domingo, 22 de novembro de 2009

O amor pede passagem




Mais uma comédia com Jennifer Aniston e o que se pensa de imediato? Que a superficialidade vai rolar solta até se deparar com uma personagem muito séria e, bem, talvez centrada demais para um filme do gênero. No início, grande parte dos elementos cênicos tende a fazer pensar que o filme vai engrenar, mas não foi desta vez que os clichês de comédia romântica e a previsibilidade da história de um homem e uma mulher em busca da tal felicidade funcionaram.

A primeira impressão que o filme passa é de ser uma comédia diferente, que partirá de uma ideia um tanto interessante. Sue, uma viajante executiva, conhece, de um jeito meio inóspito, Mike (Steve Zahn), no hotel em que se hospeda. O rapaz, filho do dono do lugar, encanta-se pela moça e vai até o seu quarto, onde, vestida sobriamente, o recebe sem hospitalidade. Seca, ela bebe o vinho com o carinha caricaturalmente atrapalhado e, no vai-e-vem da conversa, eis que surge um diálogo estranhamente mal construído pelas escolhas do diretor Stephen Belber, que também roteirizou Management, no original.

Para arrancar alguns risos, a moça de aparente incontestável seriedade deixa Mike apertar sua bunda, num momento um pouco surpreendente. Beira o tosco, mas não dá para ignorar o fato de que talvez seja esta uma das melhores cenas do filme. Não vamos desperdiçar prós, já que os contras é que abundam, sem trocadilhos por favor. No dia seguinte da segura displicência, sem a menor química, os dois estão transando na lavanderia. A iniciativa foi da própria executiva, que parte para cima do rapaz longe de padrões estéticos que o tachariam como atraente.

É até aí que a ideia poderia ser interessante, com base na personalidade contrastante da personagem de Aniston. Mas erram na mão com o texto mal trabalhado e na construção dos outros personagens. Ainda mais quando apresentam seu ex-namorado caindo de para-quedas, literalmente. Um punk, ou ex-punk, que seja, determina o despropósito do filme. Daí em diante, nada mais convence de que o final vá ser surpreendente, mesmo com Sue voltando para o ex no meio do caminho. Do meio para o fim é aquilo: Mike correndo atrás de Sue, tentando conquistá-la com sua companhia. E tome ceninhas melosas, ao gosto do espectador sensivelmente mal acostumado. Ao fim, a questão que perdura: houve pressa para realizar o filme e deixá-lo pronto para ser facilmente esquecido?


FONTE:
http://www.cinema.com.br

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