sexta-feira, 27 de maio de 2011

Universo HQ entrevista Gianfranco Manfredi
O homem que sopra o Mágico Vento

Numa entrevista exclusiva às vésperas de sua vinda ao Brasil, o roteirista italiano Gianfranco Manfredi fala de sua trajetória nos quadrinhos e em outras formas de arte e chama a atenção por suas opiniões fortes, politizadas e contundentes
Gianfranco Manfredi
Gianfranco Manfredi

Há algum tempo Gianfranco Manfredi estava na pauta de possíveis entrevistados do Universo HQ. Chegamos a contatá-lo, mas algo sempre emperrava o andamento das tarefas. Excesso de trabalho, falta de tempo, atribulações do dia-a-dia, tudo parecia conspirar contra.

No entanto, parece que o tempo de espera só serviu para "maturar" a entrevista. Nas linhas abaixo, você comprovará que esse ótimo roteirista é ainda mais inteligente do que mostrava ser nas páginas de
Mágico Vento, título da Sergio Bonelli Editore aqui publicado pela Mythos Editora.
Gianfranco Manfredi
Gianfranco Manfredi

Suas respostas são contundentes; suas opiniões, firmes; suas colocações, enfáticas.
Extremamente politizado, falou de sua carreira nos quadrinhos e fora deles, criticou os governantes italianos, revelou ser um torcedor pouco fanático da Juventus de Turim e disse que gosta do Batman e de mangás!

Para que não perdêssemos nada de suas declarações, convidamos Julio Schneider, tradutor dos
fumetti da Mythos, para verter a entrevista para o português. Mais do que isso, ele brindou os leitores com uma autêntica "aula" sobre Manfredi, que você confere abaixo.

Gordon Link
Gordon Link
Gianfranco Manfredi nasceu em 26 de novembro de 1948, em Ancona, Itália. Formado em História da Filosofia, é o que se pode chamar de "autor multimídia", por atuar em várias frentes: romances (escreveu nove entre 1978 e 2002), cinema (participou de trabalhos estrelados por Roberto Benigni e Nastassia Kinski, ora como roteirista, ora como ator), TV e teatro (como autor de textos, da trilha sonora, como ator, diretor...), além de ter composto mais de 300 músicas e participado do Festival de San Remo.

Há alguns meses, Manfredi começou a partilhar sua paixão pelo cinema com os visitantes de seu
site oficial, ao colocar no ar a primeira lição de um curso para elaboração de roteiros cinematográficos, direcionado a aspirantes e a aficionados.

Segundo o autor, o curso será atualizado mensalmente e aberto a reflexões e comentários de outros profissionais do setor e de quem o acompanhar.

Obviamente, está em italiano, mas se entre os leitores brasileiros há os que entendem o idioma e possam se interessar em ler e/ou participar, o material (gratuito) pode ser acessado clicando
aqui.

Poe
Poe
Decidido a abraçar a cultura por vários lados, voltou-se também para o mundo das HQs em 1991, escrevendo aventuras do caça-fantasmas Gordon Link. É uma série divertida, com a qual Manfredi quis satirizar o mundo das citações cinematográficas com que os roteiristas da época gostavam de rechear seus roteiros.

Durou dois anos, com a publicação de 22 edições mensais e mais dois especiais anuais, todas chamadas de "bonellides", porque tinham estrutura, formato e estilo narrativo
bonellianos, mas não eram publicadas pela Sergio Bonelli Editore, e foi um sucesso editorial, só interrompido por alterações na estrutura da Editora Dardo.

Nick Raider
Nick Raider
Como foi dito no Correio de Poe da edição 36 de Mágico Vento, graças a esse personagem, em 1994 Sergio Bonelli o convidou a escrever tramas para Dylan Dog e perguntou-lhe se não tinha algum novo projeto pessoal. Ele tinha, e Mágico Vento veio à luz em 1997, como "um gibi que mescla os temas do faroeste e do horror".

"Conhecer a cultura indígena, com suas figuras mitológicas, foi muito difícil para os brancos. Era a época em que começava o espiritismo, e, inclusive, o general Custer era espírita. Com
Mágico Vento, quis contar todo esse lado do faroeste, até então reduzido a simples tiroteios", declarou o autor.

Nas linhas abaixo, Manfredi conta que hoje prefere contar histórias de personagens dele. Mas ele fez belos roteiros para os
bonellianos Nick Raider (criado por Claudio Nizzi) e Dylan Dog (de Tiziano Sclavi).

A Trilha das Emboscadas
A Trilha das Emboscadas
Para o investigador nova-iorquino, escreveu 17 aventuras da série normal e mais duas dos almanaques anuais; e, para o Detetive do Pesadelo, entre edições da série normal e especiais, assinou 14 histórias. E ainda há uma história longa de Tex Willer, com quase 300 páginas, roteirizada há vários anos - e desenhada pelo argentino Miguel Angel Repetto - que sairá na Itália em outubro deste ano, na série Maxi Tex, com o título A Trilha das Emboscadas.

No Brasil, essa aguardada aventura sairá em
Tex Anual. Depois de Berardi (com Oklahoma!, em Tex # 300, Editora Globo), será interessante ver como atua o ranger mais famoso das HQs sob a direção de outra mente brilhante como Manfredi.

Para tranqüilizar todos os seguidores de
Mágico Vento, a série ainda tem bastante fôlego. Manfredi afirma que a publicação prosseguirá enquanto o público (ou o autor) não se cansar do personagem. Isso ratifica outra declaração sua, quando lhe perguntaram quando a saga do herói terminaria: "desculpe, mas por que pensar no fim da festa, se ela mal começou?".

Mitakuye Oyasin!

Universo HQ: Qual sua formação?

Gianfranco Manfredi
Gianfranco Manfredi
Gianfranco Manfredi: Fui pesquisador de História da Filosofia na Universidade de Estudos de Milão. O primeiro livro que publiquei era um tratado sobre Jean Jacques Rousseau.

Logo depois, abandonei a universidade porque minhas novas atividades (como cantor, roteirista de cinema e autor de romances) já tomavam todo o meu tempo. Comecei a escrever quadrinhos relativamente há pouco tempo, doze anos atrás.


UHQ: Roteiristas precisam de diversas fontes de idéia. De onde vêm as suas?

Manfredi: Para mim, as idéias vêm do inconsciente e amadurecem com as experiências da vida. As leituras e a cultura pessoal fazem parte dessas experiências, mas não as considero as principais fontes de inspiração.

Mágico Vento
Mágico Vento
Um roteirista é um ladrão de situações e de palavras, que geralmente as coleta pela rua, ouvindo conversas, vivendo os mais normais (e por vezes incomuns) relacionamentos humanos.

Ler muitos livros e ver vários filmes é útil para comparar o próprio ponto de vista com o de outros autores e amadurecer o próprio estilo, mas é um erro considerá-los como modelos exclusivos. É preciso buscar seu próprio caminho expressivo e sua própria autonomia sempre.

Tudo o que se vê, se ouve e se lê deve ser digerido
para que, no fim, torne-se algo diferente e, espera-se, original. Um pintor é estimulado por uma paisagem, por um rosto, e não por outro pintor. Claro que conhecer as formas de expressão dos outros é muito útil para se ter pontos de comparação, mas não para imitar.

O mesmo vale para roteiros. Li e leio vários tipos de autores, mesmo aqueles que escrevem sobre temas e com estilos completamente diferentes do meu. Escutei e escuto muita música que não tem nada a ver com meu modo de compor. Vejo filmes aos montes, muitos dos quais absolutamente distantes da minha sensibilidade, como acontece com qualquer espectador.

A curiosidade e o enriquecimento cultural são uma coisa, a criatividade é outra.


UHQ: Quais são suas principais influências?

Manfredi: Como eu disse antes, posso apreciar coisas muito diferentes das que faço. Por exemplo, adorei as histórias de Leonard Starr, o autor de Mary Perkins (On Stage), mas nunca escrevi nada desse tipo.

Mágico Vento
Mágico Vento
UHQ: E seus personagens favoritos?

Manfredi: Eu gosto dos bandidos, dos grandes vilões. Numa história de aventura ou num romance de ação ou suspense, a trama é apaixonante se o inimigo é um personagem interessante, senão o herói também não chama a atenção.

Os verdadeiros protagonistas de uma história aventurosa são dois: a morte e a injustiça. O herói nos fascina porque sabe combater ambas muito melhor do que nós. E quanto maiores os perigos e as injustiças, mais nos entusiasmam os sofrimentos e as ações do herói.

Os heróis minimalistas, que se ocupam de pequenas coisas, os detetives que resolvem os casos não por necessidade de sobrevivência, mas por simples profissionalismo, não me interessam muito.


UHQ: Como entrou para o mercado de quadrinhos?

Gordon Link
Gordon Link
Manfredi: Comecei a publicar quadrinhos quando criei o personagem Gordon Link, um caça-fantasmas com abordagem cômica. Na década de 1980, começou um costume dos escritores sempre citarem obras de outros. Obviamente a tendência - especialmente dos romancistas - era dar importância a citar/copiar grandes sucessos comerciais ou clássicos.

Mas eu me divertia mencionando filmes "B", péssimos romances, todo aquele material que hoje é definido como
trash. Com isso, queria tirar uma casquinha e satirizar aquele posicionamento de "refilmagem contínua", mostrando que, por aquele caminho, todos nós autores acabaríamos num grande depósito de lixo tentando resgatar restos irreconhecíveis, coisas recusadas pelos outros, idéias consumadas.

Mágico Vento
Mágico Vento
Eu também quis mostrar que esse tipo de resgate só podia ser enaltecido no sentido do grotesco e do ridículo. Depois de ter me limpado de toda essa escória, fazendo as devidas homenagens a eles, pude encarar um personagem dramático e sério como Mágico Vento.

UHQ: Mágico Vento mescla ação com o terror e sobrenatural no Velho Oeste. De onde veio a idéia para criar essa mistura?

Manfredi: Na minha visão, a fronteira não é um limite físico e geográfico, mas psicológico. Os colonizadores enfrentavam o desconhecido penetrando em territórios inexplorados e encarando experiências que não estavam prontos para enfrentar.

E, como o que não se conhece mete medo, para mim não se pode contar bem o Oeste sem falar do medo. Mas há outros medos que apavoram os escritores, como o do combater e superar.

Mágico Vento
Mágico Vento
Por exemplo, os roteiristas dos faroestes norte-americanos têm medo de reconhecer que sua civilização nasceu de um genocídio, de um terrível extermínio: o dos nativos daquelas terras. Mesmo o faroeste italiano dos anos 70, um tipo de cinema muito político e - em alguns casos - até revolucionário, sempre se manteve distante dos índios, porque não os entendia.

Tanto o liberalismo quanto o marxismo tiveram idêntico posicionamento de confiança absoluta no progresso, o que os levava a subestimar as culturas indígenas e a considerar os índios (refiro-me aos de qualquer país e às culturas tribais em particular) como "selvagens", "primitivos", últimos expoentes de civilizações antigas e supersticiosas que o progresso deveria necessariamente eliminar.

Eu sou anárquico e nunca aprovei esse posicionamento ideológico que leva a considerar as culturas indígenas como inferiores.

Mágico Vento
Mágico Vento
Só recentemente, graças ao movimento contra a globalização, essas culturas e os direitos dos índios começaram a ser mais considerados, não só por parte de alguns estudiosos iluminados, mas por parte do povo em geral.

Nós, pessoas comuns, hoje nos sentimos muito mais parecidos com índios. Também porque nesse meio tempo o assim chamado progresso revelou seu lado mais obscuro: produção de miséria e de exploração, fome e pobreza para a maior parte dos seres humanos, destruição dos recursos naturais, insegurança na vida coletiva e na individual, e todos os outros problemas que conhecemos.

Este é o nosso horror de hoje, que uma estudiosa francesa definiu como "o horror econômico", mas que infelizmente não é só econômico, é também um verdadeiro massacre espiritual.

Ken Parker
Ken Parker
Na origem disso tudo houve um precedente histórico que nos é muito próximo, a conquista do Oeste. Traduzindo ao pé da letra, a expressão Western Horror significa "O Horror Ocidental". Ou seja, fala de nós mesmos, aqui e agora, não de um mundo distante, perdido e esquecido.

UHQ: Mágico Vento tem feito sucesso no Brasil, e chegou a ser comparado a Ken Parker, que virou cult por aqui. Qual sua opinião sobre esta série?

Manfredi:
Ken Parker era um quadrinho espetacular. Quase todos os artistas de Mágico Vento vêm dessa série, porque aprenderam a desenhar e a aprofundar seu talento graças a Ivo Milazzo.

Para eles, Ivo foi um grande professor também porque sempre os deixou livres para amadurecer um estilo próprio; ele não queria criar imitadores.

Quanto a Berardi, o autor dos textos, teve o mérito de se conectar à tradição de Jack London, um escritor socialista e libertário, amante da natureza e avesso à prepotência dos novos poderes econômicos.

Mágico Vento
Mágico Vento
Mas eu prefiro atmosferas mais sombrias, como as de Edgar Allan Poe, de (Nathaniel) Hawthorne, de (Ambrose Gwinett) Bierce, de (H. P.) Lovecraft e de tantos outros autores que aprofundaram a exploração do mundo interior e falaram das obsessões, dos pesadelos, dos fantasmas que acompanharam a chamada "civilização".

UHQ: Dentre aqueles que assumiram o pincel para desenhar Mágico Vento, quem melhor captou a essência do personagem e da história?

Mágico Vento por Goran Parlov
Mágico Vento por Goran Parlov
Manfredi: Cada um dos desenhistas agregou algo graças à sua sensibilidade. Não quero fazer classificações entre eles. Mas admito que Goran Parlov, para mim, foi o que mais soube dar "alma" a Mágico Vento.

O seu Mágico Vento move-se na página com uma leveza surpreendente, seu rosto sempre revela uma espiritualidade que era a coisa mais difícil de desenhar. Graças a Goran, se vê logo de cara que Mágico Vento é um xamã.


UHQ: Por que o ator Daniel Day Lewis foi o escolhido para emprestar seu rosto a Mágico Vento?

Manfredi: Como se sabe, nos quadrinhos é freqüente tomar como referência um ator. Mas em geral se escolhem os que têm uma expressão esculpida e fixa: (Jean-Paul) Belmondo para Blueberry, John Wayne para Tex etc.

Daniel Day Lewis
Daniel Day Lewis
Nós, ao contrário, escolhemos um ator - Daniel Day Lewis - com um rosto tão móvel e com expressões tão ricas e sutis, que pode interpretar qualquer estado emotivo, e que entre um filme e outro pode até ficar irreconhecível.

Foi uma escolha difícil, que depois tivemos de simplificar graficamente, mas não queria um herói sempre igual a si mesmo; mas sim um imprevisível, que mostrasse sentimentos e até se deixasse mudar pelas experiências da vida.

Ainda hoje, depois de cem números na série italiana, a maior parte das correções que fazemos nos desenhos antes de publicar as edições referem-se ao rosto e às expressões de Mágico Vento.

Sei que muitos desenhistas acham difícil e até limitativo fazer rostos. Eles preferem mostrar suas qualidades com efeitos gráficos com a cenografia ou as roupas, mas na minha opinião eles erram feio, porque a pintura tornou-se moderna graças ao retrato. Expressar a psicologia, os conflitos interiores, até a condição social e espiritual por meio de um rosto é uma das maiores heranças da pintura. Contudo, é também uma das mais difíceis.


UHQ: Qual sua história favorita da série até o momento?

Manfredi: Eu penso apenas na série como um todo, que, para mim, é um único romance dividido em vários capítulos.

Mágico Vento
Mágico Vento
Já o julgamento sobre os vários episódios, deixo para os leitores, e aceito o veredicto. De todo modo, acho que a melhor história é aquela que estou escrevendo, no sentido de que sempre busco dar o máximo de minha capacidade.

UHQ: Em todas as edições temos uma página de texto como introdução (Blizzard Gazette), situando historicamente o leitor, o que deve demandar bastante trabalho. Quanto tempo você leva para escrever uma edição de Mágico Vento?

Manfredi: Levo cerca de três semanas para escrever uma história de Mágico Vento. Normalmente sou mais rápido, mas com este título sempre preciso me envolver num grande trabalho de pesquisa, inclusive visual.

Se ambiento a história num determinado lugar, vou à internet procurar fotos - inclusive históricas - daquele ambiente. Depois, escrevo a cena. Preciso entender em que contexto os personagens agem, para fazer com que eles atuem bem.

Mágico Vento
Mágico Vento
Obviamente, o mesmo vale para as referências históricas e culturais, que procuro fazer sempre muito precisas. Não creio que documentar-se amarra as mãos de um escritor. Claro que, às vezes, pode acontecer de se perder em detalhes de documentação por excesso de escrúpulo, mas desenvoltura demais é um risco muito maior.

Se me acontece de ler um romance histórico sobre os faraós e, num diálogo, acho a palavra "inconsciente", termo e conceito totalmente estranhos ao conhecimento e à sensibilidade da época, eu me aborreço e fecho o livro.

UHQ: O sobrenatural parece fasciná-lo. Você se atém somente a mitos indígenas ou costuma mesclá-los com outras culturas?

Manfredi: O sobrenatural me interessa porque me interessa o mistério da vida. Os nativos norte-americanos chamam Deus de "O Grande Mistério" e isso me fez apreciar a religião deles. Se devo pensar em Deus como um velho senhor barbudo e de batina, sentado num trono sobre as nuvens, então prefiro me considerar ateu.

Mágico Vento
Mágico Vento
Sobre a mistura, todas as culturas índias são fruto de complexos cruzamentos. É um erro considerá-las fechadas enquanto a nossa seria aberta. Não é assim; e qualquer antropólogo, etnólogo ou estudioso de etologia humana consegue explicar muito melhor do que eu.

Simplesmente me dei conta disso lendo, por exemplo, certas lendas e fábulas indígenas que, em alguns casos, já conhecia antes de ter lido: eram as mesmas histórias de índios que minha babá me contava quando eu era criança, divertidas e cheias de ironia, mas também de horrores e mortes. Detalhe: minha babá era analfabeta, claro que não conhecia a cultura dos índios.

As culturas nunca se separaram, elas se comunicam mesmo se os povos não se encontram, porque todas nascem das experiências, dos sonhos, das fantasias dos seres humanos, que são iguais mesmo nas condições de vida mais diversas e nos sistemas políticos mais opostos.

Mágico Vento
Mágico Vento
Se não fosse assim, como poderíamos apreciar uma tragédia grega ou o lirismo de um poeta persa de séculos atrás? Como se pode explicar que Dante Alighieri é lido e aclamado inclusive na China?

Em teoria, não deveríamos entender nada. Mas aquelas estranhas e impalpáveis narrativas, escritas ou passadas de forma oral, tão distantes e diferentes na estrutura, na língua e nas referências, continuam a nos falar e a nos revelar verdades.

Se aprendêssemos a reconhecer a igualdade dos seres humanos - mesmo nas diferentes condições sociais e de vida - e seus enormes dons imaginativos e criativos, com certeza o mundo seria melhor e ninguém se sentiria um estrangeiro, um clandestino ou um indesejado nesta terra.

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