sábado, 3 de outubro de 2009

Pequenos Invasores











Pequenos Invasores
(Aliens in the Attic, 2009)

26 de Setembro de 2009
Por: Thiago Siqueira


Contando com efeitos eficientes, embora nada inovadores, "Pequenos Invasores" narra uma história pouco original de jovens combatendo uma invasão alienígena, sendo um filme bastante inofensivo justamente por conta da leveza com que a narrativa é seguida.


No cinema atual, poucos são os filmes que podem se dar ao luxo de serem criativos e originais. Quando se trata de comédias de aventuras, aí mesmo é que o rol se fecha. No entanto, raras vezes vi um público nada cativo conseguir adivinhar com tanta precisão o desenrolar de um longa como neste "Pequenos Invasores", cujo roteiro parece ter sido tirado de uma receita de bolo.

Comandado pelo desconhecido John Schultz, cuja maior contribuição para a sétima arte havia sido a direção do making-of de “Jurassic Park”, a fita foi escrita por Mark Burton em colaboração com Adam F. Goldberg, a partir de uma história do próprio Burton. A trama é protagonizada por Tom (Carter Jenkins), um jovem nerd que vem tentando, sem muito sucesso, ser um pouco mais bad boy, algo que o coloca em conflito com seu pai (Kevin Nealon).

Vivendo às turras com sua irmã do meio, Bethany (Ashley Tisdale), e com o metido namorado desta, Ricky (Robert Hoffman), Tom só parece se dar bem com a caçula Hannah (Ashley Boettcher). Os três são arrastados pelos seus pais para o feriado para uma casa no interior, para comemorar o dia da independência junto aos seus primos, o agitado Jake (Austin Robert Butler) e os pequenos gêmeos Art e Lee (Henri e Regan Young).

No entanto, o feriado em família acaba sendo interrompido pela invasão de um quarteto de pequenos alienígenas esverdeados. Dotados de um aparelho que controla a mente de qualquer adulto, o grupo está em buscando algo na casa que irá facilitar a conquista da Terra. No entanto, Tom e sua família irão tentar defender o planeta com diversas armas improvisadas e a providencial ajuda de um dos aliens, que não é tão ruim quanto os seus companheiros.

Logo de pronto, o filme já se mostra preparada para “homenagear” a franquia “Esqueceram de Mim”, graças ao arsenal de brinquedos que serão utilizados pelos jovens protagonistas durante a aventura, sem contar o fato de que Tom é praticamente jogado para escanteio por sua família, muito como o Kevin da citada cine-série. Troque a situação de ficar só em casa por alguns monstros do espaço e voilá.

No entanto, o filme tem alguns momentos bastante inspirados, principalmente com relação ao aparelho de controle dos adultos, que gera cenas engraçadíssimas, especialmente a protagonizada pela veterana Doris Roberts (da série “Everybody Loves Raymond”) e Robert Hoffman, uma hilária sequência de luta que, ironicamente, lembra mais os jogos da série “Street Fighter” do que o último filme desta franquia.

"Pequenos Invasores" não possui um elenco forte para compensar o roteiro fraco. O grupo de jovens parece saído de uma cartilha de seriados da Disney, embora a pequena Ashley Boettcher, que vive a caçula Hannah, consiga capturar a atenção do público por sua fofura e pela relação bonitinha entre ela e o alienígena nerd Sparks.

Os fãs da franquia “High School Musical” que forem atraídos pelo nome da cantora/atriz Ashley Tisdale nos créditos poderão se decepcionar um pouco, já que a platinada pouco dá o ar de sua graça na tela e, quando dá, vive uma personagem chata e com uma inteligência mínima.

Já os “pais” mostrados na aventura mal aparecem, sendo terrivelmente desenvolvidos pelo longa, que ainda apela para o conflito de gerações com o batido conceito de que “adultos pensam diferente”. É interessante ressaltar a participação de dois ex-membros do elenco do "Saturday Night Live", Kevin Nealon, que faz o aborrecido pai de Tom, e Tim Meadows em uma quase-ponta como o xerife local.

Schultz não tenta reinventar a roda no modo de condução da fita, apostando justamente no que já deu certo para levar o longa. Os efeitos especiais que criam os aliens são interessantes, principalmente na interação das criaturas com os atores, mas nada que mereça um destaque real. Extremamente comum e previsível, esta produção parece ter sido realizada no piloto automático, não sendo exatamente ruim, apenas medíocre
.

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