Ana Moura nasceu em Santarém e cresceu num núcleo familiar em que todos cantavam em reuniões e acontecimentos particulares. Cedo desenvolveu gosto por vários estilos musicais, mas o fado foi sempre uma presença constante. No final da sua adolescência, numa festa de Natal, vários fadistas e guitarristas tiveram oportunidade de ouvi-la, entre os quais a Maria da Fé que a convidou para fazer parte do elenco da sua casa de fados, o Sr. Vinho. Esse foi o momento que projectou a sua carreira definitivamente no meio do Fado. Através do seu trabalho diário no Sr. Vinho, conheceu o compositor e guitarrista Jorge Fernando, músico residente na altura, tendo iniciado uma relação profissional e de cumplicidade que se mantém até hoje.
Assim, em 2003 é editado o seu primeiro disco “Guarda-me a Vida na Mão” que recebe os mais rasgados elogios dos media e tem grande aceitação por parte do público tanto nacional como no estrangeiro. É por esta altura que Ana Moura começa as suas digressões pelo mundo fora tendo actuado no prestigiado Town Hall, nos Estados Unidos.“Aconteceu”, o seu segundo disco, é editado em 2004 e trata-se de um duplo trabalho dividido em duas áreas temáticas: – O primeiro disco, a que se chamou «A porta do fado»», aborda o fado clássico e o segundo disco, intitulado «Dentro de casa», debruça-se sobre o fado tradicional. É por esta altura que Ana Moura recebe um convite para actuar no célebre Carnegie Hall, de Nova Iorque, em Fevereiro de 2005, tornando-se assim na primeira cantora portuguesa a actuar na mítica sala nova-iorquina.Este disco leva-a novamente a grandes digressões no estrangeiro, tendo Ana Moura actuado em vários países europeus como Holanda, França, bem como nos Estados Unidos e na China, tornando-se numa das mais bem sucedidas artistas portuguesas. De tal forma, que em 2005 o seu disco “Aconteceu” foi nomeado para um dos mais prestigiados prémios da World Music – os Edison Awards.
É por esta altura que surge o convite de Tim Ries (saxofonista dos Rolling Stones e que ficou encantado com a voz de Ana Moura através de um disco que encontrou no Japão) para participar no 2º volume da colectânea “The Rolling Stones Project”, um projecto por ele dinamizado. Assim, aproveitando o concerto dos Rolling Stones no Porto, Ana Moura grava dois temas adaptados para fado por Jorge Fernando e Custódio Castelo.
Mais tarde, Ana Moura viria a ser surpreendida com um convite dos Stones para subir ao palco do Estádio Alvalade XXI, em Junho deste ano e, perante mais de 30 mil pessoas, cantar com Mick Jagger a sua versão de “No Expectations”. Convite este que surgiu após a ida dos Stones à casa de fados onde Ana Moura usualmente canta.
Desta amizade surge a participação de Tim Ries (participação em “A Sós Com a Noite” e a autoria de “Velho Anjo”) naquele que viria a ser o terceiro trabalho de Ana Moura. No final de 2006, Ana Moura começou a gravar o seu terceiro disco de originais, com edição no primeiro semestre de 2007.Em “Para Além da Saudade”, Ana Moura interpreta temas tradicionais, como é o caso do Fado Blanc ou do Fado Azenha mas continua a arriscar em novas letras, músicas e parcerias, cantando poemas de Fausto (Nascidos do mar), Amélia Muge (o Fado da Procura) ou Nuno Miguel Guedes (Mapa do coração) mas também, e uma vez mais, de Jorge Fernando, produtor musical do disco e autor/compositor de alguns dos temas.
Depois do sucesso do lançamento deste seu terceiro disco, Ana Moura percorreu o país de lés a lés, sendo de destacar os concertos na Casa da Música, em Câmara de Lobos na Madeira, em Coruche, a sua terra natal, no Castelo de São Jorge, a participação no concerto dos Rolling Stones no Estádio de Alvalade, entre outros, e que culminou com a apresentação de “Para Além da Saudade” no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Outubro. Mas não foi só Portugal que teve oportunidade de ouvir ao vivo temas como “Os Búzios” ou “O Fado da Procura”, Ana Moura também se apresentou na Alemanha, Holanda, Itália, Japão e República Checa.
O ano de 2008 começa com uma tournée europeia que passa pela Holanda, Bélgica, França, Alemanha e Espanha, seguindo-se alguns concertos em Portugal. Entretanto é lhe atribuído o galardão de Disco de Platina, referente e a 20 mil discos vendidos. Em Março, Ana Moura continua com as apresentações ao vivo, desta vez com mais uma tournée pelos Estados Unidos e México, onde a crítica foi unânime em confirmar o seu talento.Mas o sucesso de Ana Moura não passa despercebido também em Portugal. Em Maio é distinguida com o Prémio Amália para Melhor Intérprete 2007, atribuído pela Fundação Amália Rodrigues.
Em Junho de 2008, a fadista apresenta-se pela primeira vez naquelas que são duas das mais especiais e míticas salas do país: o Coliseu do Porto e o Coliseu dos Recreios em Lisboa, em duas noites, consideradas pelo público e pela crítica, memoráveis. A seu lado Ana Moura teve duas convidadas muito especiais: Beatriz da Conceição e Maria da Fé, dois nomes incontornáveis na história do Fado. A partilhar esta noite especial, esteve também Jorge Fernando, produtor musical e cúmplice da fadista.
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