Seg, 12 de setembro de 2011 - 04h44
10 anos depois, do pré ao pós, o 11 de Setembro em uma lista de 11 filmes
Recomendações que retratam o universo da tragédia americana.
O ATENTADO
1. Vôo United 93 (United 93, 2006) é uma viagem sem volta. Imagens tremidas, edição viva, diálogos reais, tudo parece de verdade. Tudo foi verdade. 11 de setembro de 2001. O mundo estava com os olhos vidrados na colisão das torres gêmeas. No mesmo dia o vôo da United Airlines 93 também era parte do plano e foi seqüestrado. E exatamente o que aconteceu nesse vôo é o que assistimos (perplexos) nos 111 minutos hipnotizantes da película.
WORLD TRADE CENTER
11 de Setembro de 2001. O dia amanhece em Nova York. A rotina parece tomar conta de tudo, até que o World Trade Center é atingido por dois aviões. Informações desconexas, pessoas desesperadas, o caos instala-se nas ruas da cidade. Nada de Torres Gêmeas (World Trade Center, 2006) atingidas e ou atos de terrorismo. O que vale aqui é o drama de dois homens, e tudo que é percebido vêm dos olhos de quem vivenciou toda a história real.
POLÍTICA DO MEDO
3. Leões e Cordeiros (Lions for Lambs, 2007) é um mosaico de três histórias que unem personagens que simplificam a sociedade americana, sem acobertar posições ou ideais. Todos na mesma realidade americana da política do medo. Um Senador ambicioso (Tom Cruise, incomum no seu roll de personagens), uma jornalista experiente (Meryl Streep, de diálogos sensacionais e respostas milimetricamente sarcásticas), um professor idealista (Robert Redford, só na classe), um aluno promissor (Andrew Garfield) e dois soldados (Derek Luke e Michael Peña) rumo à guerra contra o terror.
MENTIRAS SINCERAS VS. VERDADES ESCABROSAS
4. Zona Verde (The Green Zone, 2010) mostra como um oficial do exército americano, um agente da CIA e uma jornalista descobrem da pior maneira todas as mentiras bélicas do governo Bush… No meio da guerra do Iraque. Após 11/09, o governo americano invade o Iraque como a justificativa de procurar armas químicas de destruição em massa, e derrubar um governo ditatorial. E sabemos como um espiral de informações e contra-informações podem fazer mentiras sinceras interessarem mais do que verdades escabrosas.
JOGO SUJO
5. Jogo de Poder (Fair Game, 2010) é a história real de uma agente secreta da CIA que teve sua identidade levada à público de forma misteriosa, na época da fracassada operação de encontrar armas de destruição em massa no Iraque. Bomba de fumaça? Jogo de interesses? E de que lado está a verdade? A ação é movida pelos diálogos e traz os espetaculares Naomi Watts e Sean Penn nos papéis principais, a obra funciona muito bem como complemento ao excelente Zona Verde (2010).
GUERRA DO AFEGANISTÃO
6. Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2008) é sobre desarmar bombas e viver com o risco a cada momento no Iraque ocupado. Não há explosões a cada cena, ou firulas típicas de filmes de ação. O fator é mais humano que acelerado. A tensão apresenta uma visão particular e diferente da guerra. E mesmo num local dito pacificado, a morte pode estar em cada esquina. Enterrada no meio do nada, dentro de carros, homens e até crianças bomba. Não há ufanismo americano, nem é a favor da guerra.
NO FRONT
7. O documentário Restrepo (2010) é um retrato incisivo de um pelotão americano no Vale Korengal, o lugar mais violento e perigoso do Afeganistão. Entre tiros e conflitos, que a câmera passeia constantemente no fogo cruzado, o público tem a sensação de estar na linha de fogo. Entre balas e bombas, há os depoimentos fortes (e por vezes até emocionantes), e reunião com populares locais para amenizar a situação complicada.
PÓS-FRONT
8. Pós 11 de Setembro, a trama de O Mensageiro (The Messenger, 2009) segue dois oficiais (Ben Foster e Woody Harrelson, ótimas performances) escalados para uma missão emocionalmente difícil: notificar os parentes mais próximos (geralmente pais, mães e mulheres) dos soldados mortos em combate. O fator complicador é que após uma notificação um dos mensageiros se envolve sentimentalmente com uma das viúvas. Uma obra comovente que vai além da discussão do dilema ético.
NAÇÃO DE CABEÇA PARA BAIXO
9. No Vale das Sombras (In The Valley of Elah, 2007) expõe o quanto a sociedade americana ficou de cabeça para baixo com o clima pós-11 de setembro. Depois de retornar do Iraque, jovem soldado desaparece. Seu pai (Tommy Lee Jones), um veterano de guerra, investiga seu misterioso desaparecimento. Os militares dificultam o acesso de informações, e ao seu favor tem apenas uma determinada policial da região (Charlize Theron). As feridas de uma guerra sem sentido como a invasão ao Iraque são expostas em silêncios, diálogos e olhares inseridos em imagens.
MUNDO HOSTIL
10. Num conflito que envolve política, petróleo, vingança e terrorismo, surge O Reino (The Kingdom, 2007). Após um ataque terrorista contra cidadãos americanos na Arábia Saudita, o FBI manda uma equipe para investigar, mesmo contra a oposição política dos envolvidos no incidente. As informações condensadas na abertura são vitais para a compreensão da atual situação político-financeira de uma região que cheira a uma guerra sem fim contra a paz. Conecta (ecos de 11/09) o combate contra o terrorismo vs. o desejo pessoal de vingança sem a finalidade política.
MENTIRAS VERDADEIRAS
11. Rede de Mentiras (Body of Lies, 2008) envolve o combate ao terror, interesses econômicos (e políticos), controle da informação, espionagem, terrorismo, política e podres poderes agindo no oriente médio. Agente da CIA (DiCaprio) infiltrado no Oriente Médio investigar terrorista do Al-Qaeda sob a supervisão de Ed Hoffman (Crowe). Ações representadas na tela são entranhas vivas no dia-a-dia. Com as mesmas mentiras e verdades ditas, na imprensa, no governo ou da boca de qualquer um, quer acreditemos nelas ou não.
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Daniel Herculano é estudante de Jornalismo, titular do programete #Cineminha na Beach Park FM 101.7 e colunista semanal da #Script n´O Povo On Line. Crítico de cinema formado em cursos com Ana Maria Bahiana (Uol/Globo de Ouro), Pablo Villaça (Cinema em Cena/OFCS), Ruy Gardnier (Jornal O Globo/Contracampo) e Joaquim Assis (Roteirista). Graduado em Comunicação Social é publicitário, produtor musical (do Cine Locomotiva) e assessor de comunicação da A+ Business Criativo.
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