quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MIRAMAX







A empresa fora criada 31 anos atrás pelos irmãos Harvey e Bob Weinstein como uma etapa acima de sua aventura em exibição de filmes “órfãos” (sem distribuidora) no circuito universitário . Era propriedade da Disney desde 1993, um dos primeiros “selos de arte” de um grande estúdio. Na verdade, unindo o faro dos Weinstein ao poderio de marketing da Disney, a Miramax (o nome é uma mistura de Mira e Max, pais dos Weinsteins) praticamente inventou o independente viável, que chegava ao grande circuito, ganhava prêmios e dava trabalho sem constrangimentos a realizadores e atores. Sem a Miramax, carreiras como as de Quentin Tarantino, Steve Soderbergh, Kevin Smith, Anthony Minghella, Neil Jordan não seriam as mesmas.

A grande ironia é que, na exata medida em que os outros estúdios começaram a copiar o modelo – projetos com pequenos orçamentos, financiamento e realização internacional, diretores criativos – os irmãos Weinstein se desentenderam com a direção da Disney e partiram para a sua própria empresa, deixando a marca Miramax e seus filmes inteiramente nas mãos do estúdio.

Uma longa agonia se seguiu, com lançamentos cada vez mais esparsos, projetos indo para gaveta e escritórios – em Los Angeles e Nova York – encolhendo cada vez mais. A crise econômica, que afetou violentamente o modo como filmes são custeados e lançados, foi o golpe de misericórdia. Hoje, oficialmente, a Miramax fecha seus dois escritórios e põe na rua todos os seus funcionários. O acervo – que inclui gemas como Cães de Aluguel, Sexo Mentiras e Videotape, Pulp Fiction, The Crying Game, O Escafandro e a Borboleta- permanece na Disney, e, esperamos, acessível em DVD, Blu Ray e downloads.
Por Ana Maria Bahiana

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