quarta-feira, 22 de setembro de 2010

[Primeiras Impressões] Boardwalk Empire





Oh, boy! Oh, boy! Já esperava muito do piloto de Boardwalk Empire. Quando uma série pode contar com Martin Scorsese na produção e na direção do piloto, Terence Winter (The Sopranos) na produção dos roteiros, Steve Buscemi num dos papéis principais e tem como casa a HBO, simplesmente não tem como esperar menos do que algo no mínimo muito bom.

Pois o primeiro episódio, com 1 hora e 12 minutos de duração e que também ganhou o título de Boardwalk Empire, foi coisa linda, perfeito, redondinho. Desde a abertura de encher os olhos, coisa que já virou marca registrada da HBO, passando por aquele primeiro olhar sobre cada personagem e sobre a história de cada um deles no processo todo até os minutos finais, que foram inteligentes e conduzidos com uma elegância que deixará marcada em definitivo esta parceria Winter/Scorsese: uma guinada de roteiro cheia de classe e uma sequência de cenas finais quase sem falas e lotadas de informações, que estipularam de vez os rumos da história.

Tudo tão bem escrito e conduzido que quando acaba você fica com a impressão de que assistiu a um excelente filme. Não vou me estender sobre os fatos históricos e cenários que servem de inspiração a série porque isso foi feito com maestria pela Camila aqui (tanto faz se você for ler o texto antes ou depois de assistir ao episódio, leia e tenha um excelente complemento, fica a dica.)

Sem entregar muito o ouro, porque se você é fã de séries bem produzidas certamente assistirá Boardwalk Empire e eu de forma alguma pretendo estragar esta experiência:

Steve Buscemi está fantástico como Nucky Thompson, um daqueles tipos trapaceiros que amamos odiar/odiamos amar, canalha até a raiz do cabelo, mulherengo, político fanfarrão que sabe exatamente o que falar ou fazer para conseguir o que quer.

Michael Pitt (que a maioria deve lembrar como o Henry, namoradinho da Jen em Dawson’s Creek) cresceu e apareceu: é agora um dos principais personagens da história e fez bonito no primeiro episódio com Jimmy Darmody, um personagem intenso e cheio de camadas. Não sei se pelo fato de associá-lo ao Henry ou porque ele tem uma cara de bebezão mesmo, mas quando li o press release da série e vi o nome dele como um ex-combatente da I Guerra, pai de família e pau-para-toda-obra de um figurão da política e do crime pensei que o diretor de elenco tivesse enlouquecido. Mas o cara deu lindamente a conta do recado.

Kelly Macdonald, que já ganhou um Emmy e foi indicada ao Globo de Ouro pelo filme The Girl in the Café (e que também participou do que considero uma das melhores minisséries desta década, a britânica State of Play) é a pobre coitada que sofre com um marido abusivo, bêbado e viciado em jogos de azar e acaba vendo em Nucky alguém que pode ajudar a sua família. Interessantíssima e com um baita potencial a história dos dois, principalmente após vermos os minutos finais do episódio.

Com destaques por enquanto menores na série, mas interpretando personagens que certamente crescerão, também temos Stephen Graham (de Snatch e Occupation) como Al Capone; Paz de la Huerta (de Choke e The Limits of Control) como Lucy, a namorada doida de Nucky; Shea Whigham (de Fast & Furious 4 e The Killing Room) como o Xerife Elias Thompson, irmão e comparsa de Nucky e Michael Stuhlbarg (de A Serious Man) como Arnold Rothstein, o jogador trapaceiro com o qual Nucky terá que lidar.

Resumo da ópera, guys: Boardwalk Empire é entretenimento de primeira linha e a HBO parece estar voltando aos bons tempos. Cheers! (Se você não bebe, brinde com guaraná mesmo, a série merece).


Em tempo: quando a HBO divulgou a série no início, parecia se tratar de uma minissérie em 12 episódios, mas a emissora já encomendou uma 2ª temporada. Já dá para assistir ao piloto sabendo que a segunda temporada está garantida. How cool is that?


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