Star Trek não decepcionará ninguém.
Conforme as luzes se obscureciam aos poucos e o familiar logo da Federação Star Trek aparecia na telona, a emoção de todas aquelas horas assistindo a repetecos da Nova Geração quando eu era criança voltaram correndo pro meu cérebro, gotejando pelos meus olhos como lágrimas de pura felicidade.
Creio que era essencialmente a mesma emoção que os fãs de Star Wars entiram durante os créditos de abertura do Episódio 1, mas sem aquele enorme desapontamento logo em seguida.
Mas sim, pra responder à sua pergunta, tem Kirk, tem Spock, e tem todos que você espera ter (até mesmo Pike!).
Nem todos os mesmos maneirismos estão presentes, mas se você quisesse ver os atores velhos você assistiria aos primeiros seis filmes novamente. Isto implica em Kirk não fazer uma impressão de Shatner por duas horas, o que, logicamente, é uma boa notícia.
Em vez disto, ele representa Kirk como um jovem inteligente, atrevido e amistoso, cuja confiança transborda por todos os poros. E o novo Spock se parece mais com Sylar do que Spock, pra ser honesto; mas o resto do elenco basicamente acertou em cheio.
Contanto que você vá ver o filme esperando um filme “Star Trek”, no sentido de haver espaço, alienígenas, ação, tiros, torpedos e vários tirinhos no espaço, você sairá de lá feliz. O filme é suficientemente voltado à massa a ponto de alguém com zero experiência Trek gostar dele.
O diretor J.J. Abrams também faz diversas menções às origens de forma que os trekkers ficarão bem atordoados com as sutilezas e o serviço prestado aos fãs que dizem, em essência, “muito obrigado por nos apoiar todos estes anos, agora eis o que vocês estavam esperando”.
Pense no filme como o que Casino Royale fez com a franquia do James Bond: menos gadgets, mais ação e uma direção incrivelmente pugilista. Ah, e muito efeito de lens flare. Muitos e muitos e muitos lens flares.
Pense no filme como o que Casino Royale fez com a franquia do James Bond: menos gadgets, mais ação e uma direção incrivelmente pugilista. Ah, e muito efeito de lens flare. Muitos e muitos e muitos lens flares.
A Enterprise de Kirk nunca esteve melhor. Estes caras pegaram a nave original, combinaram com alguns designs da Enterprise-B, depois misturaram com a Enterprise-E de Picard e acrescentaram uma pitada de ficção científica não-Trek dos anos 60. No entanto, o design do set é praticamente todo touchscreen (como A Nova Geração), mas com uma interface com o usuário tremendamente atualizada.
Eu odiaria chamá-la de “tipo Apple”, mas tem bastante vidro e acabamentos marotos em branco. Retrô que não é – você mal conseguirá comparar a sala de comando com a original, exceto pelo fato de todos os atores estarem sentados nos seus lugares corretos. Ainda não entendi o porquê do Bones ficar peruando tanto pela sala de comando em vez de ficar onde deveria.
E o enredo? O enredo faz tanto sentido quanto qualquer outro filme Star Trek. Tem até uma explicação muito boa do porquê deste filme ser da maneira que é, que é o máximo que posso dizer sobre isto.
É disto que Star Trek precisa agora. Após escrever a Nova Geração, Ron Moore continuou (quase uma década mais tarde) a repensar Battlestar Galactica, um programa relativamente realístico (em relação ao tema) que só por acaso se desenrola no espaço. Fãs de ficção científica saíram dos confins utopianos – que muitos acusaram ser estéreis – da Nova Geração para um futuro mais áspero e menos arrumadinho.
Isso não quer dizer que agora Star Trek seja mais duro – é apenas mais....moderno. Mais ou menos quando você vai no China in Box e em vez de comprar um frango xadrez simples você troca por um jumbo: você vai receber mais frango, mais pimentão e mais amendoim.
Também não tem lixo nenhum sobre a Primeira Diretriz ou as sugestões de raças com as quais a série original e a Nova Geração lidam, mas é um belo “reinício” da franquia. Com este filme servindo de base, eu mal posso esperar pra ver para onde a franquia rumará a partir de agora(crítica postada no site http://www.gizmodo.com.br/).
No Brasil, o filme terá sua estreia dia 8 de maio de 2009
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