Por Srta. Machiavelli
Bristol, Inglaterra, é a terra natal do Trip-Hop, estilo musical marcado por sons distantes, sob uma batida hipnotizante e vocais melancólicos. Portishead é o nome de uma cidade da Costa Ocidental de Bristol, onde Geoff Barrow, o fundador da banda que leva o mesmo nome da cidade, cresceu. Geoff nunca gostou muito da vida exageradamente calma que levava em Portishead, e ainda muito jovem deixou a cidade para ir trabalhar num estúdio de gravação no coração de Bristol. Ele tinha apenas 17 anos, e nos intervalos dentro do estúdio gostava de ficar experimentando misturas de samples nos gravadores, enquanto sonhava em um dia ter a sua própria banda, com a qual faria uma música diferente de tudo o que passava por ali. Ele era muito esforçado, e levava seus momentos de DJ dentro do estúdio muito a sério.
Quando achou que estava bom naquilo que pretendia fazer, Geoff começou a procurar uma vocalista para sua "banda". Foi numa agência de empregos em Bristol que ele conheceu Beth Gibbons, a voz do Portishead. Ela já tinha trabalhado numa banda cover e fazia apresentações em pubs. Geoff e Beth se deram muito bem, pois compartilhavam os mesmos gostos e ideais musicais. Não demoraram a compor sua primeira música juntos, e pouco depois se uniram ao guitarrista de jazz Adrian Utley.
O talento do trio era inegável, o que ajudou bastante na abertura de portas para apresentações e um pouco mais tarde para um contrato com a gravadora inglesa "Go! Discs", em 1993.
A partir da colaboração do engenheiro de som e percursionista Dave McDonald, em 1994 saía o primeiro disco do Portishead, o elogiadíssimo "Dummy". Puxado pelo single "Sour Times (Nobody Loves Me)", "Dummy" ganhou em 1995 o concorrido "Mercury Music Prize", o mais importante da música inglesa, desbancando gente como Oasis, PJ Harvey e Tricky (o principal expoente do Trip-Hop até então), além de ter sido um grande sucesso radiofônico e comercial ao redor do mundo inteiro.
O Portishead tinha tudo para ser uma das melhores e mais produtivas bandas da década passada. Sem dúvidas foram uma das melhores, mas não das mais produtivas. Seu segundo trabalho, o auto-intitulado "Portishead", saiu em 1997, depois de a banda ter trabalhado em cima dele por dois anos. "Portishead", curiosamente, era visto como o único disco de 1997 com potencial para tomar o posto de melhor disco do ano (ou da década) de "OK Computer", do Radiohead. Embora seja um disco cheio de qualidades, ele não alcançou essa proeza. Mas conseguiu superar "Dummy". "Portishead" é um álbum de crescimento musical para a banda, que deu mais espaço aos vocais de Beth Gibbons e ousou experimentar nos processos de mixagem, alcançando ótimos resultados nas duas empreitadas. As composições também aparecem mais elaboradas e a banda mais auto-confiante.
O próximo disco lançado pelo Portishead foi o registro de um show no legendário "Roseland", em Nova York. O disco, "PNYC - Portishead New York Concert", traz onze faixas básicas, os maiores sucessos da banda, em interpretações impecáveis. Embora perca muito do clima proposto pelo "trip-hop", aquela coisa etérea e distante, o CD tem compensações. A voz de Beth Gibbons,por exemplo, ao vivo é um prodígio, como se verifica nas faixas "Humming", "Mysterons", "Glory Box", entre outras. Entre todas.
Uma das características mais marcantes da música do Portishead é o chamado "Elemento surpresa". Você nunca sabe a que a música deles vai evoluir. Quando menos espera, eles mudam completamente o caminho natural que a composição estava seguindo, para algo melhor, realmente surpreendente. E você fica ali, viajando, quase não-acreditando no que está ouvindo. E não é só Trip Hop, é algo mais... É o que diferencia uma grande banda de uma banda de tendências. O Portishead surgiu do Trip-Hop, mas ficou maior do que ele.
Bristol, Inglaterra, é a terra natal do Trip-Hop, estilo musical marcado por sons distantes, sob uma batida hipnotizante e vocais melancólicos. Portishead é o nome de uma cidade da Costa Ocidental de Bristol, onde Geoff Barrow, o fundador da banda que leva o mesmo nome da cidade, cresceu. Geoff nunca gostou muito da vida exageradamente calma que levava em Portishead, e ainda muito jovem deixou a cidade para ir trabalhar num estúdio de gravação no coração de Bristol. Ele tinha apenas 17 anos, e nos intervalos dentro do estúdio gostava de ficar experimentando misturas de samples nos gravadores, enquanto sonhava em um dia ter a sua própria banda, com a qual faria uma música diferente de tudo o que passava por ali. Ele era muito esforçado, e levava seus momentos de DJ dentro do estúdio muito a sério.
Quando achou que estava bom naquilo que pretendia fazer, Geoff começou a procurar uma vocalista para sua "banda". Foi numa agência de empregos em Bristol que ele conheceu Beth Gibbons, a voz do Portishead. Ela já tinha trabalhado numa banda cover e fazia apresentações em pubs. Geoff e Beth se deram muito bem, pois compartilhavam os mesmos gostos e ideais musicais. Não demoraram a compor sua primeira música juntos, e pouco depois se uniram ao guitarrista de jazz Adrian Utley.
O talento do trio era inegável, o que ajudou bastante na abertura de portas para apresentações e um pouco mais tarde para um contrato com a gravadora inglesa "Go! Discs", em 1993.
A partir da colaboração do engenheiro de som e percursionista Dave McDonald, em 1994 saía o primeiro disco do Portishead, o elogiadíssimo "Dummy". Puxado pelo single "Sour Times (Nobody Loves Me)", "Dummy" ganhou em 1995 o concorrido "Mercury Music Prize", o mais importante da música inglesa, desbancando gente como Oasis, PJ Harvey e Tricky (o principal expoente do Trip-Hop até então), além de ter sido um grande sucesso radiofônico e comercial ao redor do mundo inteiro.
O Portishead tinha tudo para ser uma das melhores e mais produtivas bandas da década passada. Sem dúvidas foram uma das melhores, mas não das mais produtivas. Seu segundo trabalho, o auto-intitulado "Portishead", saiu em 1997, depois de a banda ter trabalhado em cima dele por dois anos. "Portishead", curiosamente, era visto como o único disco de 1997 com potencial para tomar o posto de melhor disco do ano (ou da década) de "OK Computer", do Radiohead. Embora seja um disco cheio de qualidades, ele não alcançou essa proeza. Mas conseguiu superar "Dummy". "Portishead" é um álbum de crescimento musical para a banda, que deu mais espaço aos vocais de Beth Gibbons e ousou experimentar nos processos de mixagem, alcançando ótimos resultados nas duas empreitadas. As composições também aparecem mais elaboradas e a banda mais auto-confiante.
O próximo disco lançado pelo Portishead foi o registro de um show no legendário "Roseland", em Nova York. O disco, "PNYC - Portishead New York Concert", traz onze faixas básicas, os maiores sucessos da banda, em interpretações impecáveis. Embora perca muito do clima proposto pelo "trip-hop", aquela coisa etérea e distante, o CD tem compensações. A voz de Beth Gibbons,por exemplo, ao vivo é um prodígio, como se verifica nas faixas "Humming", "Mysterons", "Glory Box", entre outras. Entre todas.
Uma das características mais marcantes da música do Portishead é o chamado "Elemento surpresa". Você nunca sabe a que a música deles vai evoluir. Quando menos espera, eles mudam completamente o caminho natural que a composição estava seguindo, para algo melhor, realmente surpreendente. E você fica ali, viajando, quase não-acreditando no que está ouvindo. E não é só Trip Hop, é algo mais... É o que diferencia uma grande banda de uma banda de tendências. O Portishead surgiu do Trip-Hop, mas ficou maior do que ele.
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