O Amor, a Morte e as Paixões de volta ao circuito
Organizadores divulgam programação da mostra O Amor, a Morte e as Paixões, que é retomada após 7 anos de interrupção
Erika Lettry
Sete anos após a última exibição, a mostra de cinema O Amor, a Morte e as Paixões volta na próxima semana com a promessa de se integrar definitivamente ao circuito goianiense. Nesta nova edição, que começa no dia 26 e termina em 9 de fevereiro no Cine Lumière Bougainville, com parceria do cartão do assinante do POPULAR e apoio da Adufg, foram selecionados 60 filmes inéditos, muitos deles com premiações no Globo de Ouro e nos festivais de Cannes e Veneza. A programação dos filmes foi divulgada ontem pelo curador Lisandro Nogueira e pelo diretor dos Cines Lumière, Gérson dos Santos.
Entre os destaques da programação está o iraniano A Separação, de Asghar Farhadi, que ganhou o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira deste ano e é um dos favoritos a levar o Oscar para casa. O filme, que tem no elenco Peyman Moaadi e Leila Hatami, conta a história de um casal que enfrenta um dilema na hora de escolher onde viver. A mulher quer ir para o exterior para que a filha tenha mais oportunidades e o marido deseja ficar no país e cuidar do pai que tem Alzheimer. O conflito acaba virando divórcio.
Também estão na seleção da mostra os filmes Tetro, de Francis Ford Copolla, J. Edgar, de Clint Eastwood, As Canções, de Eduardo Coutinho, e Quebrando Tabu, de Fernando Grostein Andrande – este último chamou a atenção da mídia ao trazer o ex-presidente Fernando Henrique discutindo a liberalização da maconha. A maior parte dos filmes que está na grade demora ou nem entra no circuito goiano, como lembra o curador.
Para escolher os filmes, o professor e crítico de cinema Lisandro Nogueira conta que baseou-se no que viu nas mostras internacionais de São Paulo, em outubro do ano passado, e do Rio de Janeiro, em setembro. “O Brasil agora é privilegiado: recebe os lançamentos da Europa e Ásia com certa antecedência. Também recebo sugestões”, conta. “O fato é que temos filmes que ganharam e participaram de festivais como Cannes, Veneza, Berlim, Sundance (EUA), Rio, São Paulo. Filmes americanos também fazem parte da mostra. Procuramos oferecer filmes para todos os gostos”, afirma.
O curador acredita que a grande procura do público ocorre por vários fatores. Entre eles, o fato de os filmes serem inéditos e de a mostra permitir a socialização. “As pessoas gostam muito da mostra por causa dos encontros: elas são ávidas por programas coletivos, cafés, olhares de cumplicidade pela vida. O fato de ver um filme, encontrar amigos, ter tempo para discuti-los, pensar na vida e ainda tomar um café ou chope, ora, isso não tem preço”, avalia.
Debates
Dos dias 1º a 6 de fevereiro, sempre às 19 horas, serão realizados também debates abertos ao público em torno dos filmes mais importantes. Para o filme A Verdade sobre a Ilha Pinochet já foram confirmados como debatedores o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e o diretor da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (Facomb) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Magno Medeiros. “Essa mostra dá o exemplo de cidadania e também uma resposta à banalização do cotidiano por programas de TV ridículos, violência desmedida e tantas mazelas que nos tornam menores diante das tragédias e do sublime da existência”, afirma.
Ao todo serão 300 sessões exibidas, com horários entre 13 horas e meia-noite. O diretor do Cine Lumière, Gérson dos Santos, conta que uma novidade este ano é que as pessoas poderão comprar os ingressos antecipadamente, a partir de amanhã.
Os ingressos também terão preços diferenciados para a mostra. O bilhete inteiro fica por R$ 14 e, para estudantes, R$ 7. Quem tiver o cartão do assinante do POPULAR ou do Sindicato dos Docentes da UFG (Adufg) paga R$ 6. Também é possível comprar com antecedência no supermercado Bretas, por R$ 7. Aqueles que possuem cartão VIP do cinema Lumière poderão entrar em qualquer filme da mostra.
Gérson dos Santos explica que, apesar de a compra poder ser feita antecipadamente, as pessoas terão de comparecer mais cedo à bilheteria para escolher o lugar. “Nós sugerimos que se faça isso para não haver problema, porque a maioria dos grandes filmes vai passar apenas duas vezes durante a mostra”, avisa.
A abertura da mostra O Amor, a Morte e as Paixões será realizada, no dia 26/01/2012, com um filme nacional que ainda está sendo feito definido. A programação normal começa no dia seguinte.
Notícia originalmente publicada no jornal O Popular em 19 de janeiro de 2012.
Entre os destaques da programação está o iraniano A Separação, de Asghar Farhadi, que ganhou o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira deste ano e é um dos favoritos a levar o Oscar para casa. O filme, que tem no elenco Peyman Moaadi e Leila Hatami, conta a história de um casal que enfrenta um dilema na hora de escolher onde viver. A mulher quer ir para o exterior para que a filha tenha mais oportunidades e o marido deseja ficar no país e cuidar do pai que tem Alzheimer. O conflito acaba virando divórcio.
Também estão na seleção da mostra os filmes Tetro, de Francis Ford Copolla, J. Edgar, de Clint Eastwood, As Canções, de Eduardo Coutinho, e Quebrando Tabu, de Fernando Grostein Andrande – este último chamou a atenção da mídia ao trazer o ex-presidente Fernando Henrique discutindo a liberalização da maconha. A maior parte dos filmes que está na grade demora ou nem entra no circuito goiano, como lembra o curador.
Para escolher os filmes, o professor e crítico de cinema Lisandro Nogueira conta que baseou-se no que viu nas mostras internacionais de São Paulo, em outubro do ano passado, e do Rio de Janeiro, em setembro. “O Brasil agora é privilegiado: recebe os lançamentos da Europa e Ásia com certa antecedência. Também recebo sugestões”, conta. “O fato é que temos filmes que ganharam e participaram de festivais como Cannes, Veneza, Berlim, Sundance (EUA), Rio, São Paulo. Filmes americanos também fazem parte da mostra. Procuramos oferecer filmes para todos os gostos”, afirma.
Lisandro Nogueira explica que a mostra O Amor, a Morte e as Paixões foi suspensa em 2005 por conta de “pequenos erros de projeção sobre o futuro” da iniciativa. Ele lembra que em 2002, ano da estreia, 7 mil pessoas compraram os bilhetes. Na última edição, em 2005, o número subiu para 21 mil. Agora ele revela que os mesmos parceiros daquela época voltaram a atuar juntos e que não haverá interrupção. “Ela entra definitivamente no calendário da cidade”, garante.
Debates
Dos dias 1º a 6 de fevereiro, sempre às 19 horas, serão realizados também debates abertos ao público em torno dos filmes mais importantes. Para o filme A Verdade sobre a Ilha Pinochet já foram confirmados como debatedores o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e o diretor da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (Facomb) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Magno Medeiros. “Essa mostra dá o exemplo de cidadania e também uma resposta à banalização do cotidiano por programas de TV ridículos, violência desmedida e tantas mazelas que nos tornam menores diante das tragédias e do sublime da existência”, afirma.
Ao todo serão 300 sessões exibidas, com horários entre 13 horas e meia-noite. O diretor do Cine Lumière, Gérson dos Santos, conta que uma novidade este ano é que as pessoas poderão comprar os ingressos antecipadamente, a partir de amanhã.
Os ingressos também terão preços diferenciados para a mostra. O bilhete inteiro fica por R$ 14 e, para estudantes, R$ 7. Quem tiver o cartão do assinante do POPULAR ou do Sindicato dos Docentes da UFG (Adufg) paga R$ 6. Também é possível comprar com antecedência no supermercado Bretas, por R$ 7. Aqueles que possuem cartão VIP do cinema Lumière poderão entrar em qualquer filme da mostra.
Gérson dos Santos explica que, apesar de a compra poder ser feita antecipadamente, as pessoas terão de comparecer mais cedo à bilheteria para escolher o lugar. “Nós sugerimos que se faça isso para não haver problema, porque a maioria dos grandes filmes vai passar apenas duas vezes durante a mostra”, avisa.
A abertura da mostra O Amor, a Morte e as Paixões será realizada, no dia 26/01/2012, com um filme nacional que ainda está sendo feito definido. A programação normal começa no dia seguinte.
FILMES
- Riscado, de Gustavo Pizzi (Brasil)
- Amor Chega Tarde, de Jan Schütte (Alemanha)
- Que mais Posso Querer, de Silvio Soldini (Itália)
- Saturno em Oposição, de Ferzan Ozpetek (Turquia)
- L’Apollonide – Os Amores da Casa de Tolerância, de Bertrand Bonello (França)
- Eslovênia Girl, de Damjuam Kozole (Eslovênia)
- Inquietos, de Gus Van Sant (EUA)
- Último Dançarino de Mao, de Bruce Beresford (Austrália)
- As Flores de Kirkuk, de Fariborz Kamkari (Itália)
- As Idades do Amor, de Giovanni Veronesi (Itália)
- A Árvore, Julie Bertucelli (França)
- Não Se Pode Viver Sem Amor, de Jorge Durán (Brasil)
- Luzes na Escuridão, de Aki Kaurismäki (Finlândia)
- Estranhos Normais, de Gabriele Salvatore (Itália)
- Aproximação, de Amos Gitai (Alemanha)
- O Homem que Não Dormia, de Edgar Navarro (Brasil)
- Tomboy, de Céline Sciamma (França)
- Triângulo Amoroso, de Tom Tykwer (Alemanha)
- Submarino, de Thomas Vinterberg (Dinamarca)
- Tudo Ficará Bem, de Christoffer Boe (Dinamarca)
- Lola, de Brillante Ma. Mendoza (França)
- Caminho para o Nada Auwe, de Monte Hellman (EUA)
- O Vendedor, de Sébastien Pilote (Canadá)
- Hiroshima – Um Musical Silencioso, de Pablo Stoll (Uruguai)
- A Separação, de AsgharFarhadi (Irã)
- Tetro, de Francis Ford Copolla (Itália)
- Turnê, de Mathieu Amalric (França)
- As Neves de Kilimanjaro, de Robert Guédiguian (França)
- O Porto, de de Aki Kaurismäki (Finlândia)
- Caro Francis, de Nelson Hoineff (Brasil)
- O Homem que Amava as Mulheres, de Joann Sfar (França)
- A Guerra Está Declarada, de Valérie Donzelli (França)
- Poesia, de Chang-dong Lee (Coreia do Sul)
- Adeus Primeiro Amor, de Mia Hansen-Love (França)
- Românticos Anônimos, de Jean-Pierre Améris (França)
- Isto Não é um Filme, de Jafar Panahi e Mojtaba Mirtahmasb (Irã)
- A Chave de Sarah, de Mojtaba Mirtahmasb (Irã)
- Dawson Ilha 10 – A Verdade sobre a Ilha de Pinochet, de Gilles Paquet-Brenner (França)
- O Espião que Sabia Demais, de Tomas Alfredson (França)
- O Conto Chinês, de Sebastián Borensztein (Argentina)
- Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas, de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia)
- Deixa Ela Entrar, de Tomas Alfredson (Suécia )
- J. Edgar, de Clint Eastwood (EUA)
- Cartas do Kuluene, de Pedro Novaes (Brasil)
- Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, de Beto Brant (Brasil)
- Reis e Ratos, de Mauro Lima (Brasil)
- O Carteiro, de Reginaldo Faria (Brasil)
- Casaelétrica.Doc, de Gustavo Fogaça (Brasil)
- Simples Mortais, de Mauro Giuntini (Brasil)
- Quebrando o Tabu, de Fernando Grostein Andrade (Brasil)
- Mãe e Filha, de Petrus Cariry (Brasil)
- Histórias Cruzadas, de Tate Taylor (EUA)
- Réus, de Pablo Fernández (Brasil)
- A Alegria, de Felipe Bragança e Marina Meliande (Brasil)
- As Canções, de Eduardo Coutinho (Brasil)
- As Mulheres do 6º Andar, de Philippe Le Guay (França)
- Habemus Papam, de Nanni Moretti (Itália)
- Beleza Adormecida, de Julia Leigh (Austrália)
- Transeunte, de Eryk Rocha (Brasil)
- Fausto, de Alexander Sokurov (Rússia)
Notícia originalmente publicada no jornal O Popular em 19 de janeiro de 2012.
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