domingo, 24 de abril de 2011

Crítica: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

Thriller sueco rodou o mundo e está na mira de Hollywood

Marcelo Forlani
13 de Maio de 2010



 

 

Os homens que não amavam as mulheres

Män Som Hatar Kvinnor
Suécia/Dinamarca/Alemanha , 2009 - 152 minutos
Suspense
Direção:
Niels Arden Oplev
Roteiro:
Rasmus Heisterberg, Nikolaj Arcel
Elenco:
Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber, Sven-Bertil Taube, Peter Andersson, Ingvar Hirdwall, Sofia Ledarp, David Dencik
Os Homens Que Não Amavam as Mulheres
Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

Homens Odeiam as Mulheres. A Garota da Tatuagem de Dragão. Os Homens que Não Amavam as Mulheres. Essas são, respectivamente na Suécia, nos Estados Unidos e no Brasil, as traduções para o título do livro sueco Män som hatar kvinnor a primeira parte da trilogia Millenium, de Stieg LarssonNiels Arden Oplev, que foi bem recebido pela crítica e já está na mira de Hollywood

Oplev segue bastante à risca o texto original e dá ao seu longa o climão de thriller am (1954-2004). O sucesso dos romances na Europa e Estados Unidos levaram à produção do longa-metragem de 2009, dirigido porericano criado por Larsson. 

O primeiro personagem que conhecemos é Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), um repórter da fictícia revista Millenium que acaba de ser condenado por difamação contra um poderoso magnata sueco - julgamento este que Mikael tem certeza que foi armado. Antes de cumprir a pena, porém, ele é chamado para investigar um caso de desaparecimento que já dura quase 40 anos. Quem garante que ele tem a ficha limpa é Lisbeth Salander (Noomi Rapace), uma jovem hacker de passado nebuloso que fora contratada para segui-lo e descobrir mais sobre ele.

Mikael, então, viaja para o norte da Suécia, em uma pequena vila, onde mora Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube), ex-comandante da empresa familiar que leva seu sobrenome. O objeto da investigação é Harriet, sobrinha de Vanger, que sumiu quando tinha apenas 16 anos, no dia em que o vilarejo estava ilhado depois que um acidente bloqueou a única ponte que liga o continente ao local. Desde pequena, a menina era a preferida de Henrik e no seu aniversário presenteava o tio com uma folha seca prensada. Depois que ela sumiu, ele continua recebendo o presente, o que o fez suspeitar dos membros de sua própria família, pessoas gananciosas e descompensadas.

Mikael está empacado, mas recebe a ajuda à distância de Lisbeth, que em pouco tempo passa a acompanhá-lo em tempo integral. Os conhecimentos da garota e a experiência investigativa do repórter começam a dar resultados e gerar incômodo. E justamente aí o filme perde o seu ritmo. O que vinha numa boa tomada de suspense quase vira um dramalhão de telefilme quando novos fatos vão surgindo, ligando a história até mesmo aos nazistas. E a violência sexual - que antes tinha o seu propósito, ajudando a desenvolver a personagem de Lisbeth e, consequentemente, a trama - se repete além da conta, dando margem à interpretação de que todos os suecos gostam de violentar mulheres, o que certamente não é verdade.

E embora a jovem Noomu Rapace, com sua beleza exótica de mulher que se enfeia propositalmente, se destaque na tela, nem ela é capaz de fazer com que as mais de duas horas de filme passem despercebidas. Todos esses problemas, porém, parece que não incomodam tanto. Tanto é que o filme deve ganhar em breve uma versão hollywoodiana. A boa notícia, pelo menos para quem gosta de bom cinema, é que David Fincher é um dos nomes cotados para comandá-la. E pela primeira vez me empolgo com uma notícia de remake, afinal é sabido que Fincher tem talento e sensibilidade de sobra e, mesmo sabendo que não poderá mudar muito da história, já vale a pena imaginar o bem que ele fará à garota da tatuagem de dragão.

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