O Brasil recebe a partir deste domingo os shows da turnê Up and Coming do ex-beatle Paul McCartney. Ele fará, ao todo, três apresentações: uma em Porto Alegre, no dia 7, e duas em São Paulo, nos dias 21 e 22 de novembro. McCartney volta a se apresentar no país após um hiato de 17 anos. Seu último show no Brasil ocorreu em dezembro de 1993, em São Paulo. Apesar do show de simpatia do cantor, a apresentação teve uma bilheteria um tanto fraca para um artista de seu porte.
Bem diferente do que se viu três anos antes, no Rio, quando 70.000 pessoas se espalharam no gramado e nas arquibancadas do Maracanã para ver o astro – seriam 140.000, não fossem as fortes chuvas que castigaram o Rio em abril daquele ano. Por pouco, o show do ex-beatle não foi cancelado. Ainda assim, Paul fez para o público carioca uma apresentação memorável.
Os fãs cariocas que enfrentaram a chuva, a lama e o trânsito caótico daquela noite puderam comprovar: 30 anos após o fim dos Beatles, McCartney continuava em plena forma. O próprio astro havia dito a VEJA em entrevista concedida no ano anterior que “Paul pode ter envelhecido, mas não ficou careta”.
O grupo formado no fim dos anos 50 em Liverpool, na Inglaterra, pode ser considerado o inventor do gênero pop, com seus concertos para multidões de fãs que não se limitam a ouvir a música de seus ídolos, mas também querem emulá-los. É justo dizer que Paul McCartney, Ringo Starr, George Harrison e John Lennon moldaram a música que se ouve hoje no rádio. No fim dos anos 70, porém, os novos tempos trouxeram aos Beatles todos os problemas da idade adulta. Paul ficou em descompasso com os colegas e os desentendimentos começaram. Oficialmente, os Beatles encerraram suas atividades no dia 10 de abril de 1970.
Com o fim da banda, McCartney teve uma produtiva carreira-solo: lançou 22 discos, dez deles de músicas inéditas – alguns fracassados, como Ecce Cor Meum, de 2006. Em 1994, surpreendeu o mundo com o projeto The Fireman, um trabalho de músicas eletrônicas gravado ao lado de Youth, baixista do grupo pós-punk Killing Joke. Até hoje, aos 68 anos, Paul segue como o “beatle bonitão”.
A vida pessoal do cantor na fase pós-beatles também chama a atenção. Em 1998, a primeira mulher de Paul, Linda Eastman, perdeu a batalha contra o câncer. A notícia da morte só foi divulgada dois dias depois, quando o corpo já estava cremado. A versão da família veio a público por intermédio de um porta-voz do ex-beatle, Geoff Baker – e a boataria logo começou. Baker disse que a morte de Linda havia ocorrido em Santa Bárbara, na Califórnia. Onde estava o atestado de óbito? Onde aconteceu a cremação? Ninguém sabia, e a polícia de Santa Bárbara abriu investigação. A primeira suspeita foi de que a morte teria sido um suicídio assistido.
Quatro anos após a morte da mulher, Paul casou-se novamente, desta vez com a ex-modelo e ativista de causas humanitárias Heather Mills. A união terminou em 2008 – por meio de um divórcio pouco amigável cujo processo arrastou-se por dois anos. No fim, o juiz Hugh Bennett estipulou em 23,3 milhões de libras (84 milhões de reais) a quantia que Heather recebeu com o divórcio. Na sentença de 58 páginas, Bennett espelhou fielmente a opinião popular de que ela é uma bruxa e Paul, um sofredor.
Na turnê que trará ao Brasil, McCartney toca vários sucessos dos Beatles e até mesmo algumas músicas da carreira-solo de Lennon, como Give Peace a Chance. Mesmo com o passar dos anos, esse repertório segue sendo sucesso. Como disse o astro e VEJA em 1989, “as músicas de Lennon e McCartney até hoje são modernas, intrigantes, ousadas”.
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