A AGRADÁVEL SURPRESA DA TEMPORADA
Acho que talvez ninguém tenha ouvido falar muito de Girls antes da sua estreia. Para aqueles que estavam chamando de “a Sex and the City” underground, a série criada por Lena Dunham, com produção-executiva de Judd Apatow, está além disso e provou o seu valor na primeira temporada – que terminou na última semana.
O roteiro escrito, em sua maior parte, por Lena Dunham é ágil, inteligente e traz situações reais sobre o cotidiano de meninas que moram em Nova York sem aquele glamour, que se vê em séries e filmes quando retratam a cidade. Dunham não está preocupada em mostrar como NY é, mas sim, em como ela interfere em suas vidas.
Em uma dessas situações, por exemplo, Lena Dunham mostrou a discussão entre a sua personagem, Hannah, e a sua colega de quarto que já são amigas desde a universidade. O interessante da cena era que uma já estava cansada da outra, e se mostrou aquela típica discussão de duas amigas lavando a roupa suja em um dos momentos mais interessantes desta temporada.
Aliás, o primeiro ano da série foi completamente envolvente em muitos sentidos. A começar pela excelente trilha sonora, passando pelo elenco bastante afiado e por episódios tão bem estruturados que sequer vemos o tempo passar.
É ótimo acompanhar, por exemplo, a evolução dos personagens ao longo do percurso pois, no início, vemos uma Hannah completamente diferente daquela que termina a temporada – assim como Adam, seu namorado, que começa discreto e depois se torna um personagem fascinante de ser analisado. As outras amigas de Hannah também são igualmente interessantes, onde cada uma tem a sua própria história sem depender exclusivamente do que acontece com a protagonista.
Mais do que apenas uma surpresa, Girls é uma série que não termina quando o episódio acaba. Sempre fica algo mais para ser discutido, que nos deixa pensativo. Por outro lado, há também diálogos cômicos e cheios de referência à cultura pop tornando-a ainda mais prazerosa de ser assistida.
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