II Séries Para Se Abandonar
| Opinião |Pois é, a temporada acabou e você ainda não conseguiu terminar de assistir a todos os episódios de suas séries? Possui mais de 20 GB de episódios acumulados? Claro que tem! Você é um série maníaco, afinal de contas! O problema é quando seu vício por seriados não consegue ser suprido de forma completa e você precisa parar de ver algumas coisas. Não para poder viver, porque você provavelmente não tem vida própria, mas porque o dia só tem 24 horas.
É hora de revolucionarmos o conceito de série maníaco e passar a apreciar apenas as coisas boas dessa vida. Hora de fazer cortes profundos e tristes. Hora de abandonar séries que sempre foram ruins, mas que víamos pela hype. Hora de abandonar aquela série que foi boa por 4 temporadas, mas que só te fez passar raiva nos últimos 3 anos. Hora de abrir espaço na sua agenda para coisas novas e boas que vêm por aí.
Então, vamos para o 2º Post Anual de Séries para se Abandonar! (Pra quem ainda não viu as séries que abandonamos ano passado, é só clicar aqui).
Spoilers Abaixo:
Vou dar um exemplo pessoal. Desde o dia 1º de Setembro de 2010 até o dia em que vos escrevo (26/06/11), eu assisti 885* episódios de 78 séries diferentes. Colocando uma média de 30 minutos por episódio, eu perdi cerca de 18,44 dias da minha “vida”. Isso porque eu só estou contando episódios dessa temporada, nada de maratonas loucas e episódios aleatórios vistos para gravar algum podcast. Além disso, possuo por volta de 64 GB de episódios acumulados porque, é claro, não tive tempo de ver tudo.
No meio de tantas séries e episódios, vocês acham que TUDO que eu assisto são séries classe A como Battlestar Galactica, Six Feet Under e Doctor Who? Infelizmente não. Minha lista possui coisas vergonhosas e/ou bizarras como Outsourced, The Hard Times of RJ Berger, Bedlam e Top Chef: Canada .
As séries não estão em ordem, porque isso não faria o menor sentido nesse post.
The Hard Times of RJ Berger
Essa série estreou no ano passado com a história de um loser bem dotado. Um Hung adolescente, por assim dizer. Apesar de nunca ter sido uma ótima série, sua primeira temporada brincava com os clichês de séries adolescentes de forma bem legal e conseguiu nos entreter por algum tempo.
O problema é que a segunda temporada mostrou quão raso são todos os personagens e a série começou a se transformar em sua própria caricatura. A Jenny, que era o amor da vida do RJ simplesmente deixou de ser o suficiente pra ele. Seus pais, que na primeira temporada possuíam uma ótima e bizarra química se separaram e viraram duas crianças que ninguém suportava mais assistir. Fora o relacionamento da mãe com o professor de educação física, que foi uma das coisas mais hediondas e sem sentido mostradas na TV.
Por fim, ainda tivemos o rival do RJ virando gay, no fim da temporada, só pra gerar um buzz qualquer e a Lily grávida do RJ, mesmo tendo transado com ele apenas uma vez, há mais de um ano, sendo que ela está pegando aquele outro garoto desde o meio da temporada. Ah, faça-me o favor! Chega, não dá mais!
My Life As Liz
Outra série teen que caiu no mesmo problema de RJ Berger, foi My Life as Liz. Sua primeira temporada, recheada de músicas excelentes, contou a história de uma menina perdida (apesar de, muitas vezes, ser bem segura de si) que percebeu que não precisava andar apenas com seus amigos mega nerds, mas que ela também tinha coisas em comum com a “patricinha” do colégio e até teve um rola-não-rola casinho com o simpático Bryce.
Como os atores usavam seus nomes reais dentro da série, muitas vezes era difícil saber se o programa se tratava de uma ficção ou da vida da Liz, de fato. Tudo na série era bem real e palpável, apesar de algumas intrigas, brigas e confusões, não tem nenhuma trama da primeira temporada que você pode dizer “ah, isso nunca aconteceria na vida real”.
E esse trunfo que a série possuía se perdeu por completo na segunda temporada. O Bryce virou um retardado, a Liz começou um triangulo amoroso e a série se transformou nas “aventuras de uma menina muito louca na cidade de NY, arrumando altas confusões”. Sério, virou um filme da Sessão da Tarde e isso é inadmissível.
The Big Bang Theory
Bazinga. Há… há…¬¬
Sério, não tem mais como rir disso. Depois de tantas temporadas acho que já está claro pra todo mundo que os únicos personagens que funcionam na série são a Penny e o Sheldon. A interações entre os dois sempre foram os pontos altos de qualquer episódio.
O problema é que, como não tem mais nada (ou ninguém) para tomar esse posto de vez em quando, o formato nos cansou de forma muito rápida. Quem, assim como eu, conseguiu chegar ao fim dessa quarta temporada (tendo que assistir ao namoro do Leonard com a insossa da Priya e doses cavalares da robozinha Amy Farrah Fowler) ou tem TOC, e não consegue abandonar uma série no meio de uma temporada veterana, ou é alguém com uma grande resistência a dor e sofrimento.
Mas é hora de ser feliz, minha gente! Abandonem enquanto ainda há tempo!
American Idol
Esse eu acho que vai ser fácil de te convencer a parar de assistir: Scott foi o campeão desse ano! Ainda não te convenci?
Essa temporada tivemos pessoas realmente boas (James, Casey, Pia e Haley, por exemplo) mas o formato do programa não permite que os melhores vençam, mas os mais populares. Eu sei que a premissa do programa é essa e da mesma forma que eu não assisto o BBB por esse motivo, estou parando oficialmente de assistir American Idol.
Fora a falta que o Simon faz ao programa e as duas horas por semana (por quase 40 episódios) que o reality me consome! Imagine só você abandonando Idol e tendo mais duas horas livres para se deliciar com outras coisas bem melhores? Você pode assistir SEIS episódios de comédia no lugar, ou TRÊS episódios de drama. Isso sim é um ponto positivo para um série maníaco.
Glee
Entendo quem gostou da primeira temporada, de verdade! Tudo ainda era novidade. Uma série musical? Quem diria! Os episódios foram passando e quem possui um mínimo de senso crítico começou a perceber que a hype era infinitamente maior que a qualidade do programa em si.
O que se esperava de uma boa série musical era um bom roteiro teen que, a partir de então, iria procurar músicas que se encaixassem dentro da história que eles queriam contar. O problema de Glee é que acontece exatamente o contrário disso. Eles pegam uma música que estão doidos para apresentar e tentam encaixar uma história qualquer ao redor da música. Com isso, é claro, os roteiros ficam mais rasos que poça d’água em dia de sol e não existe paciência suficiente no mundo que me faça continuar assistindo isso.
Hora de abrir espaço na sua agenda para série de qualidade, é hora de cancelar Glee da sua vida!
House
Ah, House! O que aconteceu com você? A série foi excelente até o terceiro ano e, a cada nova temporada, tem se tornado algo maçante e previsível. Perdeu-se a magia por trás do personagem-título, suas dores e traumas não saem mais do lugar-comum e nem o roteiro mais é tão caprichado como costumava.
Lembro-me que a pesquisa para se fazer um episódio da primeira temporada demorava meses, eles tomavam todo o cuidado de fazer algo completamente crível tanto dentro dos parâmetros médicos quanto dentro do universo da série e da cabeça louca de Gregory. Hoje em dia, sai cada coisa que, como estudante de Farmácia, me dói assistir.
A saída do elenco principal foi o primeiro passo para o pulo do tubarão, que aconteceu no fim dessa temporada. Entraram personagens nada carismáticos: um suicida que eu nem me lembro mais o nome, a 13 chatilda que está pra morrer a uns três anos e nada de piorar (ela se torna ainda mais insuportável quando começa a namorar o Foreman/ outras mulheres) e o Taub que, como o nome já diz, é uma tábua, completamente plano e desinteressante (pior ainda é eles tentarem fazer com que a gente se importe com seu casamento falido, faça-me um favor!).
Quando o problema eram somente os personagens secundários ainda dava para aguentar, já que o Hugh Laurie é um ator tão bom que, muitas vezes, consegue facilmente carregar a série nas costas. Daí chegamos nessa temporada que cumpriu muito bem o papel de tornar um dos melhores personagens da história da TV em um bocó. Sério, o melhor adjetivo pro House, hoje, é bocó.
House era um personagem profundo, com dores (físicas e emocionais) jamais imaginadas por nenhum outro ser vivo. Ele sempre fez pegadinhas, colocou seu interesse de resolver a charada na frente da vida de pacientes, magoou pessoas… mas o House da primeira temporada seria incapaz de jogar um carro dentro da sala de alguém, ainda mais da Cuddy!!
Vocês podem falar que ele não é mais o mesmo personagem da primeira temporada, que ele passou por muita coisa desde então… bullshit! Por mais que ele tenha sofrido com a perda da Cuddy e com tudo mais que aconteceu com ele, isso está completamente fora das possibilidades reais do personagem.
E o que vai acontecer agora? Ele vai praticar medicina na selva? Ops, esquece, Off The Map já acabou. Porque se ele voltar a trabalhar no hospital vai ser ainda mais ridículo. Então pra gente se poupar de passar mais raiva, é hora de abandonar! O máximo que, talvez, me permita fazer vai ser assistir aos episódios especiais que fogem da cansativa fórmula.
The Killing
Narrativa lenta não é problema, quando uma história é boa e envolvente. The Sopranos, The Wire e Boardwalk Empire são provas vivas. Agora pense em uma narrativa extremamente arrastada, com uma trama batida, cheio de elementos repaginados de Twin Peaks, uma protagonista que abusa de feições amarguradas e chuva, muita chuva.
The Killing é a típica série que se esforça para transmitir um ar superior e inteligente, mas acaba nem arranhando a ponta do iceberg. Toda a prepotência de The Killing e o season finale apelativo e barato só me faz responder a pergunta mais importante da série com outra pergunta: “Who killed Rosie Larsen?” eu digo, Who gives a shit?
The Middle
É o tipo de comédia que não incomoda a ninguém, mas que também não te traz aquele prazer de assistir séries. Encaixo ela junto com Gary Unmarried e The New Adventures of Old Christine. Séries bobinhas, que fazem passar o tempo, mas que não acrescentam em nada na sua vida seriadora. Não tem uma trama relevante que você não consegue se esquecer ou não parou de rir. É bonitinha, familiar, mas não sai do lugar. Os episódios de Thanksgiving das duas temporadas são praticamente o mesmo, por exemplo.
No entanto, a gente está aqui para revolucionar e elevar o padrão das coisas que você assiste. Então trate de abandonar isso para ver coisas muito melhores como Community ou Parks and Recreation.
Nurse Jackie
Pensei que meu ódio pelo cancelamento de United States of Tara pudesse me cegar quando fosse criticar Nurse Jackie, mas não acho que seja o caso.
Ripada descaradamente de House (outra série que estamos abandonando), a história de uma enfermeira viciada em remédios para dor começou com possibilidades muito legais. Eddie Falco é uma excelente atriz e realmente faz a diferença, o problema é que o roteiro não ajuda.
Toda semana vemos a Jackie se entupindo de remédios e o “caso da semana” onde ela ajuda algum paciente necessitado das mais sombrias formas. Uma verdadeira fora-da-lei, eu poderia dizer. Entre os remédios e os pacientes, somos obrigados a ver personagens secundários rasos gastar nosso precioso tempo. A Akalitus é tão forçada que chega a dar dó e o Coop é outro que eu não aguento mais ver a cara. O restante nem me incomoda tanto, mas também poderiam facilmente sair que eu não iria dar falta.
O maior problema, porém, é a falta de consequências para os atos da Jackie. Eles descobriram que ela é uma drogada, ninguém fez nada. Um monte de gente sabe da traição dela ao marido, nada acontece. Ela rouba remédios do hospital a torto e a direito e nenhuma investigação mais profunda é feita. Fala sério! Assim é muito fácil fazer uma série. Coloca o que quiser na tela e bola pra frente? Não! Chega. Queremos algo bem escrito, bem pensado, que nos desafie e surpreenda.
Chuck
Depois de uma primeira temporada fraquinha, Chuck cresceu bastante e teve duas temporadas com um nível tão elevado que eu fiquei quase cego com as poucas críticas que ouvia.
Porém, a quarta temporada chegou e a coisa começou a ficar complicada. Aceitamos numa boa o fato do pai do Chuck ter sido o espião que criou o Intersect, mas colocar a mãe dele como a vilã-que-não-era-vilã não deu. Foi um caminho fácil e óbvio demais, durante todo o percurso.
Chuck e Sarah funcionaram muito bem como o casal que se gostava, mas não poderia ficar junto. E isso é algo muito raro, vocês não têm idéia. No entanto, foi só eles ficarem juntos de verdade que o casal bonitinho e fofinho se tornou insuportavelmente meloso. Até os problemas que eles enfrentaram como casal eram do tipo que conseguia matar um diabético, de tanto açúcar.
Fora os twists que eram pra nos chocar e acabou virando palhaçada: a doce menina, filha do vilão, que também vira vilã. O vilão que, na verdade, era um cientista palerma que usou um Intersect com problema e que, no fim das contas, TAMBÉM não era vilão. O Chuck perdendo o Intersect e ganhando 100 milhões de dólares por ser filho do amigo desse ex-vilão (oi?) e por último, e não menos desinteressante, o Morgan se tornando o novo Intersect.
Meu único problema em abandonar Chuck é saber que a próxima será a sua última temporada, mas acho que consigo. E vocês?
Chegamos ao fim e minhas perguntas são:
- Quais dessas séries você vai abandonar?
– Quais outras séries deveriam ter entrado nesse post?
– Quais outras séries deveriam ter entrado nesse post?
Abraços e até a próxima.
* Quem quiser pode ver as minhas notas para cada episódio que assisti, clicando aqui.
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