domingo, 27 de fevereiro de 2011

FESTIVAL DE BERLIM 2011 - [Berlinale '11] Glamour em Segundo Plano

Fátima Lacerda, especial para o SOS Hollywood



BERLIM - A Coletiva de Imprensa anual do Festival de Cinema de Berlim é o pontapé inicial do evento. A partir da primeira terça-feira de fevereiro só vai se falar nisso. Ruas repletas de painéis de vidro que expoem os cartazes e os enormes outdoors de uma das principais patrocinadores do evento, a L’oreal, com estrelas de Hollywood vendendo a beleza clássica. A escalação inclui Penelope Cruz, Diane Krueger ou Clauda Schiffer. A pergunta mais urgente dos jornalistas ano após ano é : “Quem vem ?”se referindo à estrelas e estrelhinas de Hollywood.



A lista desse ano é, de fato longa, mas sem grandes sensações:



Jeff Briges

Josh Brolin

Helena Bonham Carter

Ralph Finnes (que estréia na direção com Coriolanus)

William Hurt

Jeremy Irons

Diane Krüger

Liam Neeson (que vai aproveitar para lançar Unknown)

Vanessa Redgrave (uma das estrelas de Coriolanus)

Kevin Spacey



A ausência de grandes diretores é explicada pela sempre presente fofoquinha de que os figurões dão preferência ao Festival Internacional Du’Film em Cannes, no mês de maio. Nesse ano, por exemplo, Terence Malick já confirmou a exibição de Tree of Life na Côte d’ Azur, mesmo com a pesada exibição do trailer na internet. O diretor dinamarquês Lars von Trier e o temido canadense, David Cronenberg, seguem o mesmo caminho. Cannes é o maior concorrente da Berlinale, mas isso pode ser muito proveitoso para cinéfilas e cinéfilos, pois Berlim tem maior foco numa cinematografia mais alternativa e em filmes, que, após o Festival, não estarão nas redes de cinema. É exatamente isso que exerce um fascínio inquietante nos aficionados.



Dieter Kosslick, o Leon Kakoff (organizador vitalício da Mostra de São Paulo) da Berlinale, se mostrou muito mais reservado do que nas coletivas dos anos anteriores. Ele sabe agradar igualmente a imprensa tablóide e os cadernos de Cultura como ninguém, mas, dessa vez, se comportou de forma quieta e comedida. Nada de piadas sobre filmes imbuídos do conceito sexo, drogas e rock’n roll e nem mesmo as tradicionais anedotas envolvendo algum astro do cinema. Vendeu o peixe só mesmo com o estritamente necessário.



Bem antes da coletiva, vazou a informação de que Madonna viria a Berlim, mas não ao tapete vermelho e sim ao mercado de vendas de filmes, que acontece paralelamente. Essa novela já tem um roteiro longo:



Entenda:



Uma produtora de filmes, desconhecida de nós pobres terrestres, alugou uma sala de projeção no Mercado Europeu de Filmes, lugar reservado somente para a Imprensa, Compradores de filmes e/ou Donos de Cinemas e Diretores de Festivais.



Vazou o boato que seria possível exibir somente 3 minutos do filme de Madonna, mas, por enquanto, nem mesmo Beki Probst, a chefe do Mercado Europeu de Filmes sabe do paradeiro da cópia ou dos planos da superstar e não escondeu sua irritação durante a coletiva.



Resumindo: o filme terá exibição de apenas 3 minutos em Berlim, mas sua estréia oficial vai acontecer em Cannes. Para Madonna, a Berlinale é, claramente, um canal para vender seu trabalho e vai mostrar apenas sua faceta de negócios.



Para instigar a coletiva, Dieter Kosslick contou um pouco do enredo do filme, mas de forma tão complexa e emperrada que foi impossível não perceber os olhos interrogativos da platéia. Ninguém entendeu bufulhas.



Que bom nos encontramos em alto estágio de globalização e o Google é só uma dessas maravilhas. Uma biblioteca mundial, dentro da tela do meu notebook. O filme com o título de W.E conta a história de amor entre o Rei Eduardo VIII e sua amante plebéia, Wallis Simpson.



Em 2008, Madonna se apresentou na capital alemã com o filme Filth and Wisdom e bateu um recorde, um tanto mundano, mas um recorde: sua coletiva de imprensa foi a mais concorrida e lotada que o evento já viu até hoje!



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