- Vou deixar a rua me levar / Ver a cidade se acender / A lua vai banhar esse lugar / E eu vou lembrar você. Ao final do filme Divã (2009) ouvimos os deliciosos versos da canção Pra Rua Me Levar de Ana Carolina. E se neste momento você não estiver derramando sinceras lágrimas, você é o ser humano mais sem coração do universo.
- Divã é um filme muito franco, honesto e sincero. Em diversos momentos você vai chorar de rir e em outros o choro é de emoção mesmo.
- Há 3 elos de sustentação primorosos no longa que o fazem ter o excelente mérito que possui. O primeiro deles é o roteiro de Marcelo Saback que está muito bem estruturado, com o tempero na trama de humor e drama na medida certa, além deste amarrar bem todas as ações do filme. O segundo grande mérito cabe ao diretor José Alvarenga Jr que já trabalhou no longa Os Normais (2003).
- Há diversas cenas de uma cinematografia belíssima, como a da exposição de arte sob a chuva e, a melhor de todas, onde a personagem central Mercedes está deitada sob uma janela com a chuva banhando seu corpo nu. É de arrepiar de tão belíssimo. E o último e glorioso mérito vai para Lília Cabral, que já havia encarnado Mercedes no teatro. Sem ela o filme não teria metade da alma que possui.
- Há algumas falhas de inverossimilhança, mas é supérfluo perto da construção do filme como um todo. Se eu fosse você, esquecia esta fantasia de casal de corpos trocado e gastaria o dinheiro no ingresso de um filme nacional de qualidade com uma história que, sim, poderia acontecer com você de verdade.
Mariana Bonfim
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