segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Assista ao primeiro trailer da comédia Se Beber, Não Case 2

"A matilha está de volta!"
Depois de muita espera, a Warner finalmente revelou o primeiro teaser trailer da aguardada comédia “Se Beber, Não Case 2“. Mas não espere nada de muito revelador no vídeo, ele começa mostrando cena do estado do quarto do grupo de amigos na manhã seguinte á nova bebedeira junto com comentários sobre o primeiro filme. Depois vemos o Phil, Alan e Stu com o macaquinho que foi visto nas fotos oficiais. Mais uma vez, nenhum sinal de Doug:

O filme também ganhou o seu primeiro banner, que é focado no simpático macaquinho que parece ter uma queda pelos Rolling Stones:


Na sequência do grande sucesso de 2009, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms), Alan (Zack Galifianakis) e Doug (Justin Bartha) viajam para a exótica Tailândia, para o casamento de Stu. Depois da inesquecível festa de despedida de solteiro em Las Vegas do capítulo anterior, Stu resolve não arriscar e decide por fazer apenas um café-da-manhã pré-casamento. Porém, as coisas não saem como planejadas.

O que acontece em Vegas pode até ficar em Vegas, mas o que acontece em Bangkok você não pode nem imaginar…

A direção é mais uma vez de Todd Phillips (“Um Parto de Viagem“) e o roteiro é de Scott Armstrong, que trabalhou com Philips em “Dias Incríveis“. A estreia está prevista para 26 de maio de 2011.

http://www.youtube.com/watch?v=6eKOVoJQyd0&feature=player_embedded

Veja James Franco na primeira imagem oficial de Rise of the Apes

Filme ainda não tem estreia prevista no Brasil.
A ficção-científica “Rise of the Apes“, prequela de “O Planeta dos Macacos“, ganhou sua primeira imagem oficial. Nela vemos o protagonista James Franco (“127 Horas“) como o cientista que cria o macaco Caeser, que se torna o líder da revolução que toma todo o planeta Terra:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A trama mostrará um jovem cientista (James Franco, de “127 Horas”) que faz experimentos em macacos em busca da cura para doenças genéticas. Mas uma de suas cobaias, um macaco super inteligente chamado Caesar (Andy Serkis, da trilogia “Senhor dos Anéis”), inicia uma rebelião após ser traído pelos humanos. Desse episódio tem início o conflito que culmina no caos na Terra e a dominação primata.

O elenco também conta com os atores John Ligthgow (da série “Dexter”) e Freida Pinto (“Quem Quer Ser um Milionário?”), Brian Cox (“RED – Aposentados e Perigosos”) e Tom Felton (o Draco Malfoy de “Harry Potter”) . A WETA Digital, empresa do diretor Peter Jackson (da trilogia “O Senhor dos Anéis”), desenvolverá os efeitos visuais do filme. Rupert Wyatt (“The Escapist”) será o diretor e o roteiro é de Amanda Silver e Rick Jaffa (“A Relíquia”).

Rise of the Apes” tem estreia prevista para o dia 23 de novembro de 2011.

Jonathan Liebesman diz que Fúria de Titãs 2 não será filmado em 3D

Filme será convertido na pós-produção.















Depois das várias críticas negativas que “Fúria de Titãs” recebeu pela conversão em 3D de última hora, esperava-se que o a mesma técnica não fosse utilizada em “Fúria de Titãs 2“, mas, segundo o diretor do filme Jonathan Liebesman (do inédito “Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles“), é o que deve acontecer.



Ele diz que está buscando para o filme a mesma textura visual de “Gladiador“, para dar mais veracidade ás cenas, mas que nenhuma das câmeras digitais que testou lhe forneceu isso. Por essa razão, ele decidiu filmar o longa em 2D para depois convertê-lo na sala de edição, mas tenta apaziguar a situação explicando os motivos para fazê-lo:

O que você deve ter em mente é que o primeiro filme não foi filmado ou montado tendo em mente a tecnologia 3D. Foi feito como um filme em 2D e sua montagem foi feita para um filme em 2D. Só depois foi decidido converter o material, e isso aconteceu apenas seis ou sete semanas antes de seu lançamento. Agora, o projeto será realizado e para o formato tridimensional.

Sam Worthington (“Avatar“), Gemma Aterton (“Príncipe da Pérsia”), Liam Neeson (“Busca Implacável“) e Ralph Fienes (“Harry Potter e as Relíquias da Morte“) retornam aos seus papéis. Edgar Ramirez (“O Ùltimato Bourne“) e Toby Kebbell (“O Príncipe da Pérsia“) serão o deus da guerra Ares e Agenor, filho de Poseidon. Rosamund Pike (“Substitutos“) vai substituir Alexa Davalos (“A Batalha de Riddick“) no papel de Andrômeda. Bill Nighy (“Piratas do Caribe 2“) está sendo considerado para interpretar Nefesto, deus do fogo e dos metais.
O que se sabe é que a trama se passará cinco anos depois dos eventos do primeiro filme. As filmagens começam em março com lançamento marcado para o dia 30 de março de 2012.

Irmãos Farrelly revelam que querem fazer uma sequência para Debi & Lóide

E querem o retorno de Jim Carrey e Jeff Daniels.



Durante uma entrevista ao MovieHole, onde promoviam o filme “Passe Livre“, os irmãos diretores Peter e Bobby Farrelly (“Eu, Eu Mesmo e Irene” e “Quem Vai Ficar Com Mary?“) acabaram revelando que têm planos para fazer uma sequência de um de seus maiores sucessos: “Debi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros“. Eles dizem que a idéia já está em andamento e que pretendem trazer os atores Jim Carrey (“Sim, Senhor“) e Jeff Daniels (“Intrigas de Estado“) de volta aos seus papéis.

O filme já foi exibido na televisão tantas vezes que as crianças já são capazes de repetir falas inteiras que eu já havia esquecido. Se conseguíssemos colocar esses dois caras juntos novamente, Jim Carrey e Jeff Daniels, acho que pode ser uma sequência que vale a pena, o projeto já está em andamento. Nós começamos a pensar no que aqueles dois idiotas estariam fazendo vinte anos mais tarde na vida, e espero que sejamos capazes de chegar a algo digno de uma continuação.

O filme, que custou apenas U$ 17 milhões de dólares, rendeu U$ 127 milhões nos EUA e U$ 120 milhões pelo mundo. A comédia chegou a ter uma sequência lançada direto em DVD que mostrava como os personagens se conheceram, mas não fez muito sucesso. No momento, os Farrellys se preparam para começar as filmagens de “Os Três Patetas“.

Rumor: Daniel Day-Lewis é cotado para se juntar ao elenco de Superman

Mas não se sabe qual seria o personagem.


 

Há poucos dias, espalhou-se um rumor que colocava o ator Viggo Mortensen (“A Estrada“) como principal candidato ao papel de general Zod em “Superman: The Man of Steel“. Não demorou muito para que outro nome surgisse. Segundo o MovieHole, o ator Daniel Day-Lewis (“Nine“) também estaria sendo considerado para “um papel aidna não especificado no filme“.

Eles afirmam que o personagem em questão seria o do general kryptoniano, mas o diretor do filme Zack Snyder (“Sucker Punch – Mundo Surreal“) continua declarando que os rumores sobre Zod como vilão principal do longa estão errados.

Apenas Henry Cavill (da série de TV “The Tudors“) está confirmado no elenco. Kevin Costner (“Dança Com Lobos“) está sendo considerado para o papel de Jonathan Kent. O roteiro é de Jonathan Nolan (“Batman Begins” e “O Cavaleiro das Trevas“) e David Goyer (trilogia “Blade“).
Superman: Man of Steel” deve ser lançado em dezembro de 2012.

Nicolas Cage diz que Motoqueiro Fantasma 2 não será uma sequência

Filme terá nova cena com as origens do herói.




Enquanto divulgava seu novo trabalho, “Fúria Sobre Rodas“, o ator Nicolas Cage (“Caça as Bruxas“) fez uns comentários interessantes sobre “Motoqueiro Fantasma 2“, cujas filmagens acontecem na Europa. Á princípio, julgava-se que o longa seria uma sequência do filme de 2007, mas, segundo o ator, a Fox pode estar repetindo a estratégia feita com “The Wolverine” e pretende fazer um filme sem qualquer relação com o anterior. Ele conta que foi feita uma nova sequência que mostra as origens do herói.

Será uma interpretação completamente original de ‘Motoqueiro Fantasma’. Não é uma sequência de forma alguma. É ‘Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança’. Tudo nele é diferente, incluindo a seqüência de origem. Vamos mostrar movimentos novos de câmera, alta adrenalina, que é como nos esportes radicais. Acho que o filme vai ser um passeio incrivelmente selvagem.

A trama mostrará Johnny Blaze (Cage) se escondendo nas regiões remotas da Europa Oriental e lutando para reprimir a sua maldição. Ele é recrutado por uma seita para derrotar o diabo (Hinds), que quer se apossar do corpo de uma criança mortal no dia do aniversário do menino.
Além de Cage, o elenco também conta com Ciaran Hinds (da série “Roma“), Violante Placido (do ainda inédito “Um Homem Misterioso“), Idris Elba (do ainda inédito “Thor“) e Johnny Whitworth (“Gamer“). O roteiro é de Scott M. Gimple (da série “FlashFoward“) e Seth Hoffman (da série “Prison Break“) baseado no argumento de David Goyer, nome conhecido entre os filmes de super-heróis por ter participado dos dois últimos “Batman”, dos três filmes do “Blade” e do ainda inédito “Superman: Man Of Steel”.

Viggo Mortensen pode interpretar o general Zod em Superman

Mas não há certeza sobre sua escalação.



Um dos rumores mais frequentes acerca de “Superman: The Man of Steel” é sobre o antagonista, e a maioria está apontando para uma opção: o general Zod. E mais um desses rumores não só continua batendo nesta mesma tecla como também aponta para um possível interprete para o vilão kryptoniano. Segundo o The Hollywood Reporter, o diretor Zack Snyder (“Watchmen“) e o produtor do filme, o diretor Christopher Nolan (“O Cavaleiro das Trevas“) estão interessados em Viggo Mortensen (“A Estrada“) para o papel.

Mas a presença do ator no filme pode se tornar difícil já que ele está em processo de negociações para se juntar ao elenco de “Snow White and the Huntsman“, que deve ser filmado no segundo semestre deste ano, assim como Superman. Além do vilão, Snyder também está se reunindo com atrizes para interpretar três papéis femininos de destaque.

Zod é um general kryptoniano que tentou tomar o poder político em Krypton e foi jogado junto com seus comparsas, Ursa e Non, na Zona Fantasma. Por não tê-lo defendido, Zod jurou vingança contra Jor-El, pai de Superman. Ele apareceu nos cinemas na cena inicial de “Superman – O Filme“, mas ganhou destaque como o vilão principal em “Superman 2 – A Aventura Continua“. Em ambas as ocasiões ele foi interpretado por Terence Stamp (“O Procurado“).

Apenas Henry Cavill (da série de TV “The Tudors“) está confirmado no elenco. Kevin Costner (“Dança Com Lobos“) está sendo considerado para o papel de Jonathan Kent. O roteiro é de Jonathan Nolan (“Batman Begins” e “O Cavaleiro das Trevas“) e David Goyer (trilogia “Blade“).
Superman: Man of Steel” deve ser lançado em dezembro de 2012.

Quatorze atores disputam papel principal de O Legado Bourne

Quem assumirá a franquia?


Camila Fernandes
A saída de Matt Damon (“Zone Verde“) do elenco de “O Legado Bourne” transformou o papel central do filme em um dos mais concorridos em Hollywood. O Collider divulgou uma lista de nada menos do que quatorze atores que estão a briga para protagonizar o spin-off da franquia. 

O estúdio decidiu que só buscará o elenco secundário depois que encontrar seu novo protagonista.


Acompanhe da primeira para a terceira fileira: Jake Gyllenhaal (“Amor e Outras Drogas“), Tobey Maguire (da trilogia “Homem-Aranha“), Garrett Hedlund (“Tron – O Legado“), Taylor KitschX-Men Origens: Wolverine“), Kellan Lutz (“Saga Crepúsculo“), Josh Hartnett (“Xeque- Mate“), Paul Dano (“Pequena Miss Sunshine“), Michael Pitt (“Paixão Proibida”), Michael Fassbender (“Bastardos Inglórios“), Luke Evans (do inédito “Os Três Mosqueteiros“), Alex Pettyfer (“Eu Sou o Número Quatro“), Joel Edgerton (“Caçada Sinistra“), Oscar Isaac (“Robin Hood“) e Benjamin Walker (do inédito “Abraham Lincoln: Vampire Hunter“). 

(“O filme mostrará um novo espião cuja história será paralela a de Jason Bourne, ou seja, os eventos dos três primeiros filmes afetarão a trama do quarto. Apesar do título, o roteiro não se baseará no livro de Eric Van Lustbader. A saída de Damon do filme se deve a recusa de Paul Greengrass (que dirigiu o segundo e o terceiro) de assumir o quarto. Apesar disso, o novo diretor, Tony Gilroy (“Duplicidade“) afirma que quer trazer Jason Bourne de volta á série neste ou em um próximo filme.

Além de dirigir, Gilroy também assina o roteiro. Ele foi o responsável pelo argumento de todos os filmes da série. “O Legado Bourne” estreia em 3 de agosto de 2012.

Desconhecido - CRÍTICA 2

Ex-ator sério, Liam Neeson protagoniza mais um thriller genérico de ação que aposta na tensão para tentar esconder uma trama absurda e cheia de reviravoltas de dar vergonha.

Fábio Freire
Avaliação: NOTA 4
 
 
 

Liam Neeson já foi um ator de respeito e que ora participava de grandes filmes abraçados pela crítica (“A Lista de Schindler”, “Michael Collins, O Preço da Liberdade”, “Kinsey, Vamos Falar de Sexo”), ora emprestava credibilidade a produções com menos respaldo (“Rob Roy, A Saga de uma Paixão”, “Os Miseráveis” etc.). Hoje, Neeson virou sinônimo de filme ruim, fazendo uma porcaria atrás da outra: “Fúria de Titãs”, “O Preço da Traição”, “Busca Implacável”, “Esquadrão Classe A” e por aí vai.

“Desconhecido” é mais um para acrescentar na lista. Típico thriller de ação genérico que o cinema americano produz a rodo, este é aquele filme de ritmo ágil e envolvente embalando uma trama para lá de estapafúrdia. A ação desenfreada e o carisma do elenco tentam esconder todos os buracos do roteiro, e o diretor em questão usa os recursos mais óbvios possíveis para manipular o espectador e fazê-lo esquecer que tudo aquilo ali não faz o menor sentido.

Diante da falta de sutileza que vê diante de seus olhos e ouvidos, resta ao público duas opções: mandar a noção passear e desligar o cérebro, aproveitando a tensão e as boas cenas de ação, ou simplesmente se irritar com o diretor e os atores que resolveram participar do projeto e, principalmente, com o produtor que deu sinal verde para a película.

Dirigido da forma mais manipuladora e previsível por Jaume Collet-Serra (que já havia dado prova de sua incompetência como diretor no também absurdo “A Órfã”), “Desconhecido” começa como um típico longa hitchcockiano, no qual o protagonista é apenas a pessoa errada, na hora errada. Mas depois de construir toda uma premissa, o filme tira da cartola a reviravolta mais implausível possível e vira um pastiche de praticamente todos os longas de espionagem e assassinos de aluguel já feitos, sendo a referência mais óbvia à franquia “Bourne”.

Liam Neeson é um renomado médico, Dr. Martin Harris, que vai a Alemanha com a mulher para participar de um seminário. Depois de esquecer uma de suas malas no aeroporto, ele deixa a mulher no hotel e volta ao local para buscar o objeto. No meio do caminho, sofre um acidente de carro e acorda atordoado em um hospital depois de quatro dias em coma. A partir daí, a mulher e mais ninguém se lembra dele; existe, inclusive, um outro homem se passando por ele.

Sim, você já viu esse filme antes. Na verdade, até videoclipe já usou esse plot (mais precisamente o da música “Crystal Ball”, do grupo inglês Keane). Nesse ponto, “Desconhecido” já sai perdendo porque a trama não tem nada de desconhecida. A direção pouco ousada de Collet-Serra não ajuda e o óbvio parece ser a proposta da produção. Os flashbacks são estourados e a edição picotada,  sendo a trama toda explicadinha e mastigada, para que o espectador não tenha a menor dúvida em relação ao que está assistindo.

O resultado é um filme que é, sim, tenso. Mas que peca pela dramaturgia e narrativa pobres. A falta de pulso do diretor e um elenco carismático, mas trabalhando no piloto automático, tornam a trama ainda mais absurda e nada justifica a mudança de postura do protagonista, que sem a menor razão adota um complexo de culpa que vai de encontro à própria essência do personagem.

Para quem não se importa e quer só se divertir, boa sessão. A produção é caprichada, o ritmo flui e o filme passa em um piscar de olhos. Mas quem prefere diversão com um pouco mais de cuidado e estofo, o melhor é mesmo rever a trilogia “Bourne” ou os últimos filmes do agente 007 e ver como realmente se faz um thriller de ação de verdade. Quanto a Liam Neeson, só resta torcer para que ele desista de ser um herói de ação. A julgar pelos filmes do gênero que ele anda fazendo, em pouco tempo o ator vai virar um genérico de Stallone, Steven Seagal ou coisa pior.
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Fábio Freire escreve para o CCR desde 2010. É jornalista formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com pesquisa sobre a relação entre música pop e cinema. Já passou dos 30, mas ainda assim entende mais sobre cinema, música e seriados do que entende sobre gente.

Besouro Verde

Apesar dos nomes envolvidos, esta adaptação cinematográfica do herói mascarado do rádio não traz novidades ao espectador.

Thiago Siqueira
Avaliação: NOTA  6
 

Michel Gondry é um mestre visual. Dois dos seus filmes mais recentes, “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” e “Rebobine, Por Favor” contam com maravilhosos efeitos práticos e trucagens que nos transportam a mundos mágicos sem recorrer a excessos digitais. Já Seth Rogen, trabalhando em dupla com Evan Goldberg, roteirizou divertidas comédias que, de um jeito ou de outro, dialogavam com seu público. “Superbad – É Hoje” é o maior exemplo disso.

Vê-los trabalhando em conjunto em um filme de ação é, no mínimo, curioso. E o resultado é este “O Besouro Verde”, adaptação de um antigo seriado radiofônico, mais lembrado por sua versão televisiva de 1966, que projetou Bruce Lee em Hollywood e foi referenciada por Quentin Tarantino em “Kill Bill – Volume 1”. Considerando que o personagem não possui a mais expressiva das bases de fãs, Gondry, Rogen e Goldberg tinham uma liberdade da qual a maioria dos filmes estrelados por heróis mascarados não goza, que é a de poder brincar com o mito dos vigilantes. Infelizmente, a criatividade do trio não alçou grandes voos.

Não me entendam mal, no frigir dos ovos, a fita até que não é ruim, mas está aquém do potencial dos envolvidos. No longa, Britt Reid (Rogen) é um playboy milionário que não tem grandes objetivos na vida além de ser uma versão masculina de Paris Hilton, farreando e se divertindo sem parar. Seu severo pai, James (Tom Wilkinson), é um milionário jornalista das antigas, obcecado pela verdade e dono do jornal “Sentinela Diária”. Após a morte de James, Reid conhece Kato (Jay Chou), mecânico prodígio de seu pai e especialista em artes marciais.

Os dois passam, então, a buscar um modo de deixar um legado, uma marca no mundo. Após salvarem um casal em apuros, resolvem se tornar heróis mascarados, agindo como vilões, mas derrotando os criminosos. Assumindo a alcunha de Besouro Verde e de seu parceiro sem nome, Reid e Kato são ajudados, meio sem querer, pela secretária pessoal de Britt, a bela Lenore (Cameron Diaz). Logo, os dois heróis iniciantes se vêem na mira do implacável chefão do crime Chudnofsky (Christoph Waltz).

O problema é que a história de um herói playboy com problemas paternos já foi (e está sendo) explorada por Robert Downey Jr. em “Homem de Ferro”, deixando pouco espaço para novidades aí. Nisso, o roteiro de Rogen e Goldberg resolve ir para um terreno familiar para os dois escritores, o bromance, investindo na relação entre Britt e Kato, mostrada quase como uma comédia romântica, inclusive com o mesmo arco (os dois se conhecem, ficam juntos, brigam e se reconciliam) e com o inevitável triângulo amoroso.

Por isso, o longa fica bem disperso, lidando ao mesmo tempo com as ações do Besouro Verde, com os atos criminosos de Chudnofsky, Reid tendo de assumir o jornal, a relação entre Britt, Kato e Lenore… enfim, é muita coisa a ser explorada para pouco filme, não sendo à toa a superficialidade de tudo o que vemos em tela. O que ajuda a salvar isso tudo é a química entre Seth Rogen e Jay Chou, o talento de Christoph Waltz e o dinamismo nas cenas de ação mostradas por Michel Gondry.

Ora, um dos elementos que fazem uma comédia romântica funcionar é o carisma do casal principal. Bem, como a relação de irmandade entre Britt e Kato é tratada pelo filme como uma comédia romântica, o mesmo princípio se aplica. É uma saída inteligente, mas já vimos isso de maneira muito mais interessante em “Máquina Mortífera”.

De todo modo, Rogen possui uma boa desenvoltura em cena e é um sujeito bastante carismático, combinando com o jeito “agir primeiro e pensar depois” de Britt. Seu humor, sempre brincando com a falta de conhecimento (ou ignorância mesmo) de Reid em relação a tudo, é certeiro e faz um ótimo contraponto com a seriedade que Jay Chou transmite como Kato. O ator taiwanês, aliás, acerta em uma composição mais física e seu sotaque mostra bem as origens de seu personagem, sem jamais soar caricatural.

Já Christoph Waltz vive a figura mais interessante do longa. Não é por acaso que a cena que apresenta o seu Chudnofsky (e que conta com uma ótima ponta de James Franco) é a melhor do filme. Os conflitos do mafioso que tem de encarar uma geração que preza mais o estilo que a substância são tremendamente divertidos e Waltz, com seu olhar que varia entre o sarcasmo e a insanidade, faz com que seja delicioso para o público ver cada cena do vilão. Aliás, digo que se a fita fosse sobre Chudnofsky, seria uma obra muito melhor.

Tom Wilkinson, mesmo aparecendo apenas em duas cenas, consegue se impor como uma figura de autoridade bastante temível e planta as sementes de um pouco explorado conflito paternal. Cameron Diaz como Lenore tem pouco com o que trabalhar, sendo aquela mocinha típica de filmes dos anos 1980, que nem das cenas de açãoparticipa, enquanto Edward James Olmos está quase que fazendo figuração ali, estando no elenco somente para atrair os fãs de “Battlestar Galactica”. Ah, detalhe para uma rápida ponta de Edward Furlong como dono de um laboratório de drogas.

Michel Gondry, em seu primeiro blockbuster, mesmo se mostrando bem mais contido do que em outros projetos, tem algumas chances de mostrar seu estilo. Os planos mais longos utilizados pelo diretor marcam presença em alguns momentos e seu visual quase onírico realmente casou com as cenas de ação protagonizadas por Jay Chou nos momentos em que vemos as lutas pelo ponto de vista de Kato.

Outro ponto alto são as cenas em que James Reid surge em cena, sempre fotografado como uma figura distante e imponente, mostrando bem como Britt enxergava seu pai. Destaco ainda a interessante simetria entre a sequência que mostra as ações do Besouro Verde e a que exibe os crimes de Chudnofsky, em um ótimo momento da montagem, que escorrega um pouco no segundo ato da fita, extremamente moroso, mas se recupera no terço final da projeção, bem mais ágil.

Há de se falar ainda do belo design de produção da fita, que criou ambientes bem diferenciados para o longa, sempre casando com cada uma daquelas figuras. O contraste entre as personalidades de Britt e Kato, por exemplo, se reflete na direção de arte através da opulência da mansão do primeiro (com suas respectivas quinquilharias) e a simplicidade quase espartana da casa do segundo.

De todo modo, “O Besouro Verde” escapa de ser um filme fraco não pela força do seu conjunto, mas por pontuais momentos de brilhantismo, seja de seu diretor ou do elenco. Tentando mostrar muita coisa em pouco tempo, o resultado é uma matinê superficial que não ofende o público, mas fica muito abaixo do que os envolvidos podem nos proporcionar.

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Thiago Siqueira
é crítico de cinema do CCR e participante fixo do RapaduraCast. Advogado por profissão e cinéfilo por natureza, é membro do CCR desde 2007. Formou-se em cursos de Crítica Cinematográfica e História e Estética do Cinema.


Desconhecido

Temática "perda de memória" dá origem a thriller divertido. Nada além.

Darlano Didimo
Avaliação:  NOTA 6
 

De vez em quando os roteiristas de Hollywood adoram brincar com a perda de memória, seja quando ela acontece de fato ou quando todos os outros personagens querem convencer o protagonista de que ele acaba de sofrer de tal complicação. A partir de tal plot, a imaginação dos roteiros se expande, indo de tramas de ação a comédias românticas açucaradas, passando ainda por dramas introspectivos e até ficção. A trilogia “Bourne”, “Amnésia”, “Os Esquecidos” e “Como se Fosse a Primeira Vez” são apenas alguns filmes que deixam claro como a temática é adorada, tanto que acaba de ganhar mais um exemplar. Brincando com o espectador sobre o que é real e inventado, este “Desconhecido” cumpre a função de entreter proporcionada pelo assunto. Apenas não cobre nada além disso.

O “desmemoriado” da vez é Martin Harris (Liam Neeson). Logo após chegar a Berlim em companhia da esposa Liz (January Jones), o médico americano sofre um acidente que o deixa em coma por quatro dias. Atordoado, mas ainda conhecedor de dados importantes de sua vida, ele sai do hospital e vai ao encontro de Liz, apenas para descobrir que ela não mais o reconhece, assim como existe um outro homem no seu lugar, dono do mesmo nome. Estaria ele louco ou é apenas vítima de um grande golpe? Entre perseguições, tiros e correrias em plena capital alemã, Harris vai em busca de provar sua verdadeira identidade, contando com a ajuda da imigrante ilegal Gina (Diane Kruger) e de outros investigadores.

Harris é o brinquedinho dos roteiristas Oliver Butcher e Stephen Cornwell, que utilizam apenas o seu ponto de vista para deixar as revelações apenas para o último ato. Fugindo de qualquer desconfiança sobre ser uma fita meramente psicológica, a dupla deseja construir um thriller investigativo que vai deixando pistas ao longo de seu desenvolvimento, fazendo questão de nos enganar sucessivas vezes e obtendo sucesso em boa parte delas. Butcher e Cornwell podem até dar a impressão de que não responderão a todas as perguntas abertas pela história, mas felizmente eles têm uma saída para cada ponta solta na primeira hora de duração.
O protagonista, aparentemente, parece integrar uma trama que se enquadra na segunda opção das perdas de memória cinematográficas: quando planejam contra ele, em uma conspiração minuciosamente combinada. Da própria esposa ao chefe da segurança do hotel, todos fazem parte do golpe, ou pelo menos é assim que Harris e o público inicialmente pensam. A grandiosidade do plano, porém, leva-nos a duvidar do óbvio, o que logo é recompensado com uma enorme reviravolta ainda mais pretensiosa do caminho que a trama parecia seguir. Satisfazendo o espectador comum ao não negar fundamentações para os fatos apresentados, os roteiristas, no entanto, falham quando o assunto é a natureza de seu protagonista.

O problema é que o fato exibido interfere diretamente no cerne do roteiro, naquilo que traz ou tira total credibilidade à peça artística. A inteligência do labirinto construído camufla quem Martin Harris realmente é ou havia deixado de ser. Da impossibilidade de problematizar o personagem principal ou o dilema enfrentado por ele, Butcher e Cornwell demonstram-se demasiadamente comerciais, sem qualquer preocupação em conceder uma mínima camada de profundidade para Harris. A semelhança com a história de Jason Bourne (incluindo até os flashbacks) também levam a comparações que prejudicam “Desconhecido”, exibindo territórios que poderiam ter sido explorados, mas que permaneceram intocados pelo roteiro.

As coincidências com a franquia protagonizada por Matt Damon não param por aí, mas elas agora possuem caráter positivo. Com uma boa direção de Jaume Collet-Serra (“A Orfã”), o filme traz uma sequência de perseguição de carro digna das comandadas por Paul Greengrass, com direito a inúmeras colisões e capotamentos. Collet-Serra também sabe como manter a tensão em alta, em especial na cena da matança no hospital ou naquela atuada exclusivamente por Frank Langella e Bruno Ganz. Mas por culpa da proposta do roteiro, porém, é incapaz de inserir um apropriado universo paranóico. Enfim, jamais adentramos na mente de Martin Harris.
Nem mesmo a competente atuação de Liam Neeson, em mais um thriller de ação depois de “Busca Implacável”, leva-nos a conhecer esse homem que tem o seu passado negado até pela própria esposa. Demonstrando-se mais inteligente do que aparenta inicialmente ser, mas dono de um roteiro que entende que não pode haver maior mérito do que esse, “Desconhecido” diverte sem comprometimentos em seus rápidos 110 minutos de duração.

Afinal, o que vale é o que fazemos hoje. O arrependimento sempre compensa qualquer ato anteriormente praticado. Pelo menos, essa é a mensagem absurda deixada pelo filme.
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Darlano Dídimo
é crítico cinema do CCR desde 2009. Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é adorador da arte cinematográfica desde a infância, não a substituindo por nenhum outro entretenimento, por maior que ele possa ser.

Bruna Surfistinha - CRÍTICA 2

O filme em que Deborah Secco entrega-se completamente à personagem mais marcante da sua vida.

Marcus Vinicius
Avaliação: NOTA  8
 
 

O grande lançamento nacional da vez é sobre a garota de programa mais famosa do país. “Bruna Surfistinha” mostra a vida de Raquel, que decide sair de casa e virar garota de programa. Ao descobrir a internet e utilizá-la dentro de sua profissão, ela fica famosa e passa a ter que lidar com os agrados e as angústias dessa nova categoria. O filme, baseado no livro “O Doce Veneno do Escorpião”, best-seller que vendeu cerca de 300 mil cópias no Brasil, mistura a autobiografia com a ficção e o resultado é positivo.

Sem mais, o filme é de Deborah Secco. A atriz já havia afirmado que este era o papel da sua vida, e os motivos são bem claros. Há uma total entrega de corpo e alma por parte da atriz. Deborah conquista o papel e o público principalmente no olhar. A atriz encara o personagem e passa o olhar desencantado de uma jovem sem ilusões ou esperanças, mas transmite também o olhar forte e decidido de alguém que não tem outra alternativa.

A direção é do estreante Marcus Baldini, bastante premiado no mercado publicitário e que agora teve a difícil missão de repetir o sucesso do livro nas telonas. Percebe-se a constante preocupação do diretor em focar nas fisionomias da garota de programa, sobretudo no olhar, nos gestos, na postura e no corpo. De fato, é um interessante ponto de partida para o público ter a sensibilidade do que é a vida de uma pessoa que trabalha com sexo o tempo todo. A utilização das filmagens amadoras, ângulos bastante ousados principalmente nas cenas de sexo e a valorização da atuação da protagonista são as marcas da boa estreia desse diretor que até que poderia ter ousado mais e explorado mais a densidade da história, mas que não compromete o resultado que entregou ao público.

Algo que não podia faltar na obra são as cenas de sexo e elas estão por toda parte e em todos os níveis. Inicialmente, o filme propõe que elas surgiriam de forma contida, no entanto, a trama dá uma virada e o sexo apresenta-se mais intensamente. O diretor havia falado, antes da estreia, que a principal preocupação era de não fazer um filme pornográfico, mas embora ele tenha utilizado a comédia como foco para  distanciar um pouco dessa ideia, seria uma injustiça fugir do real. Em um determinado momento, as cenas de sexo se tornam cansativas, mas é quando mais nos sensibilizamos com a difícil vida de Raquel. Um mal necessário.

Uma aposta que deu certo foi a utilização do humor. Embora ele retire um pouco da densidade da obra, ele proporciona os principais momentos do longa como a cena das garotas de programa no salão de beleza. Outra cena divertida é a passagem dos vários tipos de pessoas que frequentam o estabelecimento das garotas. Um destes clientes é o jogador de futebol Dentinho, atacante do Corinthians, que faz uma participação rápida, mas divertida no filme.

Um fato curioso é que quase toda a trilha sonora do longa é composta basicamente por músicas internacionais.  Batidas agitadas dominam a obra e não poderia ser diferente ao traduzir a vida de Bruna. A trilha também acompanha os momentos dramáticos, como na sequência que a protagonista sai de casa. E a cena final, que é a mais tocante da obra, mostra muito bem o que faltou ser explorado na mesma. Com o foco na atriz e na trilha, mostra uma sensibilidade que poderia ter sido mais aproveitada. Em todo caso, antes tarde do que nunca.

“Bruna Surfistinha” é uma obra que agrada por sua competente conduta e principalmente pela total entrega de sua protagonista. O longa acerta ao optar pelo equilíbrio entre o drama e a comédia e segue o bom momento em que passa o cinema nacional.
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Marcus Vinicius
é crítico de cinema do CCR desde 2009. Produtor de comerciais de TV, também realiza projetos audiovisuais e eventos. Atualmente é concludente do curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Bruna Surfistinha

“Deborah Secco quer te convidar para um programa.” Se eu fosse você, aceitaria.

Jader Santana
Avaliação: NOTA 8
 
 

A garota franzina que já era considerada símbolo sexual aos 20 anos, enquanto representava a índia que confundiu as ideias de Diogo Álvares Correia, em “Caramuru, a Invenção do Brasil”, somou uma década aos seus anos e provou que o tempo, ao menos para ela, foi generoso. Deborah Secco estrela o filme brasileiro mais quente da temporada com a certeza de que poucas vezes esteve tão em voga na mídia. O melhor de tudo é que seu trabalho está mais encorpado, embora ainda longe da perfeição, e sua beleza… é assistir pra ver.

“Bruna Surfistinha” é a grande aposta do cinema nacional neste primeiro semestre de 2011, ainda que seja imprudente destacar seu possível sucesso nas bilheterias. Levando em conta o trabalho massivo de publicidade, a divulgação involuntária causada pelo alarde criado em torno da adaptação e escolha da atriz, e o número de salas de cinema lotadas nos dias de estreia, espera-se que seja uma experiência bem sucedida, ao menos em padrões financeiros.

A verdade é que ainda em suas primeiras cenas o filme surpreende por suas qualidades estéticas e direção segura. E quando cito os atributos estéticos ainda não me refiro aos predicados físicos da atriz, que serão mais bem explicitados a seguir. “Bruna Surfistinha” não é fruto de uma adaptação amadora de um livro erótico e não se sustenta apenas no tema polêmico e na popularidade de seu elenco. A direção de Marcus Baldini consegue fugir do óbvio e, ao lado da fotografia, demonstra um trabalho cuidadoso da equipe envolvida em sua execução.

Em algumas sequências é possível perceber resquícios de um experimentalismo que Baldini carrega, talvez, de seu trabalho anterior na MTV brasileira. As cenas de sexo, sobretudo as mais elaboradas, são realmente interessantes, com cores, ângulos e distorções de câmera que merecem destaque. A estética erótica de Baldini passa longe do trabalho realizado por cineastas como o espanhol Pedro Almodóvar, que fez do sexo uma arte em “Carne Trêmula”, mas o resultado final de seus esforços para garantir alguma beleza ao ato é digno de reconhecimento e sinaliza uma carreira interessante pela frente.

Angulações e fotografia deixadas de lado, o ponto alto do filme é a disposição demonstrada por Deborah Secco na assimilação dos trejeitos e atitudes de uma garota de programa de classe média. É evidente que público e filme fazem um acordo no momento da compra do ingresso: “me dê duas horas de diversão e em troca finjo acreditar que Deborah tem 17 anos”. Incongruente ou não, a atriz faz esquecer a diferença de idades e se aproxima tanto do tipo imaginado para seu papel que é difícil perder tempo racionalizando defeitos.

A atuação de Deborah demonstra maior eficiência na segunda metade do filme, quando a personagem assume seu novo nome e nova vida. Até então, seus esforços não são suficientes para convencer como a garota insatisfeita com família e estudos. O trabalho da atriz não exibe a mesma naturalidade presente nas sequências em que Bruna esbanja seu sucesso, e os modos de garota confusa não correspondem ao tipo de Deborah. O mesmo pode ser dito das sequências finais do filme, quando a carga dramática do roteiro exige uma interpretação diversa daquela vista até então.

A grande falha de “Bruna Surfistinha” é a falta de profundidade, da equipe de produção e do elenco, demonstrada nas sequências dramáticas. Se a ousadia de Baldini fosse aproveitada e desenvolvida em tais momentos, o resultado final seria mais convincente. Duas soluções seriam possíveis para a questão: aumentar a duração do filme e se aprofundar no drama da personagem ou eliminar a fase decadente de Bruna. Sem tristezas e tragédias, a maior parte dos problemas do longa seria resolvida.

“Bruna Surfistinha” é entretenimento de qualidade, sem grandes ambições e propostas. Talvez por isso qualquer traço de ousadia técnica chame tanta atenção e marque pontos positivos. Nesse caso, o mais louvável é o esforço do diretor para fugir do convencionalismo e inserir sua marca pessoal em um filme sustentado publicitariamente por apenas um nome. Alguém ainda pensa em recusar aquele convite da Deborah?
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Jáder Santana
é estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e crítico de cinema do CCR desde 2009. Experimentou duas outras graduações antes da atual até perceber que 2 + 2 pode ser igual a 5. Agora, prefere perder seu tempo com teorias inúteis sobre a chatice do cinema 3D.

Justin Bieber – Never Say Never

A estreia de Justin Bieber nos cinemas combina um documentário covarde e superficial e um espetáculo musical extremamente bem produzido.


Thiago Siqueira
Avaliação: 4/10
 
 

Provavelmente, se você quer ver “Justin Bieber – Never Say Never”, você é um fã do jovem que irá se divertir, não se importando com os acertos ou equívocos do filme, apreciando uma oportunidade de conferir uma apresentação na tela grande do seu cantor favorito. No entanto, como obra cinematográfica, a fita deve ser analisada como tal. Não pretendo julgar o trabalho como músico de Bieber, mas não me furtarei de ver o documentário do qual ele é foco como um filme, não como mais um pedaço de um fenômeno.

A trajetória do jovem canadense é algo que parece ter saído de uma película. Filho de uma mãe adolescente que o criou com a ajuda dos seus pais, ele descobre desde criança ter carisma e talento para música. Descoberto por um empresário que viu seus vídeos no YouTube, Justin começa uma jornada que o tornaria um astro.

Ou seja, além de uma história de superação, ainda temos a criação de um ídolo da Geração Y, que alcançou multidões contando com as redes sociais, uma história extremamente atual e que sustentaria um filme por si, além dos conflitos de um garoto que abandona uma vida comum para se tornar um astro adorado por milhões, mas que ainda tem de lidar com a pressão e as responsabilidades que a fama acarreta.

Esses interessantes temas são citados pela trama, mas logo se perdem no meio aos vários ângulos que o longa deseja abordar, sendo trazidos à baile algumas vezes e depois abandonados novamente. Além da trajetória de Justin, ainda temos os bastidores de sua turnê, depoimentos de seus amigos, parentes, professores e influências (até Snoop Dogg aparece aí) e, é claro, várias músicas de seu show no Madison Square Garden, sendo que este concerto em especial é mostrado como o ápice do sonho do garoto.

Interessante notar que temos muitas pessoas próximas (e algumas nem tanto) a Justin Bieber falando sobre ele, mas ele mesmo quase nunca conversa com o espectador, quase como se o filme quisesse manter a distância entre ídolo e público, mostrando cenas bobinhas protagonizadas por ele nos bastidores, mas não mostrando muito de quem ele é realmente ou quais suas motivações. Em algumas sequências, uma imagem mais intimista ou reveladora chega à tela, como o momento em que Bieber conversa com uma pequena violinista nas escadas onde ele cantava, mas cenas como essa são raras. A mensagem que temos é “fique com a imagem, esqueça o conteúdo”.

Em seu terceiro ato, o longa investe em um arco dramático falando de um problema de garganta enfrentado por Justin às vésperas de seu show no Garden, um último obstáculo para que ele conquistasse o seu sonho. O problema é que este arco é sabotado pela própria estrutura do filme, que exibe, durante toda a projeção, músicas desse mesmo show, matando qualquer suspense ou tensão que esse plot poderia ter.
Nisso, temos um filme raso, covarde até, que tem medo de expor o seu objeto (o próprio Justin) para o público e falha em trabalhar melhor uma história de triunfo que poderia atingir audiências que podem não simpatizar com o som de Bieber, mas que aplaudiriam o fato de que o garoto chegou aonde chegou por conta de sua perseverança e por sua sorte de ter surgido no momento tecnológico certo.
No entanto, saímos da sala apenas com a imagem produzida daquele que, em tese, era a figura central de um documentário, com o longa falhando em retratá-lo com uma pessoa real. Bieber não é tão conhecido quanto um membro dos Rolling Stones, cujas opiniões e desventuras são públicas e notórias, e essa era a sua chance de se apresentar a um público que não o conhece e ganhar o seu respeito.

Os fãs irão se deliciar com os números musicais do filme. E eles são realmente muito bem produzidos, com a fotografia 3D funcionando muito bem junto ao público, fazendo com que a audiência se sinta realmente imersa no show, com toda a sua pirotecnia e extravagância. Talvez o longa devesse ter se concentrado nisso e mostrado apenas algumas cenas de bastidores.

A película tropeça nas próprias pernas por conta de sua megalomania e perde a oportunidade de dar ao seu protagonista a chance de se mostrar não como um ídolo inatingível e fabricado, mas como um jovem talentoso e realmente tridimensional. O 3D, no entanto, acaba quando tiramos os óculos, com Bieber continuando tão bidimensional e artificial quanto seus cartazes.

Observação: A dublagem da fita deve ser uma das piores que já pude acompanhar no cinema. Sabendo que a produção é voltada para um público mais jovem, existem pouquíssimas cópias legendadas. Nas dubladas, provavelmente buscando um meio-termo entre preservar o som original e realizar uma dublagem, o que temos no filme é uma versão brasileira que lembra a dos documentários do Discovery Channel, sem muita emoção ou cuidado, com as vozes nacionais sobrepostas às originais, mas com estas ainda podendo ser ouvidas. Terrível.
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Thiago Siqueira
é crítico de cinema do CCR e participante fixo do RapaduraCast. Advogado por profissão e cinéfilo por natureza, é membro do CCR desde 2007. Formou-se em cursos de Crítica Cinematográfica e História e Estética do Cinema.

O Último Mestre do Ar é o campeão do Framboesa de Ouro 2011

Sex and the City 2 leva três estatuetas.



Foi realizado neste sábado (26) a entrega do nada cobiçado Framboesa de Ouro, evento que elege os piores do ano. O grande “vencedor” da noite foi a aventura “O Ùltimo Mestre do Ar“, com cinco estatuetas, o que não vai ajudar em nada a já decadente carreira de M. Night Shyamalan, que venceu na categoria Pior Diretor. Chegando em segundo lugar está a sequência “Sex and the City 2“, que ficou com três.

Veja abaixo a lista completa:

PIOR FILME
“A Saga Crepúsculo: Eclipse”
“O Último Mestre do Ar”
“Sex And The City 2″
“Caçador de Recompensas”
“Os Vampiros Que Se Mordam”

PIOR DIRETOR
Michael Patrick King – “Sex And The City 2″
David Slade – “A Saga Crepúsculo: Eclipse”
M. Night Shyamalan – “O Último Mestre do Ar”
Jason Friedberg e Aaron Seltzer – “Os Vampiros Que Se Mordam”
Sylvester Stallone – “Os Mercenários”

PIOR ATOR
Ashton Kutcher – “Par Perfeito” e “Idas e Vindas do Amor”
Robert Pattinson – “A Saga Crepúsculo: Eclipse” e “Lembranças”
Taylor Lautner – “A Saga Crepúsculo: Eclipse” e “Idas e Vindas do Amor”
Gerard Butler – “Caçador de Recompensas”
Jack Black – “As Viagens de Gulliver”

PIOR ATRIZ
Kristen Stewart – “A Saga Crepúsculo: Eclipse”
Jennifer Aniston – “Coincidências do Amor” e “Caçador de Recompensas”
Miley Cyrus – “A Última Música”
Megan Fox – “Jonah Hex”
Sarah Jessika Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon e Kim Cattrall – “Sex And The City 2″
 
PIOR ATOR COADJUVANTE
George Lopez – “Marmaduke”, “Idas e Vindas do Amor” e “Missão Quase Impossível”
Dev Patel – “O Último Mestre do Ar”
Rob Schneider – “Gente Grande”
Jackson Rathbone – “A Saga Crepúsculo: Eclipse” e “O Último Mestre do Ar”
Billy Ray Cyrus – “Missão Quase Impossível”

PIOR ATRIZ COADJUVANTE
Cher – “Burlesque”
Jessica Alba – “Entrando Uma Fria Maior Ainda Com a Família”, “The Killer Inside Me”,  “Machete” e “Idas e Vindas do Amor”
Liza Minnelli – “Sex And The City 2″
Nicola Peltz – “O Último Mestre do Ar”
Barbra Streisand – “Entrando Uma Fria Maior Ainda Com a Família”

PIOR CASAL OU ELENCO
A cara de Josh Brolin e o sotaque de Megan Fox – “Jonah Hex”
Todo o  elenco de “Eclipse”
Todo o  elenco de “Sex And The City 2″
Todo o  elenco de “O Ùltimo Mestre do Ar”
Gerard Butler e Jennifer Aniston – “Caçador de Recompensas”

PIOR ROTEIRO
“Os Vampiros Que Se Mordam”
“A Saga Crepúsculo: Eclipse”
“O Último Mestre do Ar”
“Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família”
“Sex And The City 2″

PIOR PREQUELA, REMAKE, SEQUÊNCIA OU PARÓDIA
“Fúria de Titãs”
“Sex And The City 2″
“Os Vampiros Que Se Mordam”
“O Ùltimo Mestre do Ar”
“A Saga Crepúsculo: Eclipse”

PIOR USO DO 3D
“Fúria de Titãs”
“Como Cães e Gatos 2″
“Jogos Mortais – O Final”
“O Ùltimo Mestre do Ar”

“Quebra-Nozes 3D”

Veja a lista completa dos vencedores do Oscar 2011. O Discurso do Rei levou!

Sem um grande vencedor, cada um tirou uma casquinha do prêmio.




Na noite de domingo, 27, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood entregou o maior prêmio da indústria do cinema de Hollywood, o Oscar. “O Discurso do Rei” foi o grande vencedor da noite, com os prêmios de Melhor Filme, Diretor, Ator e Roteiro Original. “A Origem” também levou quatro estatueta, mas todos nas categorias técnicas.

Colin Firth levou Melhor Ator por sua performance como o Duque de York e posterior Rei George VI e Natalie Portman levou o Oscar de Melhor Atriz pelo papel da bailarina obcecada pela perfeição em “Cisne Negro”. O elenco de “O Vencedor” foi reconhecido com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Christian Bale e o de Melhor Atriz Coadjuvante para Melissa Leo.

No mais, sem muitas surpresas, o que chamou mais a atenção foi apresentação da dupla Anne Hathaway e James Franco, que fizeram questão de trazer um ar jovial a premiação.

Veja a lista completa:

Melhor direção de arte
Alice no País das Maravilhas
 
Melhor fotografia
A Origem
 
Melhor atriz coadjuvante
Melissa Leo, por O Vencedor

Melhor animação
Toy Story 3
 
Melhor roteiro adaptado
A Rede Social
 
Melhor roteiro original
O Discurso do Rei
 
Melhor filme estrangeiro
Em um Mundo Melhor
 
Melhor ator coadjuvante
Christian Bale, por O Vencedor

Melhor Trilha Sonora Original
A Rede Social
 
Melhor Mixagem de Som
A Origem
 
Melhor Edição de Som
A Origem
 
Melhor Maquiagem
O Lobisomem
 
Melhor Figurino
Alice no País das Maravilhas
 
Melhor Curta em Documentário
Strangers No More
 
Melhor Curta
God Of Love
 
Melhor Documentário
Trabalho Interno
 
Melhores Efeitos Visuais
A Origem
 
Melhor Edição
A Rede Social
 
Melhor Canção Original
We Belong Together
de Toy Story 3

Melhor Diretor
Tom Hooper, por O Discurso do Rei

Melhor Atriz
Natalie Portman, por Cisne Negro

Melhor Ator
Colin Firth, por O Discurso do Rei

Melhor Filme
O Discurso do Rei

FONTE:
http://cinemacomrapadura.com.br/noticias/191530/veja-a-lista-completa-dos-vencedores-do-oscar-2011-o-discurso-do-rei-levou/