sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Goiânia Noise espalha programação alternativa pela capital sertaneja


Bandas de rock e música regional tocaram em três casas na quinta (26/11/2009).

Festival vai até domingo (29/11/2009) com cerca de 60 atrações musicais.

Há uma década e meia o Goiânia Noise injeta rock e outros gêneros nas veias da capital da música sertaneja, se tornando uma imensa vitrine para artistas independentes brasileiros. Em sua 15a edição, que vai até o próximo domingo (29/11/2009), a organização do evento decidiu inovar e estender sua programação musical, composta por cerca de 60 atrações, por cinco dias em diversos pontos da cidade.

Se a disposição dos locais escolhidos ainda não permite a circulação do público entre um show e outro, nos moldes de festivais internacionais como o South By Southwest, no Texas, o novo formato faz com que a cena ganhe força e continue revelando novos talentos.


A noite de quinta-feira (26) começou às 21h com o show à base de viola caipira e percussão da banda instrumental goianiense Cega Machado, no Teatro do Centro Cultural Goiânia Ouro, localizado em uma antiga galeria de lojas na região central, que também abriga sala de cinema e um café. Em seguida o rabequeiro pernambucano Siba (Mestre Ambrósio) mostrou seu projeto com o violeiro Roberto Corrêa, do Distrito Federal.

A dupla fez um show elegante com canções do recém-lançado álbum “Violas de bronze”, intercalando histórias sobre embates de tocadores com o satanás. “Nosso encontro surgiu de um momento especial do Brasil quando, nos anos 90, a viola passou a ser valorizada. Foi quando comecei a ficar de olho no trabalho do Roberto”, explicou o pernambucano sobre a parceria.



Enquanto isso, a alguns quilômetros dali, o Johnny Suxx and The Fucking Boys, de Goiânia, abria os trabalhos – com um pouco mais de barulho – no Bolshoi Pub, que costuma receber atrações de jazz, blues e clássicos do rock. Todo decorado com poltronas de avião e pôsteres diversos, de Iron Maiden a Batman & Robin, o bar encheu quando a banda paulistana Detetives subiu ao palco para uma de suas raras e energéticas apresentações.

No palco para anunciar o show do mineiro Ricardo Koctus (Pato Fu), o diretor do Goiânia Noise Fabrício Nobre disse que as mudanças vieram para ficar. “Estamos inaugurando um novo formato e está dando muito certo. Devemos fazer o mesmo nas próximas edições”, anunciou.



Quem esteve no mesmo horário no bar Metrópolis pôde conferir outros três shows diferentes dentro da programação do festival. “O Goiânia Noise tem potencial para chegar a um festival nos moldes do South By Southwest”, comentou o vocalista e guitarrista Pedro, da banda Bang Bang Babies, uma das revelações recentes da cena de Goiânia. O quarteto de garage rock formado em 2005 foi uma das atrações da casa antes de Sapatos Bicolores (DF) e The Name (SP).

“Não imaginava que todos os shows da quinta-feira fossem lotar. Esse novo formato, além de dar espaço para mais artistas, também é interessante para mostrar quantos lugares de gêneros diferentes existem em Goiânia”, disse o músico, que acaba de lançar com o quarteto o álbum de estreia “Love and bullets”.



Lígia Nogueira Do G1, em São Paulo



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