quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Quanto Dura o Amor
















Direção de Roberto Moreira. Com Silvia Lourenço, Paulo Vilhena, Maria Clara Spinelli, Leilah Moreno, Danni Carlos, Paula Preto, Gustavo Machado. 83 min.

Originalmente era um roteiro chamado Condomínio Jacqueline que pretendia mostrar, à moda dos filmes de múltiplos personagens de Altman, a vida de várias pessoas que se cruzam num condomínio (prédio) de São Paulo, entre Paulista e Consolação.

Mas houve problemas na realização/finalização e o título e a proposta foram mudados (mas é difícil encontrar um título tão vago e imemorável quanto este).

O problema é quando isto sucede, o filme fica de pé quebrado, não se ajusta direito, falta explicações, justificativas. A heroína, por exemplo, que vem do interior onde tem namorado e faz teatro amador, de uma hora para outra embarca num romance lésbico obsessivo sem preparação.

Personagens inteiros sumiram (como um de Maria Alice Vergueiro), assim como tramas (havia muito espaço para teatro) e alguns personagens viraram quase pontas.

Há um esforço para criar uma imagem meio romântica/mágica da cidade de São Paulo, mas o filme acaba se fixando em duas histórias básicas: Marina, a moça do interior (a boa Silvia Lourenço) que namora a cantora (Dani Carlos, dando conta do recado) que é casada com o dono do lugar (Paulinho Vilhena sem maiores chances).

Tem a moça misteriosa que divide o apartamento , a advogada Suzana (Maria Spinelli) encontra um namorado. Pode até ser definitivo, mas ela esconde um segredo.

Uma outra história (um inquilino solitário que persegue uma prostituta negra) não chega a decolar. Embora tenha ganhado prêmio de atriz coletivo em Paulínia, o filme não chega a decolar ou a satisfazer.


Rubens Ewald Filho
Crítico de cinema

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