Após 8 anos, House diz adeus
Entre idas e vindas, House foi uma das poucas séries médicas que tive o prazer de acompanhar. Não exatamente pelos casos fantásticos que eram traçados toda semana, mas sim, pela complexidade de um personagem forte e extremamente bem conduzido por Hugh Laurie.
Mas, ao longo de oito anos, larguei a série diversas vezes. E sempre quando ela parecia que voltaria a empolgar, House
voltava para aquela velha fórmula procedural de “casos da semana” que
não mais fazia sentido. Entretanto, episódios como “Broken” nos fazia
acompanhá-la novamente, querer saber até onde aquele personagem chegaria
depois de tantas mudanças e desilusões.
A principal delas foi se despedir de Cuddy. Por muito tempo, House soube guardar um amor que ele não queria aceitar. A série voltou a ter fôlego com o romance dos dois depois de algum tempo, trazendo novos momentos na vida de um personagem que se acostumou a salvar vidas, a ser um curandeiro (como define Wilson em um momento desta series finale).
Em Everybody Dies, episódio que
marca a despedida de uma das maiores séries da televisão americana, os
elementos que marcaram a série estão lá: o enigma, o desenvolvimento, o
drama e a resolução. Mas não era mais um episódio qualquer da temporada,
mas sim aquele que iria finalizar a série. O cuidado, então, teria que
ser ainda maior. E os roteiristas, realmente, tiveram bastante cuidado e
foram cautelosos ao extremo para não desagradarem os fãs.
O enigma sempre foi o fator motivacional de House porque, quanto mais enigmático fosse o caso, mais ele se preocupava em resolvê-lo. Neste episódio, além de solucionar o enigma, House tinha que salvar a si mesmo – ou, pelo menos, procurar motivos e forças para ser salvo. Ao longo desta “jornada”, alguns personagens que marcaram a série ao longo de oito anos aparecem no subconsciente de House, que enxerga a possibilidade de fugir da prisão forjando a própria morte.
É por isso que, ao final de Everybody Dies,
fica impossível não imaginar House e Wilson, os dois grandes amigos que
representaram o significado da amizade na série (ainda que por meio de
linhas tortas), como Peter Fonda e Dennis Hooper em Sem Destino (1969), filme baseado na cultura beatnik de Jack Kerouac e outros escritores.
House e Wilson, no final, partiram para a última aventura de suas vidas de se redescobrirem e viverem a vida por ela ser curta demais. Mais ou menos como Dennis Hooper e Peter Fonda fizeram ao saírem viajando pelos Estados Unidos. House foi uma série única com um personagem igualmente único, que conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo.
Este é o fantástico mundo da TV, e House será sempre lembrada por ter feito parte dele e, claro, ter ajudado a construir ainda mais a sua história.
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