quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Crítica documentário
Peça publicitária, filme pouco diz sobre a trajetória do artista

Ficamos sabendo que Guetta era obcecado pelos toca-discos e descobriu a house ao discotecar em clubes gay. E só. 

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA-ADJUNTA DA “ILUSTRADA”


A certa altura do documentário "Nothing but the Beat" (nada além da batida), Cathy Guetta, mulher do superstar DJ David Guetta, diz, entre lágrimas, que o sucesso do marido é "como um milagre". 

A depender do filme, que tem lançamento mundial hoje, no site Facebook, o acontecimento continuará como um fenômeno inexplicável. 

O média-metragem, basicamente uma peça publicitária criada para destacar as qualidades de Guetta, pouco detalha as origens do disc-jóquei francês, sua trajetória ou modo de produção. 

Temas como esses são registrados "en passant", com algumas poucas imagens de arquivo e depoimentos do próprio David Guetta sobre o início da carreira. 

Por ele, ficamos sabendo que era obcecado pelos toca-discos desde a adolescência, quando tocava hip-hop, e descobriu a house ao discotecar em clubes gay. E só. Como e quais eram essas boates, amigos dessa época e até mesmo a fisionomia de Guetta "teen" ficam para um exercício de imaginação. 

O diretor Huse Monfaradi se concentra em enlevar o David Guetta que conhecemos, vencedor de Grammys, autor de superhits etc. 

O documentário começa com cenas de uma performance em Glasgow (Reino Unido) e o segue em apresentações mundo afora, em clubes ou arenas gigantes, no qual se repete o ritual: Guetta assume os pick-ups, é ovacionado por uma multidão, e, então, ele abre os braços e pula, pula sem parar. 

A fase em que Guetta passa a mesclar vocais de rap e batidas de house, que o tornou uma estrela pop, é destacada como a "mais incrível sacada" dos últimos tempos na música eletrônica. 

Confirmando a tese, aparecem artistas que colaboraram com ele, como will.I.am, do Black Eyed Peas (para quem Guetta fez a música "I Gotta Feeling"), Usher, Kelly Rowland e Akon, além dos DJs Josh Wink, Pete Tong e Norman Cook (Fatboy Slim). 

Se deixa muita história por contar, o registro se presta, no entanto, a traçar um perfil simpático de David Guetta -que parece ser mesmo um rapaz boa-praça.

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