domingo, 27 de fevereiro de 2011

Melissa Leo fatura Oscar de Atriz Coadjuvante

 



Se dois anos atrás tivessem me dito que Melissa Leo era favorita para o Oscar, eu estaria vibrando de alegria. Pra falar bem a verdade, até certo tempo atrás eu estava. Bastou conferir O Vencedor para que meu entusiasmo acabasse. De fato, Leo é a melhor entre as concorrentes. Mas isso não quer dizer muita coisa. Ela apenas encabeça, sem muitos méritos, uma seleção extremamente fraca – possivelmente, a pior dos últimos anos – onde as candidatas estão todas praticamente no mesmo nível.

Melissa Leo venceu o Globo de Ouro e o SAG, dois prêmios importantíssimos na corrida para o Oscar. Contudo, eis que Leo começa a perder as estribeiras apelando para jogadas sujas e de péssimo tom. Por alguma razão misteriosa, a atriz pagou do próprio bolso para fazer anúncios de sua interpretação com o intuito de arrecadar votos. Ora, se ela já era a total favorita, a troco de quê resolveu pagar esse mico?

E o pior de tudo: recentemente, começou a falar mal de suas colegas de categoria. De acordo com Leo, Hailee Steinfeld estaria “cafetinando” uma indicação, Amy Adams teria uma certa “inveja” por não ter vencido prêmio algum e Helena Bonham Carter teria lhe dado empurrões no almoço do Oscar. Ou seja, a favorita ao prêmio da Academia está sujando a própria imagem. Será que isso lhe custaria a estatueta?

Dizem por aí que a garota Steinfeld seria a outra favorita, mas, na minha opinião, quem deve se dar bem com a insanidade mental de Melissa Leo é Helena Bonham Carter ou Amy Adams (seria ótimo para dar uma lição em Leo, não?). A primeira por já estar em sua segunda indicação e por ter faturado o BAFTA por um longa que foi altamente adorado pelos votantes do Oscar. A segunda por ser uma jovem recém descoberta e que dá constantes provas de talento e boas escolhas.

Resumindo, a categoria que até pouco tempo atrás estava definida hoje já não é mais certa. Culpa da própria favorita, que está, pouco a pouco, afundando sua reputação e ficando cada vez mais longe da estatueta com essas atitudes desnecessárias. O Oscar não gosta de gente assim. Eddie Murphy e Mickey Rourke sabem disso muito bem. E agora: os votantes perdoarão Melissa Leo ou será que pretendem nos preparar uma surpresa?


Abaixo, minha ordem de preferência das indicadas:

1. MELISSA LEO (O Vencedor): Como a mãe desnaturada que tem um claro favoritismo entre os filhos, Leo é um dos destaques desse filme todo baseado em atuações. Talvez chame mais a atenção pelo personagem chamativo do que pela interpretação em si (o show dela de verdade estava em Rio Congelado). No entanto, das indicadas, é a que melhor destaca sua presença no seu respectivo filme.

2. AMY ADAMS (O Vencedor): Com sua habitual beleza delicada e angelical, Amy Adams abandonou seus papéis ingênuos para viver uma moça que fala palavrões, sai no tapa com outras mulheres e que é extremamente decidida em suas escolhas. Alguns dizem ser mais do mesmo (deve ser a indicação ao Oscar mais fraca dela), mas Adams é sempre eficiente e também contribui para o excelente trabalho de elenco de O Vencedor.

3. HELENA BONHAM CARTER (O Discurso do Rei): Está merecidamente recebendo reconhecimento com indicações em função de sua interpretação contida e de mulher comum – algo que não é tão presente na carreira da atriz. Por mais que esteja longe de alcançar a notável excelência de Colin Firth e Geoffrey Rush, Helena funciona sempre que aparece, nunca estando desnecessária - algo que beneficia muito sua indicação.

4. JACKI WEAVER (Reino Animal): Pena que Jacki Weaver faça parte de um filme tão estranho e pouco eficiente como esse. Ela é aquele tipo de atriz que atrai o espectador de imediato com sua representação, mas que sofre por ser pouco utilizada pelo filme. Se Weaver recebesse seu devido destaque, talvez fosse além de ser apenas uma figura interessante e de fraca relevância para o andamento do longa.

5. HAILEE STEINFELD (Bravura Indômita): Acho que nunca vi fraude maior do que essa. É inadmissível que Steinfeld seja classificada como coadjiuvante se ela aparece em todas as cenas de Bravura Indômita e ainda é o foco central da história. Apesar disso, a garotinha faz apenas o correto e está longe de apresentar, por exemplo, a força de Saoirse Ronan ou a simpatia irresistível de Abigail Breslin.


A ESQUECIDA
 

MARION COTILLARD (A Origem): O Oscar quebrou barreiras linguísticas e premiou Marion Cotillard como melhor atriz por Piaf – Um Hino ao Amor. No entanto, depois dessa coroação, escolheu não mais reconhecê-la. Em A Origem, encontramos o terceiro trabalho consecutivo da atriz que é esnobado pela Academia (os outros foram Inimigos Públicos e Nine). Uma pena. No filme de Nolan, ela brilha em cada cena que aparece e ainda carrega a principal carga emotiva da história. Sem falar que a francesa é dona da personagem mais magnética de A Origem. Liga não, Marion, nós te adoramos!

FONTE:
http://cinemaeargumento.wordpress.com/2011/02/21/oscar-2011-atriz-coadjuvante/

Nenhum comentário:

Postar um comentário