sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Baú das Séries:

Eli Stone



Música, advogados e fé.

Embora essas três palavras pareçam completamente aleatórias e fora de contexto, elas fazem perfeito sentido para descrever, de forma simplificada, o que você vai encontrar ao assistir Eli Stone, série que originalmente foi ar pela ABC, entre 2008 e 2009.

A produção, que tem apenas 26 episódios divididos em duas temporadas, é bastante carismática e divertida. Sem demora você se apega aos personagens e fica doido querendo saber mais sobre eles.

O fato de a série ter sido cancelada bem cedo não quer dizer que não tenham conseguido desenvolver o que pretendiam, pelo contrário. O que surpreende em Eli Stone é a capacidade dos roteiristas em apresentar duas temporadas curtas (para os padrões americanos tradicionais, é claro), bastante complexas em dramas pessoais e construção da narrativa. Para melhorar, a série tem um bom final, que fecha a contento e dentro da proposta original.

Mesmo assim, é uma pena. Impossível não lamentar o cancelamento de uma série tão gostosa de ver e que tinha excelentes caminhos a seguir, mas como sempre, quem manda são os índices de audiência e por isso, Eli Stone é uma dessas séries de vida curta que deixou fãs pelo caminho e que poderia ter tido um futuro muito legal se continuasse no ar.

A premissa é bem interessante. Um jovem advogado de sucesso e com uma vida praticamente perfeita começa a ter alucinações sobre os casos em trabalha (ou deverá trabalhar), causados por um aneurisma cerebral hereditário, já que seu pai, morto há alguns anos, sofria com algo parecido, jamais tendo sido compreendido pelos filhos na época.

Agora, Eli Stone (Jonny Lee Miller) precisa conviver com essa nova e atrapalhada realidade e começar a compreender o que as visões que tem significam. Lógico que isso começa a afetar profundamente sua vida pessoal, sacrificando o noivado com Taylor Wethersby (Natasha Henstridge), a filha de seu chefe, que acaba afastada pelo próprio Eli, que pensava em protegê-la de toda essa loucura generalizada.

Na WPK, a poderosa firma de advocacia onde Eli trabalha, as coisas também começam a mudar. Assim que ele descobre ser uma espécie de “profeta” dos tempos modernos e que deve advogar as causas de Deus a postura profissional que sempre manteve muda radicalmente. Eli sempre defendera grandes corporações e gente poderosa, mas agora ele sente que as causa nobres (e que nem devem render muito financeiramente) merecem toda sua atenção.

Aos poucos, Jordan Wethersby, o manda-chuva da WPK começa a compreender a nova realidade de seu associado e se junta a essa corrente, irritando muito os demais sócios e criando uma verdadeira guerra de poder.

Enquanto isso, Eli conta com a ajuda de preciosos aliados, como seu irmão Nate (Matt Letsher), um médico sempre disposto a desafiar os próprios limites para ajudar Eli; Dr. Chen, acupunturista e espécie de guia para Eli, que conhece modos de transportá-lo para o passado em busca de respostas; Patti (Loretta Devine), a secretária mais abusada do mundo e Maggie (Julie Gonzalo) uma advogada iniciante e cheia de princípios morais, que se transforma numa das poucas aliadas de Eli no trabalho.

A cada episódio, Eli enfrenta um novo caso e passa pelas mais variadas alucinações, seja em campos de guerra, em aviões, em praias paradisíacas… A mais recorrente, no entanto, tem sempre a ver com George Michael e suas canções. Vale lembrar também que o cantor participa da série, assim como Katie Holmes, que faz uma aparição bastante significativa.

A música, aliás, é um elemento muito forte na série, aparecendo não apenas na trilha sonora, mas em grandes números musicais envolvendo os personagens. É quase uma versão de Ally McBeal com calças e acreditem: isso é um baita elogio, porque eu geralmente abomino séries jurídicas.

Por tudo isso, vale a pena investir um tempinho em Eli Stone. A série traz essa mistura bacana de drama, musical e comédia, sem deixar de debater temas existenciais. O legal é que como é tudo tratado de forma muito leve, você nem nota esse tipo de coisa. O assunto está ali e cabe somente a você pensar nisso ou não, após um episódio.

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