terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Primeiras Impressões – Awake

Michel Arouca | Reviews | 18/02/2012 - 0:13


Simplesmente genial.

Spoilers Abaixo:
Minhas expectativas eram altas para esse piloto. Desde a primeira vez que assisti ao promo de Awake no ano passado, fiquei intrigado pela premissa: o detetive Michael sofre um acidente fatal de carro com sua esposa e filho, porém, é incapaz de aceitar a perda de um ente querido, fazendo com que seu subconsciente crie duas realidades, aonde em uma delas ele acorda ao lado da esposa e precisa lidar com a morte do filho, e na outra ele acorda com filho vivo e a esposa morta.

A forma como a fotografia é usada para diferenciar as duas realidades, é simples, porém muito eficaz. Na realidade onde a esposa de Michael está viva, as cores quentes são predominantes e o aspecto contemporâneo domina a decoração dos ambientes. Já na realidade onde o filho está vivo, as cores frias prevalecem com uma decoração mais moderna. Sem falar no elástico que o protagonista usa no pulso para diferenciar os dois mundos.

O roteiro é igualmente fantástico e traz ótimos diálogos entre Michael e os psiquiatras de ambas as realidades, que esbanjam argumentos a prova de balas para justificar sua existência e provar que a outra realidade é um sonho. A confusão do protagonista em diferenciar o que é o sonho e o que é real, ultrapassa a tela e faz com que o expectador termine o episódio sem a mínima certeza do que é real e do que é sonho. Outro ótimo aspecto do texto de Awake é referente aos casos que o detetive Michael precisa resolver nas duas realidades. São dois casos completamente diferentes, com parceiros diferentes, mas com pequenos detalhes semelhantes, que se acabam ajudando misturam entre as realidades e ajudam Michael na resolução final.

Awake é aquele procedural ideal, com os típicos casos da semana, e uma história de fundo completamente intrigante e nada óbvia. O elenco é muito competente, a começar por seu protagonista Jason Isaacs, que está fantástico na pele do detetive Michael e entrega performances brilhantes de angustia, dor e decisão. Destaque também para Cherry Jones, que interpreta a psiquiatra do lado frio.

O que é sonho é o que é realidade? Essa simples pergunta, o “grande mistério” da série, é a conexão que Awake tenta fazer com o público, e eu me senti completamente envolvido por essa questão. É interessante notar, que o episódio termina com a declaração sincera de Michael sobre o preço que ele está disposto a pagar para manter sua esposa e filho vivos, mesmo que isso seja apenas um elaborado sistema de defesa do seu subconsciente. Ele está disposto a sacrificar sua sanidade mental e quem sabe ser até mesmo uma ponte entre as duas realidades, e é exatamente isso que acontece na conclusão do episódio quando sua esposa pede para Michael dizer ao filho que ela o ama.

E por mais que Awake seja simplesmente genial, é exatamente essa “premissa complicada” que me deixa preocupado com o fracasso inevitável da série. O americano médio não gosta de coisas muito complicadas, principalmente o público da NBC (nunca vou te esquecer, Kings), mas assumo que vou ficar extremamente feliz se eu estiver enganado. Torço pelo sucesso de Awake, mas duvido muito.

PS – A estreia oficial de Awake é só no dia 1 de Março, mas a NBC já disponibilizou o episódio piloto no site oficial.

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