Capitão Nascimento virou herói nacional em 2007 quando enquadrava bandidos em “Tropa de Elite”. Depois de uma passagem de 13 anos, o atual coronel passa a comandar o núcleo de inteligência da Secretaria de Segurança e surge na tela mais maduro, amargurado e às voltas com o relacionamento com o filho adolescente. Como o subtítulo do filme, já diz, o inimigo de Nascimento agora é outro: a milícia. De acordo com Wagner Moura, houve uma preocupação de que na continuação de um dos filmes nacionais mais aguardados do ano, o personagem estivesse mais consciente: “Quanto mais consciente ele fica, mais sofre porque entende que dedicou uma vida inteira a algo vazio, ele percebe a manipulação do jogo de fora do tabuleiro”. E continua: “O Nascimento é um personagem clássico da tragédia grega. Ter consciência da tragédia é pior que não saber”, diz.
Premiado no Festival do Rio como melhor ator por seu papel em “Vips”, Moura diz que sentiu-se muito honrado com os quatro prêmios que o longa ganhou: “Acho o Festival do Rio o mais importante do cinema brasileiro. É a primeira vez que ganho o Prêmio Redentor e fiquei muito orgulhoso. A noite de terça foi extraordinária pra mim porque o ‘Vips’ foi o grande vencedor do festival e também adorei assistir o ‘Tropa’ com plateia”.
Outro grande destaque de “Tropa de Elite 2” é Sandro Rocha, que vive Russo, o chefe da milícia. Famoso pelo bordão "Quem quer rir tem que fazer", o ator, que apareceu menos de dois minutos no primeiro filme, agradece a oportunidade de interpretar o vilão do longa: “Foi uma grande responsabilidade e fiquei muito feliz com isso. Missão dada é missão comprida, não tinha outro jeito, era fazer bem ou pedir pra sair!”, brinca Rocha.
Um dos novos rostos desse filme é Irandhir Santos, o Fraga, atual marido de Rosane (Maria Ribeiro), ex-mulher de Nascimento. O personagem foi inspirado no deputado estadual Marcelo Freixo, que presidiu a CPI das Milícias na Assembléia Legislativa do Rio. O ator conta que contou com a ajuda de Freixo para compor seu papel: “Passei um tempo na ALERJ com ele, a gente debatia algumas cenas. O Fraga tem a incumbência de dizer não a algo que já está estabelecido desde Tropa 1. É alguém que vem para dizer que não é com violência que se resolve as coisas, existem outras formas que não são dando tiro, tapa. Ele preza o diálogo e a reflexão”.
André Ramiro volta à telona como comandante do Bope, mas a impulsividade de Mathias e atitudes impensadas levam o personagem para solidão: “Ele parece um cão raivoso, até o olho está muito vivo. Fiquei assustado com o Mathias, não consegui ver o André Ramiro ali. No primeiro filme, ele tinha uma dúvida entre a faculdade e a polícia, nesse é caveira!”.
Milhem Cortaz, que interpreta Fábio, revela que inicialmente, era para ele ser o chefe da milícia, mas nas primeiras leituras ficou claro que era uma mudança muito radical para o personagem. O atore deu a alma na construção do papel e confessa que acabou se deixando envolver com os problemas de seu personagem: “Sempre achei que tinha muitas coisas distantes do Fábio, mas percebi que tinha muitas semelhanças. A maior desgraça da minha vida neste filme foi descobrir que sou muito vaidoso. Era uma coisa muito latente dentro de mim e não percebia; foi só botar o dedo na feriada que ela veio”.
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