A entrevista de Transformers 3
no Brasil
O Rio entrou de vez na rota de Hollywood. Após hospedar as pré-estreias da animação “Rio” e a ação “Velozes e Furiosos 5”, dois dos filmes de maior sucesso em 2011, a cidade serviu de cenário param mais um lançamento mundial: “Transformers: O Lado Oculto da Lua”. Mas apesar das presenças do diretor Michael Bay e dos atores Josh Duhamel e Rosie Huntington-Whiteley, desta vez não houve tapete vermelho nem tietagem, apenas a exibição do filme para a imprensa e entrevistas.
Para Michael Bay, a decisão de divulgar o trabalho no Brasil é muito coerente. “O país é um mercado emergente de cinema e eu sempre quis vir para cá”, confessou o diretor aos jornalistas brasileiros. “Tudo é muito bonito aqui. Quando chego em um lugar, vejo a visão fotográfica. Já fiquei com vontade de começar a filmar aqui, e quem sabe venha um dia”, ponderou.
Josh Duhamel, por sua vez, já filmou no Brasil, justamente num dos retratos menos lisonjeiros feitos pelo cinema estrangeiro: ele protagonizou o terror “Turistas” (2007), no qual acabava, junto de um grupo de viajantes, nas mãos de traficantes de órgãos. Na época, ele chegou a se desculpar pela forma como os brasileiros foram retratados – durante uma entrevista no Late Show with David Letterman. E aproveitou o retorno ao país para reiterar suas desculpas.
“‘Turistas’ mostrava uma coisa que poderia acontecer em qualquer lugar. Acho que escolhemos o Brasil pelo contraste do quanto o país é bonito e o que poderia acontecer mesmo em um lugar como esse. Se ofendemos alguém, eu peço desculpas”, declarou Duhamel.
O ator também disse que ficou feliz pela oportunidade de divulgar “Transformers” por aqui. Bom moço, lembrou que sua esposa, a cantora Fergie, ama o país. “Ela adora o Brasil e sempre fala daqui. Já vim com ela outras vezes e adoro. Acho que aqui é um lugar ótimo de se visitar e de trabalhar também”, afirmou.
Apesar da simpatia, Duhamel não é o protagonista de “Transformers 3″. Shia LaBeouf, que ficou conhecido graças à franquia, não pode comparecer. A ausência, porém, foi suprida pela principal atriz da produção. Modelo lindíssima, recentemente eleita a mulher mais sexy do mundo, Rosie Huntington-Whiteley chegou à coletiva elegante e provocante, e contou como, após oitos anos de desfiles, foi parar no cinema.
“Quando o Michal falou do projeto comigo, achei natural para a minha carreira, pois não se pode ser modelo para sempre, então encarei a atuação como se fosse uma continuidade”, contou.
Ela não esperava, porém, que fosse ficar com o papel da namorada do herói. Nos dois “Transformers” anteriores, Megan Fox ocupou a vaga, mas foi dispensada deste terceiro por motivos nunca esclarecidos devidamente.
“Eu fui chamada para um teste e, quando cheguei, vi que era para o papel principal. Fiquei muito surpresa e impressionada por fazer esse papel”, disse a modelo.
O trabalho em si foi barra pesada e exigiu muito mais do que se vestir bem e andar sobre uma passarela: há sequências de ação, explosões que não acabam mais e incontáveis personagens e situações inseridos digitalmente. “Foi muita pressão. O mais difícil foi interagir com os robôs, quando tive que exercitar a imaginação”, revelou.
Diplomata, ela declara que foi muito bem acolhida por todos durante as filmagens. “Nunca me senti como uma substituta, mas como a nova garota”, afirmou Rosie, que já fora dirigida por Bay em comercial da Victoria’s Secret. Com isso, ela deixou o tópico Megan Fox em aberto para que o diretor respondesse.
Michael Bay, porém, tirou o corpo fora, atribuindo à imprensa toda a polêmica criada em torno da saída da atriz. “Não tenho ressentimentos em relação a Megan, desejo toda a felicidade a ela. A imprensa tornou isso muito maior do que realmente foi”, garantiu o diretor, desconversando.
Ele revelou, porém, que o terceiro “Transformers” lida com a substituição com muito senso de humor. “Para o filme, tenho várias piadinhas sobre a Megan, que funcionam dentro do contexto. E não foi um recado para ela, foi só algo que ficou engraçado no filme”, diz, anunciando as “farpinhas”.
Vale lembrar que, durante a produção dos “Transformers” anteriores, rumores de desentendimentos entre Fox e outros membros da equipe pipocavam diariamente na internet. Ainda recentemente, o jornal inglês Daily Mail reacendeu a polêmica ao sugerir que Steven Spielberg, o produtor executivo dos filmes, encomendou a saída da moça, depois que ela comparou Michael Bay a Hitler em uma entrevista (é fácil deduzir que Spielberg, diretor de “A Lista de Schindler” e judeu fervoroso, não achou graça na declaração).
“Eu realmente não sei o que dizer a respeito dessa reportagem e não sei nada a respeito dessa história do Spielberg”, comentou Duhamel sobre o assunto. E, para variar, ele também só teve coisas boas a dizer sobre Megan. Mesmo assim, acredita que a garota não soube administrar a fama repentina. “As coisas aconteceram muito rápido e acho que ela não soube lidar muito bem com isso, por não aguentar a pressão ou por ser muito tímida. Mas, comigo, ela sempre foi muito legal”, encerrou.
A fila anda e “O Lado Oculto da Lua” está aí para provar. Não era difícil fazer um filme melhor que o anterior, mas este também supera o primeiro. E a Paramount já tem planos para a sequência. Só quem sem Michael Bay.
O diretor confirmou que está satisfeito em encerrar sua participação na franquia após três filmes. “Foram seis anos da minha vida dedicados à franquia. Agora quero fazer um filme menor, sem dublês, sem hematomas”, explicou Bay.
Josh Duhamel, por sua vez, permanece à bordo. O ator declarou que se envolveria em um novo “Transformers” “com prazer”. “Tem sido ótimo, me diverti muito durante as filmagens”, ele disse, com entusiasmo.
Mas será que há fôlego para um novo “Transformers”? Bem humorado, o diretor chegou a dizer que só fez o terceiro filme por exigências do estúdio. Previamente, ele havia demonstrado em entrevistas o seu descontentamento com o segundo “Transformers”, rodado próximo à greve dos roteiristas norte-americanos de 2008, que impediu o desenvolvimento da trama e empatou o processo criativo.
O terceiro, sua suposta despedida da franquia, deve funcionar como uma reparação pelos erros prévios. Dessa vez, para conferir maior realismo, a trama se aproveitará de fatos históricos, como a viagem à Lua em 1969 e a explosão de Chernobyl.
De imediato, pelo menos, o diretor se declara satisfeito com o resultado. “Estou muito orgulhoso do nosso trabalho, da equipe e do 3D”, declamou Bay, após o filme ser exibido para a imprensa.
Como o segundo “Transformers”, mesmo massacrado pela crítica, assegurou uma bilheteria mundial espantosa, é muito provável que o novo filme, feito com maior esmero, corresponda a tudo isso em grau maior. E o público não vai demorar muito para conferir com os próprios olhos: “Transformers – O Lado Oculto da Lua” estreia cinemas em 1º de julho em 2D, 3D e IMAX.
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