Alcatraz apresenta mistério interessante, mas nada de novo
Criada por J.J. Abrams, responsável por outras séries de mistério como "Lost" e "Fringe", série marca nova parceria com Jorge Garcia.
Uma série criada por J.J Abrams que aborda uma ilha misteriosa e adota uma narrativa composta por flashbacks (e Jorge Garcia), além de um intrigante espaço de confinamento em uma floresta. Não, não estamos falando de “Lost” e sua famosa escotilha. Ah, OK! Uma bela porém solitária detetive começa a investigar casos misteriosos com a ajuda de dois especialistas, onde um deles serve de alívio cômico, além é claro de inúmeras reviravoltas na trama. Não, também não é “Fringe”. Estamos falando de “Alcatraz”, nova série televisiva.
Já começo falando talvez do maior problema dessa produção. A falta de novidade. A trama de “Alcatraz” aborda o fechamento da famosa prisão, quando descobrimos que todos os habitantes da ilha desapareceram na década de 60, vindo a aparecer nos dias de hoje sem ter envelhecido um dia sequer (“The 4400”?). A partir daí, a detetive Rebecca Madsen (Sarah Jones) começa a investigar os prisioneiros com ajuda de um escritor especialista na prisão (Garcia) e a supervisão de do agente do FBI Emerson Hauser (Sam Neill). A história então se desenrola sobre os mistérios do que aconteceu de fato em Alcatraz, sugerindo a presença de alguma instituição (Dharma?) por trás dos acontecimentos, além de uma teia de personagens que parecem estar de alguma forma relacionados ao acontecido.
Uma das coisas positivas do piloto é que a trama não faz muitos rodeios, dando a impressão de que não seremos rodeados por mistérios insolúveis e intermináveis como em “Lost”. Aliás, o maior mérito desse início de temporada foi justamente a narrativa que, mesmo não entregando nada de novo, pelo menos consegue apresentar a história de forma clara e interessante. Essa estrutura se dará por meio de “casos de semana” com o aparecimento de novos prisioneiros, tendo por trás pinceladas da trama principal. Também acertaram no tom dos flashbacks para conhecermos um pouco mais sobre os prisioneiros e os guardas, mesmo que encontremos alguns clichês.
O elenco da produção está apenas correto, com um destaque maior para Jorge Garcia, algo curioso já que no início de “Lost” o ator era um dos que me desagradavam no elenco. Em compensação foi notável que o ator amadureceu com o passar dos anos. Já sua colega de cena me incomodou um pouco, mas tenho a impressão que a personagem interpretada por Sarah Jones não foi suficientemente bem desenvolvida. Quem me decepcionou foi Sam Neill, ator veterano que oscila demais no episódio.
Apesar desses problemas, o saldo foi positivo e a série parece ser promissora. Óbvio que não podemos esperar a ousadia narrativa de “Fringe” ou personagens tão carismáticos como em “Lost”. “Alcatraz” chegou de maneira calma e no tom certo. E o que vocês acharam da série?
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