Corram todos para o Distrito Nove!
Imagine (se conseguir...) uma mistura de Cidade de Deus com A Mosca (de Cronenberg). Junte uma pitada (bem pequena) de Contatos Imediatos do Terceiro Grau e um eco de Inimigo Meu (Wolfgang Petersen, 1985), uma gema de sci-fi injustamente subestimada. Nem com todas essas manobras você vai conseguir ter uma noção exata da maravilha que é Distrito Nove, mais um filme injetando saúde e inteligência numa gênero que parecia ter sido sequestrado por seres descerebrados com muito dinheiro.
Feito por uma ninharia (em termos de cinema internacional:30 milhões de dólares) com um elenco de desconhecidos e um jovem (28 anos) diretor estreante, Distrito Nove é tudo aquilo que o melhor sci fi pode e deve ser:o uso da imaginação para que possamos refletir sem medo (e até nos divertindo...) sobre os temas mais espinhosos não do futuro, mas do presente. No caso, nossa arrogância como espécie, os traços mais sinistros do que significa "ser humano" e a impecável lógica que parece nos possuir cada vez que precisamos justificar racismo, intolerância e genocídio.
No mundo de Distrito Nove, uma nave espacial apareceu nos céus sobre Joanesburgo, na África do Sul, 20 anos atrás, criando não um momento épico ("não se ouviu nenhuma música inspiradora ao fundo", diz uma personagem) mas uma crise maciça de refugiados.
Imagine (se conseguir...) uma mistura de Cidade de Deus com A Mosca (de Cronenberg). Junte uma pitada (bem pequena) de Contatos Imediatos do Terceiro Grau e um eco de Inimigo Meu (Wolfgang Petersen, 1985), uma gema de sci-fi injustamente subestimada. Nem com todas essas manobras você vai conseguir ter uma noção exata da maravilha que é Distrito Nove, mais um filme injetando saúde e inteligência numa gênero que parecia ter sido sequestrado por seres descerebrados com muito dinheiro.
Feito por uma ninharia (em termos de cinema internacional:30 milhões de dólares) com um elenco de desconhecidos e um jovem (28 anos) diretor estreante, Distrito Nove é tudo aquilo que o melhor sci fi pode e deve ser:o uso da imaginação para que possamos refletir sem medo (e até nos divertindo...) sobre os temas mais espinhosos não do futuro, mas do presente. No caso, nossa arrogância como espécie, os traços mais sinistros do que significa "ser humano" e a impecável lógica que parece nos possuir cada vez que precisamos justificar racismo, intolerância e genocídio.
No mundo de Distrito Nove, uma nave espacial apareceu nos céus sobre Joanesburgo, na África do Sul, 20 anos atrás, criando não um momento épico ("não se ouviu nenhuma música inspiradora ao fundo", diz uma personagem) mas uma crise maciça de refugiados.
Em hiper compactos 112 minutos que voam na tela, a crise atinge seu ponto de eclosão numa paisagem poluída e desolada que lembra assustadoramente a fronteira favela/condomínio da Barra da Tijuca carioca. Quase toda a ação se passa numa comunidade meio CDD, meio Slumdog Millionaire, onde gangues nigerianas negociam com alienígenas, crianças de todas as espécies catam lixo para comer e as autoridades estão constantemente controlando as vielas com caveirões e armamentos pesados.
Até que as fronteiras, tão ciosamente mantidas - e o fato de ser um filme sul-africano traz novas camadas de significado ao Distrito - explodem, literalmente, na pessoa de um zeloso burocrata ( o ator-produtor Sharlto Copley, impressionante).
Mais não digo. Só vendo. E como é bom ver! Aguardo muitas coisas boas de Neill Blomkamp, o jovem realizador que veio de comerciais e efeitos especiais e embarcou no curta que deu origem a este filme quando outro projeto, a caríssima adaptação tela-grande do videogame Halo, foi por água abaixo.
Mais não digo. Só vendo. E como é bom ver! Aguardo muitas coisas boas de Neill Blomkamp, o jovem realizador que veio de comerciais e efeitos especiais e embarcou no curta que deu origem a este filme quando outro projeto, a caríssima adaptação tela-grande do videogame Halo, foi por água abaixo.
Essa é a saída na crise: inteligência, sempre. (Distrito Nove está na capa da Entertainment Weekly desta semana e estréia dia 30 de outubro no Brasil.
Por Ana Maria Bahiana
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