quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

DJ David Guetta 
toca para 2 mi no 
Ano-Novo do Rio



Apontado como o melhor do mundo, francês compõe em laptops e hotéis 

Em entrevista, Guetta não nega inclinação para o entretenimento e promete grandes sucessos no Réveillon



 
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Quando define o recém-lançado "Nothing but the Beat" (nada além da batida, em inglês) como um álbum de estúdio, David Guetta coloca a palavra estúdio entre aspas. 

É que o top DJ francês, vencedor de dois prêmios Grammy, eleito número um em 2011 pela revista "DJ Mag", produz quase tudo em quartos de hotéis. 

Boa parte do que vai tocar em Copacabana, na virada para 2012, foi mixado em seu laptop durante as ininterruptas viagens pelo mundo. 

"Eu não poderia produzir tanto se tivesse que escolher entre a estrada e o estúdio", ele conta em entrevista exclusiva à Folha. 

Guetta diz que tem o hábito de trabalhar inclusive em aeroportos. "De qualquer lugar do mundo, posso compor com músicos de outros países, trabalhar sequências de guitarra tocadas na Espanha, juntar um piano tocado na Holanda com qualquer outra coisa arranhada no Canadá." 

Nerd dedicado à pesquisa tecnológica, ele nega que a música eletrônica tenha estacionado em um estado sem rumo. Sua principal pesquisa, no entanto, recai sobre uma fusão familiar: o eletro com ritmos da cultura hip-hop determina a linhagem pop com veia para rádios. 

Seu talento confirma-se pelo reconhecimento de artistas com carreiras sedimentadas. É assinada por Guetta, por exemplo, a produção do mega-hit "I Gotta Feeling", do Black Eyed Peas. 

Ele não é alguém que negue a inclinação para o entretenimento. "Música não pertence a ninguém, pertence a todos. É como uma onda. Sou influenciado por tudo o que eu ouço." 

Com o sucesso, veio também a preocupação com pirataria. Guetta conta que, recentemente, alguém estacionou em frente a seu estúdio e "hackeou" uma produção inacabada, via wi-fi. 

Para ele, "tecnologia sempre esteve no centro da fundação de uma nova música". "Não haveria rock se não tivessem criado a guitarra elétrica. Não haveria hip-hop se não tivessem criado o 'sampling'", argumenta. 

O DJ ainda não definiu seu set em Copacabana, mas indica que vai apostar em algo comercial. "Para dois milhões de pessoas, não posso ser experimental. Tenho que focar nos grandes hits."

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