Os filmes de Lars Von Trier costumam ser experiências intensas - o que, ao meu entender, é algo bastante positivo. Quando o diretor, na minha opinião o mais provocador da atualidade, anunciou um filme de terror, era óbvio que o horror seria psicológico. E era muito provável também que a parte estética teria destaque.
Anticristo é exatamente o que Von Trier vem propondo ao longo de sua filmografia: uma jornada catastrófica pela mente perturbada do ser humano (e não do diretor), com total domínio sobre a técnica cinematográfica. O roteiro conta a história de um casal que perde o filho pequeno, morto após cair da janela, enquanto faz sexo. Para tentar aliviar a dor do luto, vão para uma cabana no meio do mato. No meio do mato mesmo. Lá, o que era para ser um tratamento alternativo, acaba se tornando uma experiência que foge do controle.
O grande impacto do filme não está nas cenas de violência e mutilação sexual, e sim no argumento, que se fecha de forma obscura e perturbadora nas sequências finais. O recheio tem a marca do diretor, que tem fama de fazer a vida dos protagonistas um inferno particular. Cenas de sexo, masturbação e animais mortos causaram celeuma em Cannes. Puro exagero. Nada de mais. Nem gratuito. Tudo está de acordo com o argumento. Além do mais, quem entra numa sala de cinema para ver um filme de Lars Von Trier já sabe mais ou menos o que esperar...
Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg impressionam pela naturalidade diante das câmeras, em grande parte provocada pela direção, que proibia ensaios antes das filmagens. Porém, Anticristo é um filme essencialmente visual. A fotografia é de deixar qualquer espectador de queixo caído. Até mesmo o prólogo, de conteúdo terrível, é belo. Planos abertos, repletos de textura e com poucos timbres sonoros relembram a técnica de Tarkovsky, a quem Von Trier dedica o filme.
No fim das contas, é uma experiência estética irresistível, por mais pesada que possa ser ao espectador.
O filme me lembrou muito, guardadas as devidas proporções, minha música predileta do Ben Harper, "The woman in you".
Anticristo é exatamente o que Von Trier vem propondo ao longo de sua filmografia: uma jornada catastrófica pela mente perturbada do ser humano (e não do diretor), com total domínio sobre a técnica cinematográfica. O roteiro conta a história de um casal que perde o filho pequeno, morto após cair da janela, enquanto faz sexo. Para tentar aliviar a dor do luto, vão para uma cabana no meio do mato. No meio do mato mesmo. Lá, o que era para ser um tratamento alternativo, acaba se tornando uma experiência que foge do controle.
O grande impacto do filme não está nas cenas de violência e mutilação sexual, e sim no argumento, que se fecha de forma obscura e perturbadora nas sequências finais. O recheio tem a marca do diretor, que tem fama de fazer a vida dos protagonistas um inferno particular. Cenas de sexo, masturbação e animais mortos causaram celeuma em Cannes. Puro exagero. Nada de mais. Nem gratuito. Tudo está de acordo com o argumento. Além do mais, quem entra numa sala de cinema para ver um filme de Lars Von Trier já sabe mais ou menos o que esperar...
Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg impressionam pela naturalidade diante das câmeras, em grande parte provocada pela direção, que proibia ensaios antes das filmagens. Porém, Anticristo é um filme essencialmente visual. A fotografia é de deixar qualquer espectador de queixo caído. Até mesmo o prólogo, de conteúdo terrível, é belo. Planos abertos, repletos de textura e com poucos timbres sonoros relembram a técnica de Tarkovsky, a quem Von Trier dedica o filme.
No fim das contas, é uma experiência estética irresistível, por mais pesada que possa ser ao espectador.
O filme me lembrou muito, guardadas as devidas proporções, minha música predileta do Ben Harper, "The woman in you".
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