Gerard Butler é o Charles Bronson da era Jogos Mortais
Pobre general Carl von Clausewitz.
O militar prussiano que viveu entre os séculos 18 e 19, considerado um dos grandes teóricos da guerra, é citado mais de uma vez em Código de Conduta (Law Abiding Citizen) pelo personagem principal. É curioso, porém, que apenas parte de suas filosofias sobre conflitos armados em grande escala e política sejam adotadas na trama, que convenientemente ignora a mais importante delas: a guerra deixa de ser ética quando o inimigo é morto quando poderia ter sido apenas desarmado.
A ideia é completamente oposta aos temas do filme. No roteiro de Kurt Wimmer e David Ayer (ambos de Os Reis da Rua), um promotor público (Jamie Foxx) se vê perseguido por uma vítima do sistema judiciário (Gerard Butler), um homem devastado ao saber que o assassino estuprador de sua mulher e filha será solto.
O problema é que o homem torna-se um vingador a la Charles Bronson, mas com métodos dignos da era Jogos Mortais. Não satisfeito em ter todas as pessoas que considera culpadas pela sua desgraça em suas mãos, ele as mata com requintes de crueldade. Esquartejamentos, explosões e até uma violentíssima mutilação com um osso de filé estão no cardápio do assassino injustiçado.
Discusões filosóficas à parte, o filme de F. Gary Gray (Uma Saída de Mestre, Be Cool) começa bem, com sua violência realista e discussões sobre o sistema de justiça dos Estados Unidos e a arrogância dos promotores-superestrelas. Os primeiros ataques da vítima (Butler) são interessante pela maneira como são construídos, na inteligência e habilidades do executor.
O problema é a velha mania de terminar as histórias de maneira espetacular... o clímax, explosivo e pirotécnico, perde o foco. O personagem de Butler ganha perfil de supergênio do crime com direito a tecnologia de ponta. E toda aquela sutileza bacana do início se perde, literalmente, na fumaça.
Não há suspensão de descrença que aguente a sucessão de informações implausíveis que o filme oferece. Fica a certeza que Wimmer e Ayer tiveram uma boa ideia de início, mas não souberam resolvê-la.
ÉRICO BORGO
Pobre general Carl von Clausewitz.
O militar prussiano que viveu entre os séculos 18 e 19, considerado um dos grandes teóricos da guerra, é citado mais de uma vez em Código de Conduta (Law Abiding Citizen) pelo personagem principal. É curioso, porém, que apenas parte de suas filosofias sobre conflitos armados em grande escala e política sejam adotadas na trama, que convenientemente ignora a mais importante delas: a guerra deixa de ser ética quando o inimigo é morto quando poderia ter sido apenas desarmado.
A ideia é completamente oposta aos temas do filme. No roteiro de Kurt Wimmer e David Ayer (ambos de Os Reis da Rua), um promotor público (Jamie Foxx) se vê perseguido por uma vítima do sistema judiciário (Gerard Butler), um homem devastado ao saber que o assassino estuprador de sua mulher e filha será solto.
O problema é que o homem torna-se um vingador a la Charles Bronson, mas com métodos dignos da era Jogos Mortais. Não satisfeito em ter todas as pessoas que considera culpadas pela sua desgraça em suas mãos, ele as mata com requintes de crueldade. Esquartejamentos, explosões e até uma violentíssima mutilação com um osso de filé estão no cardápio do assassino injustiçado.
Discusões filosóficas à parte, o filme de F. Gary Gray (Uma Saída de Mestre, Be Cool) começa bem, com sua violência realista e discussões sobre o sistema de justiça dos Estados Unidos e a arrogância dos promotores-superestrelas. Os primeiros ataques da vítima (Butler) são interessante pela maneira como são construídos, na inteligência e habilidades do executor.
O problema é a velha mania de terminar as histórias de maneira espetacular... o clímax, explosivo e pirotécnico, perde o foco. O personagem de Butler ganha perfil de supergênio do crime com direito a tecnologia de ponta. E toda aquela sutileza bacana do início se perde, literalmente, na fumaça.
Não há suspensão de descrença que aguente a sucessão de informações implausíveis que o filme oferece. Fica a certeza que Wimmer e Ayer tiveram uma boa ideia de início, mas não souberam resolvê-la.
ÉRICO BORGO
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