quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Modern Family, 

a 7ª melhor série da atualidade

Lucas Müller | Opinião, Top Maníacos


48 episódios. 960 minutos. 16 horas. E apenas dois dias. Como homenagem a sétima melhor série da atualidade, fiz uma maratona que envolveu todos os episódios já exibidos. Agora, dentro desta perspectiva fresca, ofereço a vocês minhas impressões desta série que sempre quis começar a ver, mas que nunca o tinha feito.

Informações importantes sobre a lista: esse top 10 foi formado através de uma votação entre os colaboradores do Série Maníacos. Cada um escolheu três séries diferentes, que ainda estão no ar dando notas de 1 a 3. A série com a maior nota depois da somatória geral ganhou o título de “A Melhor Série da Atualidade”. Dexter e Breaking Bad fazem parte da lista de melhores séries da década, portanto fica claro que elas já estão entre as melhores séries da atualidade, na opinião dos colaboradores desse blog. Apenas séries veteranas com mais de uma temporada foram consideradas, ou seja, produções aclamadas como Game of Thrones não entraram. A lista será atualizada semanalmente até a medalha de ouro.

Quando Modern Family surgiu, há quase dois anos, seus produtores Christopher Lloyd (não, não é o Doc Brown) e Steven Levitan criaram uma estrutura de falso documentário para mostrar algumas das histórias de seus próprios familiares, meio que tornando este show na representação das famílias de todos nós. E essa foi uma aposta que deu muito certo. Gostaria de saber quem não se apaixonou pelos personagens logo no seu episódio piloto, pois eu não fui imune ao charme dos integrantes destas três famílias ao mesmo tempo tão diferentes, mas tão próximas. E a surpresa ao final quando é revelado que aquelas três famílias na verdade era uma só? Foi a conclusão ideal para um episódio que considero um dos melhores do seriado (quem não se lembra da apresentação de Lily ao estilo Rei Leão?). Ao apostar em personagens extremamente carismáticos, adotar uma estrutura não tão comum em comédias (similar à de The Office) e fugir das risadas de estúdio, Modern Family conseguiu atingir um público fiel que encontrou nesta combinação a sua dose de risadas semanais.

A primeira temporada da série foi devorada por mim quase que sem parar. Toda novidade é viciante, não é? E os 24 episódios foram embora voando, dentre risadas e sorrisos. Alguns que merecem destaque são: o piloto, “The Incident”, “Coal Digger”, “En Garde”, “Fizbo”, “Fears”, “Game Changer” e os três últimos episódios “Airport 2010”, “Hawaii” (“Oh, não! Ela vai achar que está no Vietnã novamente!”) e “Family Portrait”. Mas não posso deixar de mencionar o depoimento de Gloria ao fim do terceiro episódio “Come Fly With Me”, em que ela conta que sempre quis ter uma filha, então vestia Manny de garotinha até um ano de idade e quando ele descobriu fotos, ela inventou que era sua irmã gêmea que tinha morrido. Sério, ao ouvir isso e ainda ver a reação de Jay, ri muito! Foi um dos momentos mais engraçados pra mim. Bizarro, mas crível!

Comecei a segunda temporada no dia seguinte e acho que foi aí que talvez o maior problema do seriado ficou visível pra mim. À medida que os episódios iam passando, era perceptível que a empolgação com a novidade ia sendo substituída por um cansaço. Talvez, a maratona que fiz tenha tornado esse detalhe um pouco mais perceptível, mas é natural o desgaste, principalmente de alguns personagens, e a natureza episódica de Modern Family torna isso ainda um pouco mais acelerado. Me diverti bastante, não me entendam errado, mas minhas primeiras oito horas com a família Pritchett foram bem mais aproveitadas. Destaco “Manny Get Your Gun”, “Caught in the Act”, “Regrets Only”, “Dance Dance Revelation” e “Halloween”.

Que a série tem um enorme leque de personagens adoráveis, isso é inegável. As crianças são um caso a parte, desde o sonso Luke até o adulto Manny, passando por Alex, a impagável Haley e seu namorado Dylan, e a doce e blasè Lily. Dentre os adultos, é difícil não se divertir com o sangue latino impulsivo de Gloria (apesar de achar que ela foi a personagem que mais se desgastou ao longo da duas temporadas), com os comportamentos opostos de Cam e Mitch ou com o rabugento Jay, que é nada mais nada menos do que Al Bundy, o chefe de família mais inesquecível das comédias politicamente incorretas. Quem acha que Peggy Bundy (atualmente, Katey Sagal está em Sons of Anarchy) deveria aparecer em um episódio como ex-namorada de Jay?

Agora, meu grande favorito e, com certeza, uma das grandes razões para o sucesso estável do seriado é Phil Dunphy. O personagem de Ty Burrell é impossível de não gostar, é um tipo de “nosso querido idiota”. Sua filosofia de como se lidar com os outros, especialmente seus filhos, sua forma de se mostrar sempre animado e juvenil e sua quase ingenuidade são interpretados excepcionalmente por Ty, o que já lhe proporcionou indicações aos prêmios SAG e Emmy. Entre seus melhores momentos estão sua fobia de palhaços, seu choro no carro ao descobrir o fim dos acampamentos em família e, é claro, seus olhares para a câmera em alguns momentos, sendo o único personagem a quebrar a chamada “quarta parede” e a ter “consciência” do nosso testemunho de suas aventuras.

Acredito que Modern Family tem tudo para ainda ficar muitas temporadas no ar. Ainda existem muitas situações em família para serem abordadas, principalmente com o inevitável amadurecimento dos personagens mais jovens. Entretanto, acho que seria interessante abandonar mais vezes sua abordagem episódica, o que funcionou muito bem no final da primeira temporada. Talvez essas histórias mais longas, que se estendem por mais de uma semana ajudem a evitar o desgaste natural pelo qual a história pode passar. Mas, sem sombras de dúvidas, Modern Family é uma das melhores comédias na atualidade e, depois de passar tantos anos desiludido com esse tipo de seriado (acho que o último que acompanhei foi Seinfeld), ela me fez ter vontade de voltar àquele tempo em que eu não apenas procurava me sentir intrigado pelas séries, mas também as procurava para me divertir e poder me sentir leve com um sincero sorriso no rosto.

Em Tempo de Conceitos Descartados: Vocês sabiam que originalmente o documentarista que faz as entrevistas com as famílias seria um personagem fixo que seria apaixonado pela Claire, enquanto Mitchell seria apaixonado por ele? É… Para algumas ideias o melhor é o descarte mesmo.

Em Tempo de Recomendação: Mencionei os Bundies no texto e aqui recomendo o seu seriado Married… with Children, que foi a primeira série da minha vida. Aqui no Brasil, ela foi exibida com o nome de “Um Amor de Família” e, apesar de achar que o seu humor tenha envelhecido um pouco (afinal falamos de uma série que iniciou em 1988), acredito que o seu humor ácido e incrivelmente politicamente incorreto é algo que pouco se faz até hoje em dia. Foi um sarcasmo que me moldou, então, fica a dica.
:)
8ª – 30 Rock
 

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