sexta-feira, 8 de maio de 2009

In Treatment - Série HBO




Por Vinícius Silva (publicado originalmente no Sob a minha lente)


Uma nova série da HBO, chamada In Treatment, aprofunda na Psicologia pura, como ela realmente é, algo que nunca foi feito no cinema, pelo menos não que eu me lembre.

Todos os pontos necessários para se compreender o que se passa na mente de cada ser humano está ali, com diversos casos e problemas, de pessoas com personalidades diferentes, que procuram um terapeuta para ajudá-lo a entender tudo o que está se passando na sua vida.

O trabalho do terapeuta: ajudar essa pessoa a achar o seu caminho.
Gabriel Bryrne encarna Paul, o dono do consultório. Na segunda-feira, ele atende Laura, uma médica que está apaixonada pelo próprio Paul.

Terça-feira é a vez de Alex, um piloto de guerra traumatizado por ter matado inocentes há anos atrás.

Quarta-feira Paul atende Sophie, uma menina ginasta que tentou suícidio.

Quinta-feira chega a vez de Jake e Amy para uma terapia de casal. E, finalmente, na sexta-feira, o próprio Paul se consulta com sua amiga e mentora, Gina.

Assim sendo, a cada semana essas pessoas voltam ao consultório de Paul com uma nova história para ser contada, novos problemas e novas situações. O trabalho do teraupeta: ouvir. E isso é algo que a série deixa muito claro durante os vinte minutos de exibição dos episódios. A única coisa que Paul faz é ficar sentado e ouvindo o que o seu paciente tem a dizer. O texto altamente bem feito, ajuda a dar sustento às histórias, juntamente com as ótimas interpretações dos seus atores.
In Treatment pode causar até um certo sono durante alguns momentos, porque ela se passa em um único cenário (o consultório de Paul) e, durante todo o tempo, ela é construída a partir de diálogos fortes, com a câmera girando em torno do terapeuta e do paciente, além de se utilizar de planos fechados para causar ainda mais impacto para quem está assistindo.


Uma espécie de trazer emoção e comoção pela história que está sendo contada. Obviamente que isso ajuda a dar mais realidade, mas principalmente, ajuda a entender o sentimento de cada um quando se senta ali no divã, coisa que não é fácil para ninguém, nem para um adulto quanto menos para uma garotinha.

Além disso, um outro fator interessante da série é a humanização do seu terapeuta, Paul. Durante a semana ele atende todas essas pessoas, mas na sexta-feita ele próprio vai para o divã. É interessante notar porque se pensa que os terapeutas têm respostas para todas as coisas.


Mas não é bem essa a verdade. Eles também têm problemas e o que Paul faz em se consultar com uma outra pessoa, o que desmetifica o que normalmente se pensa em relação a estas pessoas. Afinal de contas, são tantos problemas que Paul ouve que ele se vê na necessidade de, não exatamente compartilhar, mas de tentar descarregar um peso que ele tem para si com uma outra pessoa, a amiga e mentora, Gina.

É possível se identificar em muitos aspectos com os problemas contados pelos pacientes. Todos eles procuram achar um significado para as coisas que acontecem ou, simplesmente, procuram se entender. A série não perde o ritmo em momento algum, sendo brilhantemente escrita e melhor ainda interpretada.


Recomendável a todos aqueles que gostam de diálogos inteligentes, impactantes, mas também, de uma pequena dose de emoção.

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