Capítulos mostram como está a vida da personagem dois anos depois da série ter ido ao ar;
"Nada melhor que se reinventar. Eu continuo a mesma, mas agora melhor. Vamos matar a saudade?", diz o Tumblr de Alice Carvalho Zanetti. Já faz dois anos que ela desembarcou em São Paulo para descobrir esse país das maravilhas que é a capital paulista. A personagem da HBO mergulhou nas nuances e loucuras da cidade da mesma forma e intensidade como a garota criada por Lewis Carroll entrou "pela toca do coelho" (que, inclusive, é o título do piloto). Vinda de Palmas, Tocantins, Alice viajou para São Paulo para lidar com a herança e o enterro do pai, de quem estava afastada havia um tempo, e acabou aumentando sua estadia na cidade bem mais do que esperava, vivendo intensamente uma jornada de redescoberta e evolução pessoal durante os 13 episódios da série. Agora, em 2010, ela volta às telinhas e, no reencontro, mostra o que mudou nos dois anos que passou afastada do público.
Alice é uma personagem que não se contenta com as páginas de um roteiro, o confinamento de um set de filmagem e insiste em ser "pessoa de verdade". Alice tem perfil no Orkut, Facebook, Twitter, MSN, é até dona de um brechó real, localizado na Vila Madalena. Muito elogiada à época de sua estreia por conta de sua qualidade estética e roteiro maduro como poucos vistos em produções nacionais, Alice adotou dos Estados Unidos, terra da matriz da emissora HBO e país conhecido por exportar séries de TV, a técnica de usar a internet para dar mais vida ao personagem.
Uma boa atuação de Andréia Horta (Alice) e essas estratégias de marketing fizeram com que essa jovem de 20 poucos anos se tornasse alguém que poderia, facilmente, ser aquela moça que estava dançando em uma balada no último fim de semana. Em geral, tudo parecia conspirar de forma bem amarrada para torná-la o mais real possível, do roteiro bem pesquisado à escolha de locações. Todos os elementos, dentro da série e fora dela, pareciam conspirar para que o público pensasse: "Eu acho que conheço uma Alice".
Essa também é a impressão que ficou para Rica Amabis, membro do coletivo Instituto, que produziu, compôs e garimpou faixas de artistas nacionais e internacionais para criar a trilha sonora da série, um elemento que integra a trama de forma essencial e que parece interagir com a protagonista como se fosse uma personagem extra. Rica explica que foi pensado um tema inicial para Alice, mas que a trilha foi sendo composta aos poucos, conforme o decorrer da trama. "Adotamos uma linha de modificar a música conforme ela ia mudando na série, crescendo. Esse foi nosso maior desafio, ir crescendo junto com ela", revela. O artista explica ainda que foi feita uma divisão da série em dois momentos para pensar nessa trilha: um de música ambiente, de festa, e outro para ocasiões de reflexão e conflitos, sonorizado com canções que representassem suas questões internas.
De acordo com Rica, esses dois novos episódios seguem essa segunda linha. "Não tem muito essa parte de balada que apareceu bastante na primeira temporada, que era mais de descobrir São Paulo. Essa segunda temporada é mais introspectiva, é tudo mais íntimo", afirma. "E tem outros momentos, tem uns momentos mais de tensão. É uma coisa mais adulta, mais densa", complementa. Rica conclui ainda: "Ela não é mais uma menininha solta em São Paulo, ela tem responsabilidades, ela tem uma empresa, essas coisas fazem com que a trilha mude também". Abaixo, ouça a faixa "City Lights", do Instituto com Gui Amabis, que está na trilha sonora de Alice.
A primeira parte do especial Alice vai ao ar no próximo sábado, 20, às 21h, pela HBO. O segundo capítulo será exibido no dia 27, no mesmo horário e canal. Para saber os horários de reprise, consulte o site da emissora
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