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OS MELHORES DO MUNDO
Por Leandro Lorusso
Editora: Abril Jovem - Edição especial
Autores: Dave Gibbons (roteiro), Steve Rude (arte), Karl Kesel (arte-final) e Steve Oliff (cores).
Preço:Cr$ 3.300,00 (preço da época)
Número de páginas:144
Data de lançamento: 1991
Sinopse
Ao descobrir uma aliança entre Lex Luthor e Coringa, Batman e Superman resolvem investigar o que levou os dois vilões a se unirem e descobrem que as más intenções se estendem a um orfanato nos arredores de Gotham.
Positivo/Negativo
Houve um tempo em que encontros de heróis serviam para unir dois ou mais personagens por algo em comum; e não apenas para brigar e satisfazer as massas que queriam ver quem ganha ou perde.
Foram resquícios dos anos 80, nos quais grande parte das HQs ainda primava pela qualidade editorial, com histórias envolventes e uma certa inocência que já se mostrava a caminho da perdição, mas com suspiros esforçados para continuar viva. Só assim para se compreender este encadernado de 20 anos atrás.
Os melhores do mundo (não confundir com a série editada pela Panini até pouco tempo atrás) foi lançado originalmente como uma minissérie de três partes que, depois,virou esta edição encadernada especial. Com qualidade incomum para a época, seja editorial ou artística.
Dave Gibbons, nome eternamente relacionado a Watchmen, revela-se um ótimo roteirista. Indo na contramão dos crossovers da época, ele escreve uma HQ que mostra todas as peças do tabuleiro logo nas primeiras páginas, mas, ainda assim, deixa o leitor pensando em como elas se encaixam.
A relação entre Superman e Batman é mostrada apenas como respeito. Ainda não havia a amizade que se consolidou através dos anos. Bruce Wayne se passa por um playboy inconsequente com toques de humanitarismo hipócrita. Tudo para se afastar da imagem de Batman.
Clark Kent já é bem menos sisudo. Apesar de suas diferenças com o Homem-Morcego, ele compreende a necessidade de uma aliança para brecar os planos dos seus arqui-inimigos.
A parceria é formada, mas sem a camaradagem com contornos de amizade que os leitores mais novos estão acostumados a ver.
Há alguns pontos falhos no argumento de Gibbons. Ele cria amizade entre Superman e Perry White, fazendo-os até mesmo trocar informações sobre um recente ataque do Coringa à cidade.
Uma tentativa de mostrar alguns pontos em comum com Batman e sua relação com o Comissário Gordon.
Além disso, os coadjuvantes do universo do Superman são próximos a Bruce Wayne e a Alfred Pennyworth, a ponto de haver intimidades e brincadeiras jocosas entre eles.
E, ao final da revista, o Coringa é mostrado livre pelas ruas de Gotham, sem explicar o porquê de não estar preso.
Mas o leitor acaba dando pouca ou nenhuma importância para isso, por causa da forma que Batman lida com essa liberdade do palhaço. E nenhuma dessas mancadas tira o prazer da leitura, vale dizer.
O trunfo maior deste encadernado está nas mãos habilidosas de Steve Rude. Com desenhos que remetem à Era de Ouro dos heróis, ele passa a sensação de saudosismo e competência no traço. Suas páginas duplas de Gotham City e Metrópolis são sensacionais e tiram o fôlego com sua narrativa e caracterização de linhas simples e precisas.
Karl Kesel arte-finaliza a obra e faz um excelente trabalho, com contornos firmes que auxiliam - e valorizam - a beleza do traço de Rude.
A colorização de Steve Oliff surpreende quando o leitor percebe alguns degradês que simulam sombras, algo raro para a época, pois, em tempos anteriores ao Photoshop, fazer colorização que impressionasse era muito mais difícil.
O tratamento editorial da Abril na época é muito bom, com capa cartonada e papel especial. Isso faz a diferença, pois a edição permanece bem conservada e enche os olhos, em especial pela escolha da belíssima capa com traço de Steve Rude e cores que impressionam pela forma da pintura.
Uma HQ que serve como divertimento e admiração. Ainda que não seja perfeita, vale a pena correr atrás em sebos e internet.
Foram resquícios dos anos 80, nos quais grande parte das HQs ainda primava pela qualidade editorial, com histórias envolventes e uma certa inocência que já se mostrava a caminho da perdição, mas com suspiros esforçados para continuar viva. Só assim para se compreender este encadernado de 20 anos atrás.
Os melhores do mundo (não confundir com a série editada pela Panini até pouco tempo atrás) foi lançado originalmente como uma minissérie de três partes que, depois,virou esta edição encadernada especial. Com qualidade incomum para a época, seja editorial ou artística.
Dave Gibbons, nome eternamente relacionado a Watchmen, revela-se um ótimo roteirista. Indo na contramão dos crossovers da época, ele escreve uma HQ que mostra todas as peças do tabuleiro logo nas primeiras páginas, mas, ainda assim, deixa o leitor pensando em como elas se encaixam.
A relação entre Superman e Batman é mostrada apenas como respeito. Ainda não havia a amizade que se consolidou através dos anos. Bruce Wayne se passa por um playboy inconsequente com toques de humanitarismo hipócrita. Tudo para se afastar da imagem de Batman.
Clark Kent já é bem menos sisudo. Apesar de suas diferenças com o Homem-Morcego, ele compreende a necessidade de uma aliança para brecar os planos dos seus arqui-inimigos.
A parceria é formada, mas sem a camaradagem com contornos de amizade que os leitores mais novos estão acostumados a ver.
Há alguns pontos falhos no argumento de Gibbons. Ele cria amizade entre Superman e Perry White, fazendo-os até mesmo trocar informações sobre um recente ataque do Coringa à cidade.
Uma tentativa de mostrar alguns pontos em comum com Batman e sua relação com o Comissário Gordon.
Além disso, os coadjuvantes do universo do Superman são próximos a Bruce Wayne e a Alfred Pennyworth, a ponto de haver intimidades e brincadeiras jocosas entre eles.
E, ao final da revista, o Coringa é mostrado livre pelas ruas de Gotham, sem explicar o porquê de não estar preso.
Mas o leitor acaba dando pouca ou nenhuma importância para isso, por causa da forma que Batman lida com essa liberdade do palhaço. E nenhuma dessas mancadas tira o prazer da leitura, vale dizer.
O trunfo maior deste encadernado está nas mãos habilidosas de Steve Rude. Com desenhos que remetem à Era de Ouro dos heróis, ele passa a sensação de saudosismo e competência no traço. Suas páginas duplas de Gotham City e Metrópolis são sensacionais e tiram o fôlego com sua narrativa e caracterização de linhas simples e precisas.
Karl Kesel arte-finaliza a obra e faz um excelente trabalho, com contornos firmes que auxiliam - e valorizam - a beleza do traço de Rude.
A colorização de Steve Oliff surpreende quando o leitor percebe alguns degradês que simulam sombras, algo raro para a época, pois, em tempos anteriores ao Photoshop, fazer colorização que impressionasse era muito mais difícil.
O tratamento editorial da Abril na época é muito bom, com capa cartonada e papel especial. Isso faz a diferença, pois a edição permanece bem conservada e enche os olhos, em especial pela escolha da belíssima capa com traço de Steve Rude e cores que impressionam pela forma da pintura.
Uma HQ que serve como divertimento e admiração. Ainda que não seja perfeita, vale a pena correr atrás em sebos e internet.
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