Às vezes, depois de uma semana de trabalho e rotina é bom assistir a uma comédia decente. Esse é o caso desta fita que, graças a seu elenco afiado e humor simples (e não imbecil), entrega 90 minutos de pura diversão.
Atualmente, dois comediantes reinam supremos nas comédias televisivas norte-americanas: Steve Carell, como o chefe Michael Scott de “The Office”, e Tina Fey, como a neurótica produtora Liz Lemon de “30 Rock”. Bastante premiados e elogiados, os dois possuem um timing cômico fora do comum e uma capacidade de fazer rir com uma cara séria que nos remetem diretamente a Buster Keaton.
A ideia de juntá-los em um mesmo filme era simplesmente irresistível, resultando neste divertidíssimo “Uma Noite Fora de Série”, fita que nem mesmo a direção do fraquíssimo como Shawn Levy (“Doze é Demais”) conseguiu estragar.
A trama coloca Carell e Fey como Phil e Claire Foster, moradores de uma casa de classe média americana com dois filhos hiperativos e uma rotina bem rígida de casa-trabalho-casa e uma saída toda sexta-feira para o mesmo restaurante comum. Ao receberem a notícia de que um casal de amigos está se separando, justamente por conta da temível rotina, os dois resolvem fazer algo diferente em sua noite de folga.
Indo para a velha e boa Manhattan, eles acabam usando a reserva alheia para entrarem no restaurante mais badalado da cidade. No entanto, são confundidos com uma dupla de chantagistas que andou mexendo com o gângster mais temido da cidade, Joe Mérito (Ray Liotta) e começam a ser perseguidos por uma dupla de capangas (Jimmi Simpson e Common) por toda Nova York, encontrando durante essa aventura os mais bizarros tipos.
Sim, esse tipo de situação de identidade trocada envolvendo pessoas comuns em enrascadas é um clichê cômico bem comum, sendo o mote de filmes bem medíocres como “O Homem Que Sabia de Menos” e “O Terno de Seis Bilhões de Dólares”. Mas o diferencial aqui é a dupla de protagonistas. Falando sério, se colocassem Carell e Fey para ler a lista telefônica por duas horas, certamente eles seriam engraçados.
Durante o filme, fica a clara impressão de que os dois usavam o roteiro apenas para se guiar pelas situações pelas quais os personagens iriam passar, improvisando a maioria dos diálogos. Some-se isso com a química entre os atores e o carisma que eles passam naturalmente e temos um dos mais cômicos casais cinematográficos da história recente do cinemão americano.
Além disso, os dois são ajudados por um elenco coadjuvante bastante inspirado. Vivendo um James Bond genérico que ajuda os Foster, temos um Mark Wahlberg bem relaxado e à vontade que, graças a Deus, não conversa com nenhuma planta de plástico aqui. Já James Franco e Mila Kunis, em pontas engraçadíssimas, vivem os verdadeiros chantagistas, aparecendo em uma cena hilária. E o que falar do promotor público vivido por William Fichtner e de sua indefectível vassoura, que protagoniza junto do casal principal uma das cenas mais non-sense do longa!
Claro que, tendo Shawn Levy na direção, o filme não poderia ser perfeito. Mark Ruffalo acaba desperdiçado em uma das cenas mais sem-graça da fita. Outros atores conhecidos que praticamente passam em branco são o já citado Ray Liotta e Taraji P. Henson, esta como uma policial. Sem contar o uso de um estereótipo daqueles bem exagerados na figura de um motorista de táxi nova-iorquino em uma cena de ação. Deve ser um primo daquele que aparece no começo de “Armageddon”…
As cenas de ação do filme são bem genéricas, ganhando seu diferencial graças aos seus atores principais. Outro ponto positivo do filme foi a utilização de Nova York como locação externa noturna, com a cidade sendo muito bem aproveitada por Levy e seu diretor de fotografia, o veterano Dean Semler (“2012″).
Leve e divertido sem ser imbecil e lidando de uma maneira bastante inusitada com o problema da rotina dos casais, “Uma Noite Fora de Série” é ideal para o público simplesmente relaxar e rir um pouco, com sua maior qualidade sendo justamente sua falta de pretensão.
Thiago Siqueira
cinemacomrapadura.com.br
Atualmente, dois comediantes reinam supremos nas comédias televisivas norte-americanas: Steve Carell, como o chefe Michael Scott de “The Office”, e Tina Fey, como a neurótica produtora Liz Lemon de “30 Rock”. Bastante premiados e elogiados, os dois possuem um timing cômico fora do comum e uma capacidade de fazer rir com uma cara séria que nos remetem diretamente a Buster Keaton.
A ideia de juntá-los em um mesmo filme era simplesmente irresistível, resultando neste divertidíssimo “Uma Noite Fora de Série”, fita que nem mesmo a direção do fraquíssimo como Shawn Levy (“Doze é Demais”) conseguiu estragar.
A trama coloca Carell e Fey como Phil e Claire Foster, moradores de uma casa de classe média americana com dois filhos hiperativos e uma rotina bem rígida de casa-trabalho-casa e uma saída toda sexta-feira para o mesmo restaurante comum. Ao receberem a notícia de que um casal de amigos está se separando, justamente por conta da temível rotina, os dois resolvem fazer algo diferente em sua noite de folga.
Indo para a velha e boa Manhattan, eles acabam usando a reserva alheia para entrarem no restaurante mais badalado da cidade. No entanto, são confundidos com uma dupla de chantagistas que andou mexendo com o gângster mais temido da cidade, Joe Mérito (Ray Liotta) e começam a ser perseguidos por uma dupla de capangas (Jimmi Simpson e Common) por toda Nova York, encontrando durante essa aventura os mais bizarros tipos.
Sim, esse tipo de situação de identidade trocada envolvendo pessoas comuns em enrascadas é um clichê cômico bem comum, sendo o mote de filmes bem medíocres como “O Homem Que Sabia de Menos” e “O Terno de Seis Bilhões de Dólares”. Mas o diferencial aqui é a dupla de protagonistas. Falando sério, se colocassem Carell e Fey para ler a lista telefônica por duas horas, certamente eles seriam engraçados.
Durante o filme, fica a clara impressão de que os dois usavam o roteiro apenas para se guiar pelas situações pelas quais os personagens iriam passar, improvisando a maioria dos diálogos. Some-se isso com a química entre os atores e o carisma que eles passam naturalmente e temos um dos mais cômicos casais cinematográficos da história recente do cinemão americano.
Além disso, os dois são ajudados por um elenco coadjuvante bastante inspirado. Vivendo um James Bond genérico que ajuda os Foster, temos um Mark Wahlberg bem relaxado e à vontade que, graças a Deus, não conversa com nenhuma planta de plástico aqui. Já James Franco e Mila Kunis, em pontas engraçadíssimas, vivem os verdadeiros chantagistas, aparecendo em uma cena hilária. E o que falar do promotor público vivido por William Fichtner e de sua indefectível vassoura, que protagoniza junto do casal principal uma das cenas mais non-sense do longa!
Claro que, tendo Shawn Levy na direção, o filme não poderia ser perfeito. Mark Ruffalo acaba desperdiçado em uma das cenas mais sem-graça da fita. Outros atores conhecidos que praticamente passam em branco são o já citado Ray Liotta e Taraji P. Henson, esta como uma policial. Sem contar o uso de um estereótipo daqueles bem exagerados na figura de um motorista de táxi nova-iorquino em uma cena de ação. Deve ser um primo daquele que aparece no começo de “Armageddon”…
As cenas de ação do filme são bem genéricas, ganhando seu diferencial graças aos seus atores principais. Outro ponto positivo do filme foi a utilização de Nova York como locação externa noturna, com a cidade sendo muito bem aproveitada por Levy e seu diretor de fotografia, o veterano Dean Semler (“2012″).
Leve e divertido sem ser imbecil e lidando de uma maneira bastante inusitada com o problema da rotina dos casais, “Uma Noite Fora de Série” é ideal para o público simplesmente relaxar e rir um pouco, com sua maior qualidade sendo justamente sua falta de pretensão.
Thiago Siqueira
cinemacomrapadura.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário