo disco ainda. Quando ela tiver 10 músicas, vamos ao estúdio juntos."

A última música lançada por Amy foi um cover de "It's my party", incluída em um disco do produtor Quincy Jones, lançado no ano passado. Também é aguardado para setembro o lançamento de uma participação da inglesa cantando "Body and soul" no novo disco do cantor Tony Bennett.

25/07/2011 07h30 - Atualizado em 25/07/2011 11h42

Necrópsia de Amy é confirmada para segunda-feira, diz polícia

Cantora de 27 anos foi encontrada morta neste sábado em sua residência.


Segundo imprensa britânica, funeral pode ser realizado na terça-feira.

Do G1, em São Paulo

 A necrópsia no corpo da cantora inglesa Amy Winehouse será realizada ainda nesta segunda-feira (25), informou a polícia de Londres. O funeral deve ser realizado na terça-feira, segundo a rede de TV BBC.

Mitch Winehouse, pai de Amy, foi fotografado nesta segunda-feira na porta da casa de sua filha. Ele estava cumprindo agenda de shows em Nova York no fim de semana. Mitch agradeceu o apoio e apertou a mão de fãs de Amy. O "Daily Mail" traz uma entrevista com a mãe da cantora, Janis, que disse acreditar que a morte da filha era "apenas uma questão de tempo" quando a encontrou, um dia antes de ela morrer. Ela também foi vista na frente da casa da filha nesta segunda.



No domingo (24), tabloides ingleses publicaram relatos de que Amy teria comprado drogas, incluindo cocaína e ecstasy, às vésperas de sua morte. A polícia avaliou que especulações sobre as circunstâncias do óbito são "inadequadas".



Os pais de Amy Winehouse, Mitch e Janis, em frente à casa da cantora nesta segunda-feira (25) (Foto: Reuters) 
Os pais de Amy Winehouse, Mitch e Janis, em frente à casa da cantora nesta segunda (25) (Foto: Reuters)
O superintendente Raj Kohli disse no sábado estar "ciente das informações que sugerem que sua morte é consequência de uma overdose de droga, mas quero destacar que a autópsia ainda não foi realizada e que é impróprio especular sobre a causa do falecimento."


A confirmação sobre a morte de Winehouse foi feita na manhã de sábado [horário de Brasília] por um porta-voz da Polícia Metropolitana.


"A polícia foi chamada pelo serviço de emergência de Londres para o endereço na Camden Square pouco depois das 16h05 de hoje [horário local], sábado, 23 de julho, seguindo relatos de que uma mulher foi achada desacordada", dizia a primeira nota divulgada pela polícia de Londres.


Segundo o texto, a cantora, de 27 anos, foi declarada morta ainda no local. As investigações, também segundo a nota, estariam em "estágio inicial" e a morte estaria "sendo tratada como não esclarecida."



Durante a tarde e a noite de sábado, dezenas de fãs e curiosos se reuniram diante da casa onde Amy vivia, na Camden Square, para prestar as últimas homenagens. Havia muitos brasileiros.


"Eu não esperava estar aqui e presenciar a remoção do corpo de Amy. Fiquei chocada", disse ao G1 estudante Vitória Cipolla, 28, que testemunhou o momento em que policiais carregaram o corpo de Amy para fora da residência.


Marc Riddle, 26, que morava ao lado da casa de Amy, disse que "ela era uma boa menina". "Eu a vi por aqui diversas vezes. Nunca houve problemas", garantiu.


Rotina de escândalos
Alvo constante dos tabloides ingleses por sua rotina de abuso de drogas, brigas e escândalos conjugais com o ex-marido, Blake Fielder-Civil, também viciado em drogas, Amy foi presa por duas vezes em 2008.



Um dos seus principais hits, "Rehab", falava sobre suas constantes idas às clínicas de reabilitação. A faixa está no álbum "Back to black", de 2006, último lançado pela cantora. Rumores sobre um próximo álbum circulavam há tempos, mas uma das poucas gravações oficiais de Amy a ver a luz no período foi um cover de "It's my party", incluída em um disco do produtor Quincy Jones, lançado no ano passado.


De acordo com o semanário musical "NME", o terceiro álbum da cantora teria sido concluído, mas enfrentava problemas de finalização por conta da rotina tumultuada de Amy.

Volta aos palcos tumultuadaAmy Winehouse chegou a se apresentar em turnê pelo Brasil em janeiro deste ano, com shows em Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. A passagem dela pelo Brasil, no começo deste ano, prometia marcar a volta por cima da popstar britânica.




O que se viu em suas apresentações, no entanto, foram shows curtos, marcados por uma presença de palco tímida e pontuados por alguns momentos constrangedores, quando a cantora esquecia as letras de suas próprias músicas e deixava o palco por alguns instantes sem dar satisfações.


No mês passado, a cantora britânica abandonou uma turnê pela Europa após ter sido vaiada durante show na Sérvia por estar aparentemente bêbada durante a performance.


Durante 90 minutos, Amy balbuciou partes de suas canções e deixou o palco várias vezes, enquanto a banda continuava o show.

Repercussão mundial
Em nota divulgada nesta tarde, a Universal, gravadora da cantora, afirmou estar profundamente triste com a perda repentina de uma "musicista talentosa, cantora e intéprete". "Nossas orações vão para a família de Amy, amigos e fãs neste momento difícil", finalizou o texto.




mãe amy (Foto: AP) 
Janis, mãe de Amy, é consolada por um amigo
nesta segunda-feira (25) em frente à casa da filha
(Foto: AP)
Produtor do disco "Back to black", o inglês Mark Ronson comentou sua relação com a cantora em comunicado divulgado pelo site da BBC. "Ela era minha alma gêmea musical e como uma irmã para mim. Este é um dos dias mais tristes da minha vida".


Entre os primeiros a se manifestar no microblog Twitter foi o backing vocal da cantora, Zalon (no Twitter, @Zalon). "Uma parte de mim morreu hoje. Nos conectamos por caminhos que vou valorizar para sempre. Você sabe o quanto eu te amo. RIP AmyWinehouse", desabafou o artista.
Também no Twitter, a revelação da música soul Janelle Monáe, que abriu os shows de Amy Winehouse no Brasil em janeiro, diz que seu "coração está pesado".


"Meu coração está com os dois familiares de Amy Winehouse, entes queridos. Orando por sua força durante este tempo", diz Janelle.

O cantor Mayer Hawthorne, que também abriu shows de Amy no Brasil, postou que está profundamente triste. "Rest in peace Amy. Thank you for everything ['Descanse em paz, Amy. Obrigado por tudo', em inglês]", diz.

BiografiaAmy Winehouse nasceu em Londres, em uma família judia. Começou a ouvir jazz quando criança e formou a primeira banda aos dez. Filha de uma farmacêutica e de um motorista de táxi, com o qual tinha uma relação conturbada, ela cresceu na área de Southgate, no norte de Londres. Seus tios maternos eram músicos de jazz profissional.
 


Amy Winehouse durante show em Belgrado, em que foi vaiada (Foto: AP) 
Amy Winehouse durante show em Belgrado, no
qual foi vaiada (Foto: AP)
Aos 16 anos, Amy passou a cantar profissionalmente. O primeiro disco, "Frank", foi lançado quando ela completou 20 anos e produzido por Salaam Remi. O segundo trabalho, "Black to black", saiu em 2006. O disco foi produzido por Mark Ronson e tinha como banda de apoio os Dap Kings, que também se apresentaram recentemente no Brasil.


Foi "Back to black" que consagrou a cantora. O trabalho lhe rendeu cinco prêmios Grammy, o Oscar da música internacional.


A morte precoce de Amy Winehouse aos 27 anos se junta a uma trágica lista de roqueiros que também morreram nesta idade, por consequência direta ou indireta do uso de drogas, entre eles, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jim Morrison, Brian Jones e Jimi Hendrix.

sábado, 23 de julho de 2011

23/07/2011 13h44 - Atualizado em 23/07/2011 17h50

Cantora Amy Winehouse é encontrada morta em Londres

Polícia confirmou que encontrou corpo da cantora em sua casa.
Ela morreu aos 27 anos; Álbum 'Back to black' ganhou 5 prêmios Grammy.

Do G1, em São Paulo
 
 A cantora Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa, em Londres, neste sábado (23), segundo a Polícia Metropolitana de Londres. Ela tinha 27 anos e um histórico de envolvimento com álcool e uso de drogas.
Um porta-voz da polícia confirmou que o corpo estava na residência da cantora no bairro de Camden e que o motivo da morte ainda não foi esclarecido.
Policiais retiram corpo de Amy Winehouse em Londres (Foto: AFP) 
Policiais carregam corpo de Amy (Foto: AFP)
 
"A polícia foi chamada pelo serviço de emergência de Londres para o endereço na Camden Square pouco depois das 16h05 de hoje [horário local], sábado, 23 de julho, seguindo relatos de que uma mulher foi achada desacordada", diz a nota divulgada pela Polícia Metropolitana de Londres.

Segundo o texto, a cantora foi declarada morta ainda no local. "As investigações sobre as circunstâncias da morte continuam. Neste estágio inicial, ela está sendo tratada como não esclarecida."

Em novo pronunciamento da Polícia Metropolitana, por volta das 17h (Brasília) deste sábado, um porta-voz reforçou que ainda não foi feito nenhum exame no corpo de Amy e que é cedo para especular sobre a relação entre a morte e uso de drogas.

Antes, o site especializado em celebridades TMZ divulgou que uma necrópsia no corpo da cantora será realizada neste domingo. A publicação diz ainda que o pai da cantora, que estava em Nova York, está retornando a Londres.

Alvo constante dos tabloides ingleses por sua rotina de abuso de drogas, brigas e escândalos conjugais com o ex-marido, Blake Fielder-Civil, também viciado em drogas, Amy foi presa por duas vezes em 2008.

Um dos seus principais hits, "Rehab", falava sobre suas constantes idas às clínicas de reabilitação. A faixa está no álbum "Back to black", de 2006, último lançado pela cantora. Rumores sobre um próximo álbum circulavam há tempos, mas uma das poucas gravações oficiais de Amy a ver a luz no período foi um cover de "It's my party", incluída em um disco do produtor Quincy Jones, lançado no ano passado.

De acordo com semanário musical "NME", o terceiro álbum da cantora teria sido concluído, mas enfrentava problemas de finalização por conta da rotina tumultuada de Amy.

Volta aos palcos tumultuada

Amy Winehouse chegou a se apresentar em turnê pelo Brasil em janeiro deste ano, com shows em Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. A passagem dela pelo Brasil, no começo deste ano, prometia marcar a volta por cima da popstar britânica.


O que se viu em suas apresentações, no entanto, foram shows curtos, marcados por uma presença de palco tímida e pontuados por alguns momentos constrangedores, quando a cantora esquecia as letras de suas próprias músicas e deixava o palco por alguns instantes sem dar satisfações.

No mês passado, a cantora britânica abandonou uma turnê pela Europa após ter sido vaiada durante show na Sérvia por estar aparentemente bêbada durante a performance.

Durante 90 minutos, Amy balbuciou partes de suas canções e deixou o palco várias vezes, enquanto a banda continuava o show.

Placa de Camden Square, onde Amy morreu (Foto: AFP) 
Placa de Camden Square, onde Amy morreu (Foto: AFP)
 
Repercussão mundial
 
Em nota divulgada nesta tarde, a Universal, gravadora da cantora, afirmou estar profundamente triste com a perda repentina de uma "musicista talentosa, cantora e intéprete". "Nossas orações vão para a família de Amy, amigos e fãs neste momento difícil", finalizou o texto.


Amy Winehouse durante show em Belgrado, em que foi vaiada (Foto: AP) 
Amy Winehouse durante show em Belgrado, no
qual foi vaiada (Foto: AP)
 
Entre os primeiros a se manifestar no microblog Twitter foi o backing vocal da cantora, Zalon (no Twitter, @Zalon).

"Uma parte de mim morreu hoje. Nos conectamos por caminhos que vou valorizar para sempre. Você sabe o quanto eu te amo. RIP AmyWinehouse", desabafou o artista.


Também no Twitter, a revelação da música soul Janelle Monáe, que abriu os shows de Amy Winehouse no Brasil em janeiro, diz que seu "coração está pesado".

"Meu coração está com os dois familiares de Amy Winehouse, entes queridos. Orando por sua força durante este tempo", diz Janelle.

O cantor Mayer Hawthorne, que também abriu shows de Amy no Brasil, postou que está profundamente triste. "Rest in peace Amy. Thank you for everything ['Descanse em paz, Amy. Obrigado por tudo', em inglês]", diz.


BiografiaAmy Winehouse nasceu em Londres, em uma família judia. Começou a ouvir jazz quando criança e formou a primeira banda aos dez. Filha de uma farmacêutica e de um motorista de táxi, com o qual tinha uma relação conturbada, ela cresceu na área de Southgate, no norte de Londres. Seus tios maternos eram músicos de jazz profissional.

Aos 16 anos, Amy passou a cantar profissionalmente. O primeiro disco, "Frank", foi lançado quando ela completou 20 anos e produzido por Salaam Remi. O segundo trabalho, "Black to black", saiu em 2006. O disco foi produzido por Mark Ronson e tinha como banda de apoio os Dap Kings, que também se apresentaram recentemente no Brasil.

Foi "Back to black" que consagrou a cantora. O trabalho lhe rendeu cinco prêmios Grammy, o Oscar da música internacional.

A morte precoce de Amy Winehouse aos 27 anos se junta a uma trágica lista de roqueiros que também morreram nesta idade, por consequência direta ou indireta do uso de drogas, entre eles, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jim Morrison, Brian Jones e Jimi Hendrix.
Amy Winehouse: Corpo da cantora 
é levado para autópsia;
namorado acompanha
Cantora, de 27 anos, foi encontrada morta em sua casa, em Londres, neste sábado (23/07/2011)

QUEM Online; Foto Getty Images e AP
Getty Images
AP
O diretor Reg Traviss, namorado de Amy Winehouse
 
O corpo de Amy Winehouse foi levado da casa da cantora para a autópsia no início da noite deste sábado (23). Ela foi encontrada morta em sua residência, em Londres, por volta das 16h (horário local). A polícia ainda não divulgou as causas da morte.

O namorado de Amy, Reg Traviss, acompanhou a retirada do corpo da cantora da casa de longe.


De acordo com a imprensa internacional, uma ambulância do Serviço de Emergência chegou a ser chamada, mas os médicos pouco puderam fazer porque a cantora já se encontrava morta. "Na chegada oficiais encontraram o corpo de uma mulher de 27 anos de idade, que foi declarada morta no local. Os inquéritos continuam sobre as circunstâncias da morte", disse uma fonte ao jornal inglês "The Sun".

Aos 27 anos, Amy possuía histórico de uso de drogas e álcool. A causa da morte ainda não foi divulgada.
 Getty Images Getty images
Fãs homenageiam Amy Winehouse colocando flores no portão da casa da cantora
Kelly Osbourne sobre Amy Winehouse:
"Perdi uma das minhas melhores amigas"
No Twitter, filha de Ozzy Osbourne discutiu com usuário por conta da morte da cantora inglesa

QUEM online; Foto Getty Images
  Getty Images
Kelly Osbourne ao lado de Amy Winehouse
 
Kelly Osbourne precisou cancelar sua presença no casamento da socialite Kim Kardashian, marcado para este final de semana, por conta da morte de Amy Winehouse. Em seu Twitter, a filha de Ozzy Osbourne, que era muito amiga da inglesa, lamentou a perda. "Não estou conseguindo respirar agora. Estou chorando muito. Acabei de perder uma das minhas melhores amigas. Te amo para sempre Amy e nunca vou te esquecer."


Kelly também se irritou com os comentários de um seguidor que a questionou por não ter ajudado Amy a deixar o vício. "Vocês está de brincadeira comigo, né? Você não faz ideia do que você está falando. Seu eu estivesse no seu lugar eu calaria a boca. Perdi a minha amiga. Ficarei fora do Twitter por um tempo. Obrigada a todos pelo apoio."

Amy Winehouse, de 27 anos, foi encontrada morta pela polícia de Londres em sua casa no bairro de Camden, na tarde deste sábado (23). Afastada dos palcos depois de uma turnê fracassada pelo Brasil e por alguns países da Europa, ela lutava contra o vício em álcool e drogas.
Amy Winehouse: última aparição pública da cantora
Cantora inglesa, de 27 anos, se apresentou ao lado da afilhada na quarta-feira (20/07/2011
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Quem Online
Amy Winehouse dividiu o palco com a afilhada em sua última aparição pública, na quarta-feira (20/07/2011)
 
Amy Winehouse subiu ao palco pela última vez na quarta-feira (20/07/2011). 

A cantora inglesa, que foi encontrada morta em sua casa no bairro de Camden, em Londres, na tarde deste sábado (23), se apresentou ao lado da afilhada, Dionne Bromfield, no evento "iTunes Festival 2011", que aconteceu no norte da capital inglesa. Usando uma blusa preta, a cantora deu um caloroso abraço na jovem e dançou durante a performance de "Mama Said" 

 
Em 2009, Dionne, então com 13 anos, contou com a ajuda de Amy Winehouse para lançar seu primeiro disco. "A primeira vez que eu a vi cantar não pude acreditar no que eu estava ouvindo. Ela tem uma voz maravilhosa para alguém tão jovem. Ela é muito melhor do que eu era na idade dela. Estou orgulhosa dela", disse Amy na época. O álbum de estreia da pupila da cantora britânica foi lançado pelo selo de Amy, o Lioness Record.
Amy Winehouse: Autópsia deve acontecer
em até 24 horas
Segundo o site "Radar Online", polícia ainda não revelou a causa da morte. Cantora inglesa tinha 27 anos
QUEM Online; Fotos AP
AP
A polícia de Londres ainda investiga as causas da morte de Amy Winehouse, de 27 anos. De acordo com o site "Radar Online", a autópsia no corpo da cantora deve acontecer em até 24 horas. "A autópsia não foi agendada ainda, mas é improvável que ocorra antes de amanhã. Em caso de assassinato pode ser feita em poucas horas, mas não foi o que aconteceu. Então é provável que aconteça entre amanhã e segunda-feira (25) nessas circunstâncias", disse um porta-voz da Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres).

 
Na tarde deste sábado (23), autoridades inglesas atenderam uma ocorrência no bairro de Camden. "A polícia foi chamada pelo Serviço de Ambulâncias de Londres para um endereço em Camden Praça NW1 pouco antes das 16h. Na chegada oficiais encontraram o corpo de uma mulher de 27 anos que foi declarada morta no local", disse uma fonte.

Aos 27 anos, Amy possuía histórico de uso de drogas e álcool. A causa da morte ainda não foi divulgada. Em junho, Amy Winehouse cancelou por "problemas de saúde", segundo seus representantes, toda sua turnê europeia. No início do mesmo mês, ela havia deixado uma clínica de reabilitação em Londres. 

Em um comunicado oficial, a gravadora Universal confirmou a morte de Amy Winehouse e lamentou a perda. "Estamos profundamente entristecidos com essa perda repentina de uma artista tão talentosa. Nossas orações estão com a família de Amy, seus amigos e fãs neste momento tão difícil."
Amy Winehouse era “adorável e inteligente”, 
afirma Tony Bennett
Cantor, de 84 anos, foi a última pessoa que trabalhou com a cantora inglesa


QUEM Online; Foto: Getty Images
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Tony Bennett, de 84 anos, foi a última pessoa a trabalhar com Amy Winehouse. Em entrevista ao site da “US Magazine”, ele afirma que a cantora inglesa, encontrada morta em sua casa em Londres neste sábado, era "uma artista de imensas proporções”. Os dois gravaram a música "Body and Soul", no Abbey Road Studios, em Londres, no mês de março.

“Estou profundamente triste ao saber de sua morte trágica. Ela era extraordinária, com uma intuição rara como cantora e estou realmente arrasado por saber que seu talento excepcional chegou a um fim tão cedo. Ela era uma pessoa adorável e inteligente e, quando nós gravamos juntos, ela fez uma performance comovente e extraordinária", disse o cantor.
 
Os backing vocals da cantora que estiveram com Amy Winehouse em sua vinda ao Brasil em janeiro se manifestaram por meio do Twitter.

“Uma parte de mim morreu hoje. Nós éramos conectados em caminhos que vou valorizar para sempre. Você sabne que eu te amo muito”, afirmou
Zalon. “Meu Deus, eu nao posso acreditar nist. RIP, Amy. Te amo, garota”, disse Heshima.

23/07/2011 - 16:30

Amy Winehouse: a maior de seu tempo

A perda da cantora e a inevitável comparação com outros ídolos da música versus o apelo da mídia

Marcelo Ferla 
 
A inevitável relação da morte de Amy Winehouse com a de grandes artistas de outros tempos – de Hendrix a Cobain, só pra ficar em Seattle –, vai render (está rendendo, neste mundo tão instantâneo) obviedades, clichês e teorias conspiratórias, mas não há como evitar a comparação. A questão aqui é (tentar) acertar o foco e ser menos perverso do que a realidade. Como Janis Joplin, e Jim Morrison, e Kurt Cobain, Amy era acima da média. Era a maior cantora de seu tempo, tão grande que, mesmo que sua fragilidade tenha rendido uma obra escassa, e que seus últimos atos tenham sido vexatórios, revelando uma cover de si mesmo, ela conseguiu influenciar dezenas de garotas entusiasmadas com a soul music renovada que fazia. 

Como todos os seres humanos, Amy tinha problemas pessoais para resolver. Sua condição de grande artista fazia torná-los públicos. Muito por causa da mítica dos velhos ícones do rock, geniais, drogados e prostituídos por si mesmos, a indústria aprendeu e ajudou a fomentar que uma pessoa como ela é suficiente para vender, independentemente de seus dotes artísticos. Como a capacidade de Amy de gerar ou mesmo propagar sua arte estava prejudicada há tempos, explorar seu sofrimento sem constrangimento era a chance que restava de não perder esta fonte de lucro. E desde que fazer jornalismo e inventar celebridades é vendido como farinha do mesmo saco, ter um factoide humano deste nível à disposição é sempre bom negócio. 

Sendo assim, a morte de Amy Winehouse aos 27 anos não é surpresa nem novidade. Kurt Cobain, um heroi da geração MTV, também agonizou em praça pública e saiu de cena como quem denuncia que não é possível aguentar tamanha pressão (mais do que qualquer coisa, incapacidade de lidar consigo mesmo quando o mundo te idolatra). A morte de Amy, uma heroína dos tempos de twitter e facebook, repete a dose, mas não vai mudar a maneira de o mundo tratar deste tema. O próximo artista da fila vai ser ainda mais explorado. A perversidade da indústria faz com que o sofrimento de gente como Amy Winehouse se transformem em apelo midiático. Mas ela apelava pela própria vida.
Foto:  Getty Images
Amy Winehouse em um dos shows da turnê brasileira, no início deste ano