O Oscar 2010 será: “super movimentado”, “divertido, tirando partido dos dois apresentadores (Alec Baldwin e Steve Martin), “com muito carinho e atenção para a música e os músicos” e “com um visual clean, elegante e envolvente, inspirado na arquitetura modernista de Los Angeles na década de 1950”. E também: “com uma espantosa falta de apoio de grandes nomes”.
O quê?! Como assim? Bill Mechanic, o ex-chefão de Disney e Fox que está co-produzindo a festa este ano, suspira e conta: “Não me lembro de um ano tão difícil em termos de conseguir o compromisso de nomes do primeiro time. Não sei o que está acontecendo. Estamos fazendo nossos melhores esforços, trabalhando com todos os agentes e empresários da cidade, mas, tenho que admitir, está excepcionalmente difícil.”
Mechanic e seu parceiro na produção do 82 Oscar, Adam Shankman, conversaram com a mídia esta manhã no saguão do teatro Kodak, apresentando oficialmente o cenário do evento do próximo dia 7 de março e compartilhando as primeiras informações sobre o que podemos esperar.
O cenário, mais uma vez assinado pelo arquiteto David Rockwell e sua equipe, manterá, do ano passado , o ciclorama e a cortina de cristais Swarovski na boca de palco, mas com algumas modificações.”O ciclorama será sempre branco, e se movimentará como uma grande persiana, permitindo a movimentação através dele”, Rockwell disse. “E a cortina será mais longa, incorporando cristais cor de topázio, maiores, para dar continuidade à palheta deste ano- platina, topázio, cobre e marrom fumê.”
Segundo Rockwell, o tema deste ano é “o fascínio do cinema e como nos deixamos envolver por ele”, e por isso o palco será dominado por três telas LED com movimento independente, assentadas sobre três plataformas circulares que também se movem, permitindo que “as pessoas possam emergir das telas, por assim dizer”. “É maravilhoso e empolgante, mas é meu pior pesadelo”, disse Shankman, referindo-se às plataformas móveis. “Para dançarinos e apresentadores, coisas que se movem são um risco. Já pedi mais quatro dias de ensaio só para podermos estudar um plano B, caso a gente não consiga se entender com as plataformas”.
A inspiração para o visual veio da arte abstrata da metade do século passado, principalmente “a clareza clean da arquitetura de LA”. Shankman gostou: “Chega de art deco. O Oscar já explorou muito esse caminho, acho que ano passado isso ficou esgotado. Adorei que David tenha rompido radicalmente com essa proposta.”
E o show propriamente dito? Shankman promete “muito, muito movimento, um ritmo ágil, veloz.” As canções indicadas não serão interpretadas ao vivo mas receberão “tratamento de gala”, assim como as trilhas sonoras que serão “homenageadas como nunca no próximo dia 7”. “Nunca tivemos um Oscar tão apaixonado por música”, Mechanic concorda. E muita, muita dança, o forte de Shankman: serão 50 dançarinos, inclusive 11 recrutados numa série de testes abertos aqui em LA e integrantes do programa So You Think You Can Dance, onde Shankman é jurado.
E para que ninguém se iluda sobre o que realmente é o Oscar no século 21, com 10 indicados e tudo mais, Shankman e Mechanic, quase em uníssono, completando as frases um do outro, enfatizam: “Queremos fazer um evento que venda o cinema. Um evento que faça as pessoas em casa quererem sair para ir ver um filme ou comprar um DVD, ou um CD de trilha.”
Ok, agora que sabemos disso, a pergunta fatal: quão longo será o Oscar este ano. “Não muito”, diz Mechanic. “Menos que três horas”, Shankman garante. “A não ser…. A não ser que todo mundo resolva fazer discursos longos no palco. Não queremos ver aquelas pessoas que poucos conhecem lendo listas de compra de agradecimentos no palco. Para isso existe a câmera de agradecimento, nos bastidores.”
Por Ana Maria Bahiana
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