sábado, 24 de outubro de 2009

Jogando com Prazer


Ashton Kutcher é destaque do filme que pelo pôster já dava para entender o que seria seu principal atrativo, o charme do ator aliado a muitas cenas de sexo. Além disso, o roteiro do filme não ajuda e, assim, a impressão que se tem é de um festival de cenas desnecessárias que enrolam o público.

Nikki (Kutcher) se considera um cara muito esperto. Ele possui teoria para tudo principalmente para conquistar as mulheres. Essas não escapam do charme e da inteligência do garanhão. Nas festas que freqüenta em Los Angeles, ele sempre conhece alguma mulher e acaba acordando na mansão dela e, na maioria das vezes, sendo sustentado por ela. Ao mesmo tempo que mostra esperteza para seduzir e transar com elas, ao se apaixonar por uma garçonete, ele demonstra o quanto é inexperiente na área. Isso faz com que ele reveja o que realimente importa na vida. O argumento até que não é ruim, mas a forma como ele é mostrado é que compromete a obra.

A direção David Mackenzie (”Paixão sem Limites”) é a mais superficial possível. Um ligeiro envolvimento ali, um outro mais tarde, mas nada que aprofunde demais. Tudo é muito previsível e impessoal. Sem qualidades que o identifiquem. O roteiro de Jason Dean Hall também não ajuda. Fraco e previsível ele não consegue direcionar a obra que mais parece perdida em seu desenvolvimento e, em diversos momentos, parece está se arrastando. E para tentar esconder essa fragilidade, é só pôr uma cena de sexo. Isso é o que eles devem ter pensado.

No início do filme, percebe-se a utilização de vários recursos alternativos como uma forma de suprir a falta de qualidade técnica da produção. Em um dos planos iniciais, a cena em que Nikki chega à festa segue por quase 10 minutos sem um corte se quer. O efeito é bem interessante tendo em vista a dificuldade de gravação de uma cena assim. Em seguida, já começa o festival de cenas de sexo que recheiam o filme durante os seus 97 minutos. Quanto a elas, realmente fica a impressão que sua utilização demasiada deixou um ar de exagero que em vez de aproximar o público, acaba afastando principalmente os que não estão ali apenas para ver a saúde do garanhão.

Kutcher consegue cumprir bem o seu papel de galã esperto e experiente com as mulheres, mas também com um papel que parece ter sido feito para ele, fica fácil. As demais atuações são as mais fracas possíveis. Ninguém consegue chamar a atenção do público que não tira os olhos do rapaz galanteador. Margarita Levieva que faz a garçonete Heather por quem Nikki surpreendentemente se apaixona, mesmo com uma relativa importância no longa, demonstra sua inexperiência através de uma atuação apagada e inconsistente.

Em algumas partes, A trilha sonora dá um tom bem adolescente ao longa. Nas cenas em que Nikki reflete sobre a vida, a trilha cai de forma bem interessante, e o filme adquire uma outra identidade, mais jovem e bem mais leve. Nada que se estenda muito, já que logo vem uma cena de sexo e acabe com essa imagem. O romance entre ele e a garçonete também é embalado por essa trilha, mas isso ocorre de forma bem tímida.

O tempo todo, o filme demonstra a falta de recursos de filmagem. A precariedade da produção poderia ser disfarçada com um bom desenvolvimento como já se viu em muitas obras, mas aqui, isso não acontece, e essa falta é perceptível a todos os olhos. Além disso, os cenários, a iluminação, a própria fotografia, tudo deixa muito a desejar. Fica a dúvida sobre qual a intenção da obra, promover mais ainda Kutcher? Falar sobre prostituição? Mostra um lado fantasioso de Los Angeles? Essas e muitas outras dúvidas vão surgir ao fim da sessão de “Jogando com Prazer”.

Que Ashton Kutcher está em forma, isso o filme não deixa nenhuma dúvida. Quanto ao argumento, a obra não diz a que veio e a lição de vida que ela tenta levantar acaba por passar batida e sem nenhuma força. A superficialidade é uma marca de toda a obra que não consegue mostrar consistência em sua história e tão pouco em seus personagens. No mais, não se pode descartar as dicas de sexo que o filme, implícita ou explicitamente, mostra.

Um comentário:

  1. no filme o ashton e um safado mas isso não muda ofato dele ser tãdo eu te amo

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