sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

HOMELAND – A PRIMEIRA TEMPORADA COMPLETA (Homeland – The Complete First Season)



Ainda abalado com a season finale da primeira temporada de HOMELAND (2011), tentarei escrever um pouco sobre o que essa série significou para mim nessas últimas doze semanas. E perdoem-se se eu soltar algum pequeno spoiler. Sempre disse que quem assiste o piloto de HOMELAND não consegue mais parar de ver. Além de ser muito bem escrita, é uma série de grandes ganchos e não de episódios soltos. O tema é bem atual, o da paranoia americana diante de possíveis ataques terroristas. Aliás, nem se trata mais de simples paranoia, mas de um dos maiores pesadelos que os americanos estão vivendo. O 11 de setembro foi um divisor de águas na história do país e o inimigo agora é outro. Mais perigoso, pois é capaz de doar a própria vida em nome de seus ideais - ou daqueles que o enviam para executar a tarefa.

A série centra na figura do sargento Nicolas Brody (Damian Lewis), que retorna para os Estados Unidos depois de desaparecido por oito anos, quando esteve em missão durante a Guerra do Iraque. Carrie Mathison, vivida de maneira brilhante por Claire Danes, é uma agente da CIA que desconfia que Brody é na verdade um terrorista, já que no tempo em que ela esteve no Afeganistão, ela soube que um dos soldados americanos havia se convertido. Ela resolve, então, às escondidas de seus superiores, implantar um sistema de vigilância na casa de Brody, para monitorá-lo. Um detalhe que vale destacar é que Carrie é psicologicamente instável, tendo que tomar drogas para psicose. Isso também é algo que ela esconde de todos, até para manter o seu emprego e sua credibilidade.

HOMELAND traz novas surpresas a cada episódio. A influência de Alfred Hitchcock é presente na construção de uma atmosfera de suspense crescente, que aumenta ainda mais no desesperador episódio final, um especial de uma hora e meia de duração, que se distingue dos demais até por dispensar os créditos iniciais. Quem tem contato com a obra hitchcockiana sabe que é bem possível torcermos pelo pior, para o vilão, como também para o herói, no caso, uma heroína incompreendida. E esse elemento fantástico que nos apresentou Hitchcock foi muito bem aprendido pelo diretor e produtor Michael Cuesta e seu time de roteiristas. Além do grande momento de tensão e desespero que acontece em determinada sequência, nada me preparava para o clima de desesperança que o final da série iria trazer. E depois das imagens dolorosas do final, o jeito é engolir em seco e aguardar a já confirmada segunda temporada.

HOMELAND é adaptação de uma série de televisão israelense. Foi indicada ao Globo de Ouro nas categorias de melhor série (drama), melhor ator (Damian Lewis) e melhor atriz (Claire Danes).

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