quarta-feira, 14 de outubro de 2009

9 – A Salvação


EUA,2009. Direção de Shane Acker. Vozes originais de Christopher Plummer, Jennifer Connelly, John C. Reilly, Crispin Glover, Martin Landau, Elijah Wood. 79 min. PG-13. Play arte

A mesma produtora Focus, que apresentou há pouco tempo o filme de animação Coraline, mais para adultos do que para crianças, investe num outro da mesma linha que tem como único ponto de venda o fato de ter sido co-produzido por Tim Burton e pelo russo Timur Bekmambetov (O Procurado).

Uma curiosidade: nos EUA e Canadá, em certas cidades, o filme pode ser visto num simulador D-Box (daqueles onde as cadeiras tremem e se movimentam).

Fique avisado que é um filme muito estranho, que não se preocupa muito em explicar. Sabe-se que ele é a versão para longa-metragem de um curta-metragem de 10 minutos, homônimo de 2005, do mesmo diretor que chegou a ser indicado ao Oscar da categoria. Mas não foi visto por aqui.

Passa-se num mundo muito bizarro habitado por criaturas que parecem ser alguma espécie de robô, feitos de pano de saco (o herói tem um zíper no meio do corpo), tentando sobreviver num mundo pós-apocalíptico.

Depois de 12 minutos de confusão, parece vir uma explicação mas ela é cortada por uma explosão e sinal de guerra. Eles conseguem santuário na antiga Catedral de Notre Dame.

Eles são perseguidos por alguém, já que as explicações custam a chegar, finalmente revelando a Era das Máquinas e sua destruição. Como dizem no filme, “pedaços da alma” do inventor deles.

Antes disso o herói 9 já havia sofrido um ajuste como se estivesse sem energia, dando a impressão de que é mais importante observar o visual elaborado, repleto com referências a história da pintura, animação, literatura fantástica e o totalitarismo.

Eventualmente teremos monstros, cenas de batalha e uma série de debates entre 9 e 1 (voz de Christopher Plummer) sobre o que fazer em caso de perigo, se esconder ou lutar.

Não acho que o forte do filme seja seu conteúdo metafísico discutível, mas o requinte com que cria um mundo sinistro, trágico, que tem realmente afinidades com o universo criativo dos dois produtores.

Nada do romantismo adocicado de Wall E (embora tenhamos também uma canção clássica, ouve-se muito Over the Rainbow de O Mágico de Oz). Aqui estamos no domínio dos pesadelos (e por favor evitem levar as crianças!).

De qualquer forma, fugir do convencional é a proposta e maior mérito desta animação fora de série. Terminei de ver sem muita certeza de que gostei. Fiquei impressionado com o imaginário, com o visual mas nem sempre me emocionei ou me envolvi.

Mas ainda assim quero recomendar, não é todo dia que temos um filme tão requintado quanto este (este ano parece ser bom para a animação, depois do show de imaginação de Tá Chovendo Hambúrgueres).

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