Entrevista exclusiva: Jimmy London,
O quarteto countrycore com mais ódio no coração de todo o país que atende pelo nome de Matanza está prestes a lançar seu mais novo disco de inéditas, após 5 anos sem um full-length.
A banda tem liberado algumas músicas de “Odiosa Natureza Humana” em seu MySpace oficial e cada vez ficamos mais ansiosos para o disco completo, que promete ser um dos melhores trabalhos nacionais do ano.
Entrevistamos o vocalista da banda, Jimmy London, para saber como foram as gravações, sua opinião sobre o cenário da música, discos de vinil e alguns outros assuntos interessantes.
Aperte o Play logo abaixo e leia a entrevista ao som das porradas do Matanza!
TMDQA!: Cinco anos se passaram desde o último disco de inéditas da banda. O que mudou de lá pra cá e como o Matanza se sente para o lançamento de “Odiosa Natureza Humana”?
Jimmy: O mais legal é exatamente isso: não mudou absolutamente nada. Eu continuo um cara cheio de piadas sem graça, o china so sabe falar merda e o Donida continua fazendo as músicas todas sozinho. Excelente nosso método de trabalho, e estamos nos sentindo como calouros lançando o primeiro disco.
Jimmy: O mais legal é exatamente isso: não mudou absolutamente nada. Eu continuo um cara cheio de piadas sem graça, o china so sabe falar merda e o Donida continua fazendo as músicas todas sozinho. Excelente nosso método de trabalho, e estamos nos sentindo como calouros lançando o primeiro disco.
TMDQA!: Três músicas inéditas já foram disponibilizadas, e eu não consigo parar de ouvir “Remédios Demais”. Essa música tem uma narrativa pessoal muito forte. Colocar esse tom pessoal e narrar sentimentos e experiências suas é uma característica nesse novo disco cheio de ódio?
Jimmy: Minhas não, por que quem compõe é o Donida. Mas acho que sim, esse é o grande ponto forte dele como compositor, colocar a pessoa dentro da música, falar uma coisa que todos entendem. E o mais maneiro é que as coisas que ele fala não são coisinhas bonitinhas, são sentimentos fortes e muitas vezes feios, mas que todos têm.
TMDQA!: O Matanza costuma rodar o país em suas turnês de divulgação, e não parece ser diferente com a iminente tour do novo disco. O que podemos esperar desses shows e como é pra vocês rodar o país fazendo hardcore?
Jimmy: Simplesmente é nossa vida. É o que fazemos, e que sabemos fazer. O show tá ficando cada vez maior, por que temos cada vez mais músicas, mas de resto, é a porradaria de sempre.
TMDQA!: Muito já aconteceu com o Matanza (e com várias outras bandas independentes brasileiras) pelo fato de seus integrantes precisarem de um trabalho “normal” e conciliar a banda com ele. Isso ainda continua? É possível viver de rock no país do samba?
Jimmy: A maioria de nós vive do Matanza. Na verdade, a escolha do Donida em não viajar se deve ao fato do trabalho dele exigir um esquema de “plantão”. Ele não pode simplesmente estar viajando e deixar pra segunda feira, porque as agências de propaganda trabalham assim. E também porque ele prefere não viajar, é uma questão de preferência pessoal.
TMDQA!: Tem muita gente achando que vocês irão tocar no Lollapalooza Chile, até porque a organização foi super gente boa e colocou um player com músicas de vocês por lá: http://lineup.lollapalooza.cl/band/matanza
Existem planos para shows em outros países da América do Sul?
Jimmy: Gostaríamos muito, inclusive adoraríamos estar indo fazer esse show no lugar desses fdp da Argentina.
TMDQA!: Como foi a experiência de gravar o disco novo em fitas de rolo, sem interferência digital alguma? O lado negativo disso, que são as edições mais demoradas, parece não ter afetado a banda, já que as gravações foram feitas em 3 dias.
Jimmy: Pois é, fomos lá, sentamos a mão e ficou pronto. Sem sacanagem, sem manipulação. Foi fácil, pra ser honesto. Ensaiamos e fizemos o que tínhamos combinado.
TMDQA!: Em entrevista recente você disse que tinha gravado algum material solo, mas que achava o termo “carreira solo” uma merda. Já sabe o que vai fazer com esse material e como irá lançá-lo?
Jimmy: Não, não tenho idéia. Nem sei se esse material merece ser ouvido, inclusive. Tem hora que eu gosto, tem hora que eu acho uma merda.
TMDQA!: A cena musical brasileira hoje é um tanto quanto estranha. Quando eu era moleque, vivi uma época em que o maior nome do mainstream era o Raimundos, com seu hardcore e palavrões infinitos. Hoje o maior nome do mainstream é uma banda de moleques que tem muito menos culhões e mais calças coloridas que amigos (trocadilho infame com o nome do site. he). O que você acha que levou a isso e como vê o futuro do “rock” brasileiro nos próximos anos?
Jimmy: Moda é moda. Sempre vai ter. Você pode não lembrar, mas certamente também tinha uma banda viadinha fazendo sucesso na época dos Raimundos. Mas de qual das duas você se recorda? Qual das duas entrou pra historia?
TMDQA!: Que bandas e discos você tem ouvido ultimamente?
Jimmy: Tenho relaxado com o tomy dorsey e sua orquestra, pra ser honesto. Mixar o Matanza cansa os ouvidos, meu amigo…
TMDQA!: Você é fã dos discos de vinil? Acha que o formato pode ser uma saída interessante para o fato de que as pessoas estão consumindo cada vez menos música?
Jimmy: Eu não tenho nenhuma viadagem especial em relação ao vinil. Gosto do áudio melhor e da capa maior, mas não sou colecionador de nada, e não me apego muito a essas coisas.
As pessoas estão consumindo cada vez mais musica, só não pagam por isso. Alguém vai ter que resolver esse conundrum.
TMDQA!: O novo disco será lançado em vinil?
Jimmy: Sim, a principio em uma edição limitada.
TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?
Jimmy: Se eu tivesse só um disco, já teria mais discos que amigos.
FONTE:
http://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2011/02/14/entrevista-exclusiva-jimmy-london-do-matanza/
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