sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Retrospectiva Série Maníaca 2011 

parte 1


 
O que seria de um especial de fim de ano sem uma retrospectiva? Venha relembrar as séries que marcaram 2011.

Recomenda-se o uso do Ctrl + F para que você encontre suas séries favoritas.

Mesmo 2011 sendo um ano sensacional para séries, tenho que admitir que nosso ano começou de forma anormal. Não necessariamente ruim, mas o que vemos em seguida é um nível tão alto que janeiro chega a ser um mês “esquecível”. Então, começaremos com uma das maiores tristezas que tive como série maníaco que foi o Series Finale do meu maior guilty pleasure na época, uma pequena série da CW chamada Life Unexpected, que se despediu da televisão com seu episódio final representando tudo aquilo que a série é: um drama bobinho, mas cativante.

Como eu e o Guilherme Inojosa discutimos uma vez, nós estamos presenciando uma nova era de ouro das comédias. E 2011 começa com o pé direito nesse quesito com a estreia da incrível segunda temporada bandalheira de Archer, que com apenas duas temporadas está em um pedestal que poucas outras animações conseguem chegar. Uma pena que a série (assim como a maioria das comédias do FX) esteja em um lugar perdido na rachadura do universo das séries.

Por falar em FX, 2011 mostrou-se um grande ano para o canal. Foi uma flechada no coração ver Terriers ser cancelada no ano passado e ver Lights Out patinar na audiência no início desse ano apenas me deixou mais desanimado. Porém, enquanto o cancelamento não veio, foi ótimo ver o retorno de Patrick “Lights” Leary, boxeador em busca de redenção depois de anos fora do ringue.

Outro canal a cabo também deu alguns passos importantes em busca de um material melhor foi o Starz, que começou o ano com o Spartacus: Gods of Arena, prequel do sucesso Spartacus: Blood and Sand. Mesmo com menos sangue, vemos na minissérie tudo que consagrou sua antecessora: a aposta gigante na ausência de pejo. Uma medida inteligente de driblar os problemas com o ator Andy Whitfield, que infelizmente faleceu em 11/09/11.

Que tal um pouco de sci fi para começar o ano? Ok. Vamos dar uma passada por Fringe, que no início de 2011 deu continuidade a sua sequência sensacional de episódios da terceira temporada, deixando o seu público cada vez mais intrigado com as infinitas possibilidades deixadas para a reta final e angustiado com as grandes chances de cancelamento que a série possuía. Voltar de hiato é complicado para qualquer série. Enquanto Fringe cumpriu sua missão de forma convincente, o mesmo não se aplica a 90210, que começou 2011 longe do nível de qualidade que estabeleceu na primeira metade de sua temporada.

Fazer o quê? Eu não lhe prometi um mar de rosas. Nem sempre o sol brilha. Também há dias em que a chuva cai.

Janeiro complicou-se com a deprimente The Cape, um exemplo do tipo de série que a NBC TEM que parar de exibir se quiser sair de sua situação atual, e uma triste polêmica que se iniciou: a novela Charlie Sheen. Mesmo rendendo uma boa quantidade de piadas e o famoso #winning, Charlie Sheen manchou profundamente o ano de 2011.

Vamos colocar um pouco de polêmica? Que tal o Ricky Gervais apresentando o Globo de Ouro? Não? Ok, que tal uma lista que selecionou as melhores séries da década aqui no Série Maníacos? Ainda estou pedindo ao Michel Arouca para que a votação seja refeita porque The Wire em 9º não pode.

No lado das despedidas, tivemos em fevereiro o adeus de Friday Night Lights, que nos deixou com um vazio imenso. Mesmo terminando de uma forma sensacional, sempre sentiremos falta daqueles personagens que marcaram tão profundamente nossas vidas. Um dos grandes trunfos desse final é justamente trabalhar ao máximo a conexão que o público tem com os personagens, dando a oportunidade para todos saírem de forma perfeita.

Para que você não fique com vontade de chorar (minha reação ao recordar FNL), permita-me adicionar um pouco de idiotice a esse texto com Portlandia, que mostrou através dos esquetes mais absurdos a vida da população da maluca cidade de Portland durante 6 episódios. Por falar em idiotice, a família Chance de Raising Hope passou por um período complicado no início de 2011, mas Greg Garcia tem o que vários showrunners atualmente não têm: autoconsciência. O que permitiu que Raising Hope rapidamente voltasse a ser a comédia adorável que todos amamos.

Mudando drasticamente de assunto: Vamos ver como os ex-Friends se saíram em 2011?

Matthew Perry – Fiquei com pena dele depois de Mr. Sunshine. Então, para quê palavras se você pode ver esse vídeo de 6 segundos?

Matt LeBlanc – Hm… Não diria que Episodes impressionou durante sua primeira temporada, está longe de ser a melhor comédia do canal Showtime (Dexter é imbatível), mas não foi de todo ruim. É uma das séries que estou em dúvida se assisto ou não em 2012.

Lisa Krudow – Web Therapy na televisão? Prefiro a web série.

Courteney Cox – Tenho que desligar o sarcasmo. Impressionante a maneira como Cougar Town cresceu durante sua segunda temporada. A série tem um elenco sensacional e o roteiro possuía dificuldades imensas em fazer piadas para aquelas pessoas durante o início. Tudo muda durante a segunda temporada. Separados aqueles atores e personagens formam apenas uma série qualquer, quando colocados juntos, eles compõem uma das comédias mais subestimadas da atualidade.

Cougar Town chega até a superar Modern Family durante alguns períodos do início do ano. Na temporada atual, MF está com tudo, mas durante sua tenebrosa segunda temporada, a série patinou constantemente ao esquecer tudo aquilo que permitiu uma sensacional temporada de estreia, mostrou-se preguiçosa quando tentou colocar a piada acima das situações e dos personagens, e elaborar uma situação e prender as famílias em torno de uma piada não é o jeito que Modern Family faz comédia de alta qualidade.

Comédia de alta qualidade. Lembram quando Glee era uma delas? Pois é. E olhe que sou daqueles que elogiou bastante a primeira temporada. Nem episódio com lead in do Super Bowl deu inspiração para Ryan Murphy e os 500 showunners da série criar algo interessante como vimos na primeira temporada.

Está na hora de partir para a ação. Ação é sinônimo de Shawn Ryan, que uniu o sentimento pela polícia e as perseguições eletrizantes que os personagens de The Shield proporcionaram com o amor que David Simon tinha por Baltimore para fazer The Chicago Code.

E Justified finalmente consagrou-se como um dos melhores dramas da televisão graças a sua segunda temporada. O embate entre os Bennets, os Givens e os Crowders atingiu um nível de 3ª Guerra Mundial e estou pulando de alegria por saber que verei Raylan Givens e seu chapéu em ação em 17 de janeiro.

Realidades alternativas estão em alta por causa de Fringe. Não é um assunto tão difícil de abordar em um episódio de série. Prova: Supernatural fez um sensacional “The French Mistake”.

Então, estamos em março…
Uma das grandes polêmicas do ano envolveu o episódio musical de Grey’s Anatomy. Não vejo a série, mas sintam-se a vontade para discutir sobre o tema nos comentários.

Continuando: Sempre olhei com desconfiança para o Southland. Assisti o piloto e a sensação gigante de The Shield wannabe me impediu de continuar com a série. Já possuía Sons of Anarchy ocupando esse lugar. Quanta estupidez! Ela começou a caminhar a passos largos e atingiu o apogeu na sua sensacional terceira temporada, investindo impetuosamente nas relações dentro da polícia e nos deixando de olhos abertos que não podiam desviar-se por causa de cada momento de intensa carga dramática que era liberado por episódio.

Outra série que atingiu o ápice foi Parks & Recreation na sua perfeita terceira temporada. Dando cada vez mais espaço para seus coadjuvantes, apostando sempre nos costumes de interior da adorável Pawnee e com o bigode de Ron Swason, Parks consagrou-se como a primeira comédia a possuir uma temporada perfeita depois do fim de Arrested Development.

Poucas séries são capazes de encapsular momentos tão divertidos e que ao mesmo tempo passam tanta emoção como algumas cenas que tivemos o prazer de ver na estreante Shameless. A série envolver você assim e conseguir o feito dito anteriormente em plena primeira temporada é um feito que merece reconhecimento.

No mês de março, fomos obrigados a nos despedir de Greek, In Treatment e Big Love. Entretanto, o clima noir de Mildred Pierce e a atuação estonteante de Kate Winslet nos salvaram da depressão. Ainda tivemos um pouco do nosso futuro diante de nós quando o Netflix adquiriu House of Cards, série de David Fincher e Kevin Spacey.

Estreia então a melhor série dos últimos 15 anos: The Borgias.
 1º de abril!

Outra minissérie interessante que deu o ar de sua graça foi The Kennedys, que conseguiu competentemente abordar a vida de uma das famílias mais famosas da história. Todo o brilho envolvendo a produção acabou sendo ofuscado por Katie Holmes, que comprova a teoria de que rosto bonito é 80% do exigido para ser atriz.

Marcos importantes originados na NBC marcaram o mês de abril. O roteiro acomodado de 30 Rock atinge o máximo de exibicionismo quando aborda superficialmente o processo de evolução de seus personagens no seu 100º episódio. Tina Fey poderia ter feito melhor e apenas podemos agradecer que a série só volta em 2012.

Enquanto 30 Rock afundava, vimos The Office ganhar força com o arco da despedida de Michael Scott. Uma sequência de episódios ótimos permitiu que um dos melhores personagens da televisão saísse em grande estilo no dia 28 de abril, deixando saudades e criando um sentimento de repulsão por Will Ferrell. Esse é o verdadeiro Series Finale de The Office, quando o espírito da série se vai.

O canal está agradecendo aos deuses do Kobol por causa do sucesso de The Voice. Mesmo atingindo fases bagunçadas no meio da competição, o conceito das audições é ótimo, criativo e chamativo, sendo o grande forte do programa. Anyway, o American Idol é melhor.

Já que estamos falando sobre NBC: que tal Parenthood? Um belo drama familiar que vem crescendo cada vez mais, chegando ao fim de sua sensacional segunda temporada com momentos que caem como uma luva para série maníacos chorões como eu.

Por falar em finais de temporadas, uma bela surpresa foi o encerramento chocante da terceira temporada de The Mentalist, que ocorreu no mês de maio, que também trouxe consigo o final de Smallville. Parabéns para quem aguentou 10 longos anos das aventuras do Super boy.

Mesmo com o fim de Smallville, Tom Weeling queria manter sua presença na televisão com Hellcats, mas sua série fraca acabou sendo totalmente ofuscada pela segunda temporada magnifica de The Vampire Diaries. Nunca tive interesse por TVD. Não chega a ser preconceito, mas nada na série me atraia. Ainda bem que escutei os conselhos da Paula Martins e decidi fazer uma maratona durante a Summer Season, o que me fez entender o sofrimento que os fãs passaram tendo que esperar as noites de quinta-feira.

“Sequência de episódios incríveis” é expressão que deve ser assimilada com a temporada de The Vampire Diares, mas outra série que conseguiu isso muito bem foi Community. Depois de Dungeons & Dragons, falso clip show, falso documentário, Pulp Fiction, apologia às drogas, bottles episodes e inúmeros episódios geniais, Dan Harmon e seu fenomenal elenco nos enfartaram de paintball no Season Finale. Newsflash: Community + Paintball = AWESOME.

Um dos maiores problemas do mês de maio veio do sempre problemático Showtime: Por que renovar Nurse Jackiee cancelar United States of Tara? Além de inúmeros cliffhangers fracos deixados pelas séries, como Fringe, que encerrou sua ÓTIMA temporada com a pergunta “Where’s Peter Bishop?”. Really? Poderíamos finalizar esse mês sem essa.*Lágrimas*

Outras surpresas interessantes foram trazidas pelo mês de Junho. Nunca apostaria que a doçura de Switched at Birth conquistaria meu coração, nem que Glee Project fosse infinitamente superior a Glee. Presenciamos também o incrível “Baelor” de Game of Thrones coroando a sensacional temporada dessa série que alcançou o pedestal de melhor estreante do ano, o bom retorno de Luther, o começo de uma irregular, porém proveitosa temporada desse pequeno quebra-cabeças chamado Wilfred, Treme atingindo seu apogeu e mais uma vez nos obrigando a questionar “Quando o Emmy olhará para David Simon?”. Junho foi o encerramento perfeito para um sensacional primeiro semestre. Sim ou claro?

NÃO. Motivo 1: Twin Peaks wannabe The Killing. Não existe problema quando uma série com um grande hype decepciona ao longo de sua temporada. Como uma analogia, imaginem se no final de uma temporada de Damages todos aqueles micro fragmentos do caso da temporada não se juntassem, então aparecesse Glenn Close rindo e falando “To be continue”.  Obviamente todos iriam ficar revoltados, não é? Imagine ainda que os showrunners da série dissessem que isso é um sinal positivo, pois o final havia ficado na cabeça dos espectadores e isso é algo difícil de ocorrer no mundo da televisão. Tem como levar uma série dessas a sério? Isso é só a gota d’água para um ano inicial completamente problemático. Teria sido mais sutil se Veena Sud levantasse o dedo do meio para os espectadores.

NÃO. Motivo 2: Os milhões de fãs de Men of a Certain Age (eu, o Guilherme Inojosa e o Mateus Borges) tiveram que ver uma das melhores séries em exibição definhar na audiência que culminou em seu cancelamento. Uma série que passou de forma humilde e perfeita uma das fases mais difíceis do homem. É por isso que encerro a primeira parte desta retrospectiva com um singelo “Adeus, MOACA!”

AVISO
Em 2012 voltamos com o resto da retrospectiva…

WAIT! Não somos os roteiristas de The Killing, amanhã visitaremos o segundo semestre de 2011.
Se não viu série X nesse texto, lembre que algumas não foram abordadas aqui porque estarão na segunda parte.

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