terça-feira, 3 de agosto de 2010

Primeiras impressões: Rubicon


Com esse simples slogan acompanhado de um bom promo, Rubicon provou que não é necessário investir rios de dinheiro em marketing para criar expectativa. Logo de cara a série consegue ser muita atrativa pelo seu óbvio tema central e por ser a terceira produção original do canal AMC (Mad Men e Breaking Bad). Seria mais um home run para o pequeno e prestigiado canal a cabo americano?


Eu assisti ao episódio piloto com expectativas moderadas. Esperava por algo mais devagar no estilo de The Sopranos e ao mesmo tempo com um roteiro inteligente e intrigante, afinal estamos falando de um thriller de conspiração. Os dois primeiros quesitos eu acertei. Rubicon é devagar e inteligente, mas intrigante… Não sei se essa seria uma boa palavra para definir a primeira hora da série.

Will Travers (James Badge Dale, The Pacific) é um brilhante e solitário analista de uma agência de inteligência americana com base em Nova York chamada, American Policy Institute (API). O API é uma agência especializada em quebrar códigos e encontrar padrões. Certo dia, Will encontra um padrão nas palavras cruzadas de alguns jornais que remetem à teoria do trevo de quatro folhas. Três das folhas significam os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O significado da quarta folha seria parte do mistério que a série vai desenvolver.

Spoilers Abaixo:

Quando mencionei que o piloto não foi intrigante, vale ressaltar que isso foi a minha opinião. Eu particularmente senti falta de um clímax ou de mais tensão em cenas que supostamente eram tensas, como a cena da estação de trem, onde Will está sozinho com um estranho, ambos escondidos pelas sobras e no final ele encontra o carro do seu falecido chefe sobre o número 13. Senti falta de uma trilha sonora mais condizente, ou talvez uma direção que usasse ângulos mais fechados e me fizesse ficar preocupado por não saber o que havia ao redor de Will. Só sei que não fiquei nem um pouco preocupado com o protagonista nessa hora.

Aliás, foi uma pena David Hadas ter morrido no acidente de trem logo no piloto. O chefe supersticioso, que rouba o trabalho do seu funcionário, foi o personagem que eu mais gostei. O legal é que a morte de David comprova (ou não) um pouco a sua superstição – a vassoura e o carro na vaga 13.

Outra coisa que me incomodou um pouco foi o exagero de clima retrô que Rubicon quis transmitir. A série se passa nos dias de hoje, mas o escritório da API é todo cheio de arquivos de papeis, quadros com mapas, anotações em bloquinhos… Pode uma agência governamental americana não ser lotada de computadores de última geração, ipads e telas touchscreen? Sei que as produções de conspirações governamentais mais famosas ficaram nos anos 70, mas essa falta de realismo nos detalhes acaba sendo um pouco chata.

Pretendo assistir mais episódios de Rubicon. Ainda tenho esperança que a série pode rumar para algo brilhante e que surpreenda. Logo mais vai surgir pistas sobre o suicídio do homem que aparece no começo, que aparentemente era membro de uma espécie de sociedade secreta – seria essa sociedade secreta a quarta folha do trevo? Espero mesmo que mais para frente as coisas engrenem, pois essa temática me interessa muito e é algo raro de se ver explorado na televisão.

Rubicon estréia dia 1 de Agosto nos EUA, mas o episódio piloto foi liberado na internet.


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