sexta-feira, 22 de outubro de 2010

As Cariocas marca a volta de Daniel Filho à TV



As Cariocas marca a volta de Daniel Filho à TV depois de mais de dez anos afastado (seu último trabalho como diretor foi Suave Veneno, em 1999). Veterano, o diretor, produtor e ator acumula no currículo trabalhos na TV como “Malu Mulher” e “A Vida Como Ela É”, e grandes sucessos no Cinema, entre eles “Se Eu Fosse Você” e “Chico Xavier”.


João Carlos Daniel nasceu em 1937 em uma família circense e de teatro de revista. Como ator, ficou conhecido pelos filmes “Os Cafajestes” e “Boca de Ouro”, ambos dos anos 60. Começou a produzir e a dirigir ainda nos anos 50 e, desde então, se firmou como referência na TV e cinema do Brasil. Atualmente, Daniel é dono da própria produtora, Lereby Produções, e está mais voltado a filmes e seriados. Em As Cariocas, Daniel reuniu no elenco mulheres de todas as partes do Brasil, e não somente do Rio de Janeiro, para viverem suas heroínas. E justificou da seguinte maneira: “Essas mulheres estão no top 10 de qualquer brasileiro. O problema é colocá-las juntas!”



Todo o charme das cariocas em dez episódios
Alinne Moraes, Adriana Esteves, Fernanda Torres, Cintia Rosa, Paola Oliveira, Sonia Braga, Grazi Massafera, Deborah Secco, Alessandra Negrini e Angélica são “as heroínas” de Daniel Filho em As Cariocas. Adaptada por Euclydes Marinho, a série é inspirada na obra homônima de Sérgio Porto – também conhecido como Stanislaw Ponte Preta – e traz histórias adaptadas para os dias de hoje sobre diferentes mulheres.
1 - A Suicida da Lapa,






A atriz Alinne Moraes interpreta Nadia, protagonista do episódio A Noiva do Catete. Na trama, ela vive um drama com o noivo Carlinhos (Ângelo Antônio): ele fica paraplégico após defendê-la de um assalto. Adriana Esteves dá vida a Celi, em A Vingativa do Méier: uma mulher lindíssima, recatada ao extremo. Ela se incomoda com a falta do desejo do marido Djalma (Ailton Graça) e suspeita que pode estar sendo traída.

Em A Adúltera da Urca, Sonia Braga volta a contracenar com Antonio Fagundes, seu par na novela Dancin’ Days. Nascida e criada na Urca, Júlia é uma mulher de princípios e moralmente correta: traição sequer passa pela sua cabeça. Mas o marido, Cacá (Antonio Fagundes), cisma que ela o trai.
Outra estrela da séria é Angélica. Em A Traída da Barra, ela encarna Maira Teresa, ao lado do marido na vida real, Luciano Huck.

Alessandra Negrini é A Iludida de Copacabana. A atriz interpreta Marta, esposa de Silvinho (Thiago Lacerda). Casada há dois anos, ela morre de ciúmes da babá da filha pequena.
A dondoca Cris, de A Invejosa de Ipanema, interpretada por Fernanda Torres, exige do amante, Luis Felipe (Guilherme Fontes), os mesmos mimos que ele dá à mulher legítima.
Após terminar um casamento, Clarissa (Paola Oliveira) retorna ao seu bairro de origem, a Tijuca e encontra um antigo amigo em A Atormentada da Tijuca.


A atriz Cintia Rosa é a protagonista Gleicy, no episódio A Internauta da Mangueira. Casada com Armando (Eduardo Moscovis), ela brinca com as traições virtuais.
Em A Suicida da Lapa, Deborah Secco vive Alice. Ela conhece Roberto (Cassio Gabus Mendes) em uma festa de fim de ano e eles começam a conversar ironicamente sobre suicídio.
Grazi Massafera completa o time das “top 10”, interpretando Michelle, uma garota linda que retorna à casa dos pais no Grajaú. Acostumada com as regalias da Zona Sul, Michelle é obrigada a voltar para as origens depois de perder tudo. Mas ela não se rende aos costumes do bairro tradicional. E escandaliza a vizinhança. O episídio não poderia ser outro: A desinibida do Grajaú.

Esse time de beldades poderá ser visto na tela da Globo em dez episódios independentes – com mais de 100 atores no total -, às terças-feiras, logo após o Casseta e Planeta.

As Cariocas tem direção geral de Daniel Filho. O toque feminino na direção fica a cargo de Amora Mautner e Cris D’Amato, que se dividem entre os episódios. A trilha sonora que embala as histórias é assinada por Pedro Luís.

A dúltera da Urca é uma prova de que os nomes dos personagens de As Cariocas não são por acaso. Neste episódio, Júlia, vivida por Sonia Braga, é casada com Cacá, interpretado por Antonio Fagundes, e melhor amiga de Malu, Regina Duarte. Daniel Filho, o diretor, falou que estes nomes são, na verdade, uma homenagem a trabalhos anteriores dele e do elenco.



“Quando estávamos lendo o texto resolvemos trocar o nome para Júlia. E, logicamente, se ela se chama Júlia, o Fagundes tem que se chamar Cacá”, diz, explicando que se trata de uma referência ao casal da novela “Dancin’ Days”, vivido pelos mesmos protagonistas.
Mas não para por aí! O nome Malu foi inspirado na personagem de Regina em “Malu Mulher”, que, como a atual, era sensual e despudorada. “Então, eram Cacá e Júlia do ‘Dancing Days’ e Malu de ‘Malu Mulher’”, acrescenta Sonia. Mas não foi tudo programado. As mudanças foram surgindo depois que o elenco foi fechado.

“O episódio da Urca surgiu de uma vontade minha de trabalhar novamente com a Sonia, então eu criei uma história para ela. Depois vieram o Fagundes e a Regina”, explica Daniel. O elenco adorou a ideia, em especial Sonia Braga e Regina Duarte, que até então nunca tinham contracenado tão de perto.

“Eu nunca tinha trabalhado assim, tão juntinho dela. Ainda mais com essa coisa do humor. Foi maravilhoso!”, diz Sonia. “A Sonia é uma pessoa que tem um humor incrível, foi muito gostoso trabalhar com ela”, completa Regina.


Para Antonio Fagundes, participar do episódio A Adúltera da Urca foi mais uma alegria do que trabalho. Fagundes disse que confia plenamente na direção de Daniel Filho e que trabalhar com Sonia Braga depois de mais de 30 anos foi um prazer adicional. Em As Cariocas, os dois vivem Cacá e Júlia, que, não por acaso, têm os mesmos nomes do casal que eles interpretaram na novela “Dancin’ Days”. Confira a entrevista!


Tem um humor muito bom no episódio que ele consegue dosar e transmitir muito bem. O Daniel é muito atento ao trabalho do ator e tem uma noção muito boa do conjunto da história. Apesar de ter uma visão fechada do que ele quer da cena, ele permite uma abertura com os atores. E isso acaba sendo muito positivo.

 

Em A Adúltera da Urca você faz par romântico com Sonia Braga e são novamente o casal Cacá e Júlia, que interpretaram na novela “Dancin’ Days”. Como foi trabalhar com ela novamente?
Tive esse prazer adicional. Trabalhamos juntos em 1978, e depois nem nos vimos mais. Salvo em uma vez que nos cruzamos em Nova York, mas foi muito rápido. Esta série me proporcionou um reencontro muito emocionante.


O que Cacá e Júlia de “Dancin’ Days” têm em comum com os de As Cariocas?
Só tem o mesmo nome. O casal de As Cariocas é mais suburbano, apesar de morar na Urca, e é bem mais pacato. Os nomes foram somente uma homenagem, porque os personagens não têm nada a ver entre si!

Como foi fazer um casal “Cacá e Júlia” com Sonia Braga tão diferente do primeiro?
Foi divertido exatamente por isso. Nós tivemos a oportunidade de trabalhar juntos, com os mesmos nomes dos personagens de anos atrás e com personalidades completamente diferentes.


Como você definiria o Cacá de A Adúltera da Urca?
Ele é casado, apaixonado pela mulher, parece ter ciúmes dela… Mas tudo é aparência, não posso falar muito porque senão estraga o mais gostoso da série!


Você se identifica com ele de alguma forma?
Não, não… (risos)



Nem mesmo no quesito ‘homem apaixonado’?
ótimo, mas não atuamos juntos. O que é engraçado, porque ela talvez tenha sido a mulher com quem eu mais fiz par romântico. Foram três ou quatro, no total. Ela talvez não diga isso, porque pode ser que o Francisco Cuoco tenha ganhado de mim.




Você já trabalhou muitas vezes com Daniel Filho. Como é a relação profissional entre vocês?Já fiz muita coisa com Daniel, nossa parceria é longa. A primeira direção dele em teatro, por exemplo, foi comigo, na peça “As mulheres da minha vida”. E a partir daí foram peças, novelas, filmes…

E como foi que você entrou em As Cariocas?
Ele me chamou e eu topei na hora, nem precisei ler o roteiro. Eu sei que o Daniel se envolve muito com os projetos, todos são de altíssima qualidade e eu não precisaria me preocupar. Foi mais pelo prazer de trabalhar novamente com ele.

 Não, porque acho que a paixão dele se traduz de uma forma equivocada.

 

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